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dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



domingo, 19 de março de 2023

Reconhecendo e ampliando nossas possibilidades

Amores, nessa semana vários professores adoeceram e ainda teve a paralização na terça por conta da assembleia dos professores. Além disso, a direção foi pressionada a evitar subidas de aulas. Dessa maneira, muitos estudantes faltaram e a escola ficou bastante desorganizada. Cheguei a dar aula para 2 estudantes em uma turma. Isso nos faz questionar sobre o que estamos fazendo no espaço escolar, o que queremos e o que podemos fazer.
A assembleia é uma forma dos professores se unirem em ideais comuns de defesa da profissão e da educação. Está dentro da temática política que estamos trabalhando no 3º ano e do enfoque econômico que vemos no 2º ano. Então, aproveitar o horário de aula para fazer pesquisa presencial de uma manifestação de categoria profissional, se coloca como possibilidade de ampliação da compreensão dos fenômenos estudados.
É muito diferente ir ver com os próprios olhos um movimento social. Ao assistir pela televisão, ler reportagens, ou ouvir de terceiros, você sempre terá uma versão com a elaboração de quem comunica, que pode ser diferente da sua.
Para mim, as assembleias são um momento de encontros, diálogos, reflexões e organização. Um suspiro em cotidiano tão corrido e fragmentado. Paramos para analisarmos o que queremos e quais as nossas possibilidades. O mesmo eu gostaria que vocês fizessem em relação à escola quando estão sem aulas formais.
Vivemos em uma ESTRUTURA SOCIAL que estimula muito a competição individualista, naturalizando a exclusão e a APATIA. Diversas vezes nos encontramos em uma LOCALIZAÇÃO social desprivilegiada, nos dando a sensação de que nada podemos fazer. Porém, estamos aqui para perceber e ampliar nossas possibilidades de ação e relações. Por isso, estimulo o ENGAJAMENTO de vocês também em ATIVIDADES EXTRACLASSES, tanto propostas pela escola, quanto criadas por vocês.
Esse debate foi levado como questão central nas turmas de 3º ano, relacionando com o conceito de PODER e POLÍTICA. Já nas de 2º ano, foi mencionado apenas nos INFORMES das atividades CULTURAIS proporcionadas pelas escolas e nas circuvizinhanças.
De qualquer forma, as oportunidades de engajamento são inúmeras para todas as séries. Nessa semana, ocorreram dois "passeios" (incursões pedagógicas) para o matutino. A primeira foi na quinta para o SESILAB:
Na mesma circunstância, proveitaram para emendar na visitação do circuito de robótica no estádio, também promovido pelo SESI:
Nesse dia, fiquei na escola, pois era no horário de nossas aulas regulares e eu tinha que atender os que ficaram. Mesmo assim, estimulei estudantes a irem para depois contarem aos outros como foi em nossa próxima aula. Levarei no contraturno quem não pode ir desta vez, pois no sábado fui convidada para uma formação de professores no SESILAB, de modo a orientar agendamentos futuros.
Quem ficou para as aulas, também aproveitou as dinâmicas, debates e trocas. Outros grupos dos 3º anos trouxeram músicas interessantes para a discussão: Esse clipe do Michael Jackson, trazido por grupos de turmas diferentes, ressalta crítica à apatia, principalmente da elite e do governo frente aos mais necessitados. A DESIGUALDADE SOCIAL é sempre o ponto forte da discussão alimentada por vocês, até porque é uma questão ESTRUTURAL de ONDE ESTAMOS. Violência, injustiça estão recorrentemente presentes nas representações que vocês trazem de política. Até porque, para muitos, a noção de política está restrita ao ESTADO. Poucos a reconhecem nas outras instituições e espaços sociais como a FAMÍLIA, ESCOLA, IGREJA, EMPRESAS, MÍDIA ... Parece que toda e qualquer organização coletiva é determinada pelas disputas eleitorais e partidárias: Achei muito engraçado o clipe acima, trazido por um grupo que não gosta de política. De fato, nessa perspectiva é difícil querer se engajar politicamente, considerado que a mera discussão leva ao rompimento. A desunião tem a ver com incompreensão e inconsciência. Essas estão na base de toda a violência e apatia social. Para superá-las, precisamos reconhecer que todos têm e conseguem ampliar seus instrumentos de poder. O conhecimento e a união são os principais, principalmente para quem está em uma localização inferiorizada na sociedade. Nisso é que estamos focando nosso trabalho: Precisamos reconhecer as injustiças tanto quanto nossas possibilidades de enfrentá-las. As próprias músicas são formas de enfrentamento de problemas sociais, quando discutidas na busca de soluções coletivas. Os filmes também têm esse poder, principalmente os que contam histórias reais de engajamentos coletivos que surtiram efeitos na humanidade: Esse filme foi passado no CINEDEBATE DE HUMANAS nessa segunda-feira. Infelizmente somente 3 estudantes compareceram. Espero que os outros vejam em casa e façam relatórios críticos para incrementar os debates em aula.Nesta segunda (20/3), passaremos outro longa-metragem baseado em fatos reais no contraturno. Ele dialoga com o conteúdo tanto do 2º quanto do 3º ano:
Ele trata de uma greve das mulheres trabalhadoras da Ford na década de 1960, lutando para ganharem o mesmo que os homens. Volta no ponto que começamos esta postagem: a assembleia de docentes e o poder da união. Além disso, aprofunda a temática das lutas feministas no mês da mulher. Esses temas de direitos humanos, com datas definidas legalmente, são cobrados nas três etapas do PAS/UnB, além de serem recorrentes também no ENEM. O ingresso em universidades é uma alternativa de empoderamento, que infelizmente parte significativa dos alunos descartam a priori. Para motivar e ampliar a percepção das possibilidades, costumamos levar vocês ao máximo de exposições que conseguimos. Na sexta-feira fomos à UnB conferir a exposição do laboratório de biologia sobre cérebros:
Fomos caminhando e parando para ouvir histórias que os professores e universitários contavam. Levamos 1h30 para chegar ao Instituto de Biologia, de modo a aproveitarmos melhor o caminho de descobertas. Encontramos diversos universitários egressos da escola pública, incluindo um ex-aluno nosso que nos acolheu no CA de geografia. Também encontramos com o prefeito da UnB e o Chiquinho, um livreiro simples e simpático, patrimônio cultural da nossa cidade que já foi até homenageado em filme:
No museu do cérebro, que terá exposição permanente no Instituto de Biologia, fomos bem acolhidos por monitores, que nos explicaram e nos conduziram em 4 momentos da incursão.
Foi realmente muito prazeiroso e produtivo. Recomendo que vão em grupos por conta própria e tragam suas impressões para dialogarmos em aula.
Sugiro que façam isso com outros eventos e projetos também, de modo a cada vez mais ampliarem os horizontes de possibilidades.

Um comentário:

  1. Poder é como algumas pessoas conseguem fazer as coisas e influenciar outras, e a política é o jeito como isso acontece na sociedade. As decisões e regras são feitas através desse processo. É importante entender isso para saber como participar e fazer com que as coisas sejam justas e boas para todos.

    Se o poder e a política são "bons" ou "ruins" depende de como as pessoas usam eles. Se usados de maneira justa e honesta, podem ajudar a sociedade. Mas, se forem usados de forma errada para benefício próprio ou para prejudicar outros, aí pode ser ruim. O importante é que o poder e a política sejam usados de maneira justa para o bem de todo mundo.

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