Vivendo em pensamento, sofrendo e buscando apoio

Queridos,

não consegui fechar as notas ainda, porque acabei deixando vários grupos reapresentarem as pastas com atraso. O prazo da escola para entrega dos diários foi adiado para o dia 02-05, por conta de problemas técnicos. Assim, até a próxima sexta as notas estarão no moodle. 
Nessa semana fiquei ainda mais deprimida com esse trabalho e os resultados. Corrigir várias vezes essas pastas de grupo está sendo uma tortura para mim, pois fico pensando e repensando como farei diferente no próximo bimestre e no próximo ano. Nesses momentos vivo só em pensamento, no passado ou no futuro, e não consigo ficar inteira no presente. Então tudo começa a perder a cor, o gosto, a alegria. Não interajo bem com minha família e amigos. 
Sei que a reflexão é a base para a capacidade de transformação humana. Fui muito treinada a ela, o que me dá grande habilidade acadêmica, mas também muita angústia. Enquanto não encontro a solução para um problema fico "fora do ar" por dias. A questão é que ser professora me faz entrar em contato com muitos desafios que transcendem minha capacidade pessoal de reflexão e ação. Não dependem só das minhas escolhas. Sofro muito por coisas que poderei influenciar pouco sozinha. Então busco apoio...
Recorro à visão de outras pessoas sobre os assuntos para me dar mais chão. Por isso, pedi para cada grupo escrever uma redação que estamos lendo e discutindo nas aulas. Esse material será a base do trabalho de preparação para o conselho de classe participativo a ser realizado na semana da vida (12 a 16 de maio). Os que faltaram, podem fazer a redação em casa (individualmente ou em dupla/ trio) e ler/interpretar na próxima aula. No final desta postagem estará os comandos detalhados dessa tarefa. 
Na próxima semana, faremos uma correção coletiva da prova específica do 1 bimestre. Assim, é necessário que justifiquem as alternativas falsas da prova e reescrevam com suas palavras a verdadeiras que vocês erraram. Esse trabalho vai nos ajudar a compreender mais aprofundadamente o conteúdo, coisa que foi reclamada pelas diferentes turmas como uma falta do bimestre anterior. Se der tempo, faremos uma dinâmica (também mais um pedido de vocês). 
Além das reclamações, elogios e sugestões de vocês, também preciso de apoio prático. Necessitamos construir um plano coletivo com acordos de cooperação. Não posso só fazer as aulas ficarem divertidas, preciso que elas os ajudem a ler, escrever e se organizar melhor, principalmente coletivamente. Meu senso de responsabilidade profissional e social não me permite ir pelo caminho mais fácil e simples. Estou cansada e frustrada, mas não vou desistir. Nessas próximas semanas espero que avancemos coletivamente. Procurarei também apoio físico e psicológico de outros lugares e vivencias, para ser uma mestra melhor. 

REDAÇÃO FINAL EM GRUPO - 1 BIMESTRE 2014

Responda as questões abaixo em uma só redação de no mínimo 20 e máximo 30 linhas. Escolha um tipo de texto: dissertação, conto, carta, reportagem, poema, canção, roteiro teatral. Vocês terão de entregar a redação hoje e ler ou interpretar na próxima aula. Todos os integrantes do grupo terão que se expressar por escrito e oralmente.

1) O que vocês mais gostaram neste bimestre em Sociologia?

2) O que acham que deveria melhorar?

3) O que aprenderam?

4) Que dificuldades tiveram? O que podemos fazer para superá-las?

Será avaliado:

a) Originalidade, criatividade, diversidade de palavras e ideias;

b) Qualidade da expressão oral e clareza;

c) Profundidade das respostas;

d)Domínio do conteúdo do bimestre;

e) Estruturação da redação de acordo com o tipo de texto.

Semana Santa

Queridos,

sábado de aleluia me dou o direito de deixar a postagem para a noite. Foi um dia bem legal aqui em casa. Recebi parentes e amigos ( entre eles o professor Aurélio e a Andréia de Filosofia). Pintamos ovinhos e os enchemos com amendoim açucarado (tradição de família). Nem peguei em diários ou trabalhos de vocês e por isso estou renovada. Nessa semana fiquei tão cansada com esse fechamento de notas que cheguei a ficar deprimida, pensando em largar a profissão. Não é a primeira vez que isso acontece, então acabo arranjando formas de continuar. Uma delas é escrever. Assim, na quarta aproveitei a angústia para terminar um trabalho do curso do PNEM que estou fazendo. Aproveito o momento para compartilhar meus pensamentos com vocês (no final dessa postagem segue o texto). 
Bom feriado a todos.

PNEM

MÓDULO 1 - ENSINO MÉDIO NO BRASIL.

DESAFIOS QUE PERMANECEM ATÉ HOJE E COMO EXPLICÁ-LOS:

                A semana de fechamento de notas é a mais massacrante em minha vida como professora. Além de termos muitas turmas com estudantes que as vezes nem conseguimos aprender os nomes, nos deparamos com um rendimento muito aquém do que esperávamos. Então fico pensando e repensando o porquê deles não aprenderem ou não estudarem ,se dedicarem. Nesse momento me questiono se o que eu ensino é importante para eles, se faz sentido nos contextos em que vivem e para os planos que têm. Assim, começo a fazer um paralelo com o que estamos aprendendo neste curso do PNEM.

                A educação formal por muito tempo foi privilégio da elite. Atualmente há um acesso amplo da população, mas com uma qualidade questionável. A escola acaba por reter, rotular e desestimular os mais desprovidos, reproduzindo e justificando as condições sociais vigentes. O acesso das classes mais baixas iniciou-se na educação para o trabalho. Por estar atrelada historicamente a regimes ditatoriais para formação de mão de obra barata, a educação profissional foi mal vista e não está bem resolvida no ensino médio até hoje. O academicismo  é o foco: espera-se que o estudante tenha condições de ascender socialmente por meio da universidade. Mas muitos não têm esse perfil e esse sonho, o que não é ruim, porque a sociedade brasileira precisa de técnicos, não só doutores. A educação média é ainda enciclopédica: muito conteúdo e pouca prática. O estudante fica cerca de 5 horas sentado lidando com assuntos que tem dificuldade de ver relações em sua realidade.  

                Várias discussões e iniciativas surgiram com o intuito de reverter esse quadro, mas ainda não são amplamente bem sucedidas. Percebemos a importância de se estimular competências e habilidades transdisciplinares, aproveitando e estimulando a diversidades de saberes e sujeitos. No entanto, fazer isso com elevada carga de trabalho, turmas e alto nível de desestruturação social em que vive boa parte dos estudantes é quase missionário. O professor precisa de maior suporte da família, do Estado e outras instituições sociais. Todos acreditamos que a educação é a solução para a maioria dos problemas sociais, mas não investimos a contento nesta aposta. Desde os primórdios os subsídios para o ensino eram intermitentes. Por mais que isso tenha melhorado significativamente, ainda é um ponto crucial para o avanço das propostas pedagógicas.

                Não quero aqui me eximir da responsabilidade de buscar melhoras em minhas aulas. Sei que o professor faz diferença na vida das pessoas. Só reconheço que não dou conta sozinha de tudo o que gostaria de fazer. As vezes me deprimo e tenho vontade de desistir dessa profissão. Por isso, preciso estar em constante diálogo com pares, universidade e estudantes. Nesta perspectiva que faço este curso.  Quero melhorar, buscando a excelência, sem sucumbir ao desespero quando não atinjo os resultados necessários.

 Shirlei Daudt

Fechando notas

Hoje demorei um pouco mais a postagem. Estou morrendo de sono. Trabalhei o dia inteiro e ainda falta muito para deixar os diários em dia com as notas fechadas, mas acho que até dia 25 eu termino. Em geral, foram poucas notas boas nas provas. Quanto ao rendimento geral não tenho como ter uma avaliação nem por alto. Na próxima aula iniciaremos esta avaliação com uma redação em grupo enquanto olho os cadernos  e recolho as pastas dos grupos para fechar as notas. A parte que eu menos gosto em ser professora é esse trabalho com os diários. Adoro ensinar, dialogar, trocar, construir conhecimento, criar, mas detesto quantificar, classificar pessoas e aprendizados. Porém, em um sistema educacional de massa, isso é necessário e precisamos aprender a lidar com o que não gostamos. 

Verificação específica, cadernos e tabulações.

Queridos,

achei essa semana bem produtiva. Consegui explicar muita coisa nas minhas exposições e a participação oral de vocês foi boa. Alguns leram, vários falaram e quase a totalidade estava atenta, parecendo refletir sobre os assuntos abordados. Pena não ter dado para tratar todo o conteúdo da verificação específica que será na próxima semana. Boa parte da verificação será controle de leitura, por isso leiam em casa e pesquisem o vocabulário. Mesmo sendo prova de consulta, não terão mais que 40 min para fazer as 15 questões objetivas sem tomar tempo das outras duas provas do dia. Vocês terão de saber o conteúdo para conseguir consultar com agilidade. Além disso, se tiverem dúvidas acerca dos temas que coloquei no quadro depois das leituras podem me perguntar na segunda-feira (antes da prova) ou por meio deste blog. Aproveitem para fazer resumos, fichamentos, responder questões, analisar por escrito a verificação geral, pois ajudará tanto para a verificação específica, quanto na avaliação dos cadernos que será na aula seguinte à prova (última aula do bimestre).

Quanto a parte da pesquisa quantitativa, gostei de ver muitos grupos indo bem  na tabulação e outros tentando com afinco. Entretanto, fiquei triste ao ver cerca da metade dos alunos sem entregar as suas pesquisas, mesmo já esperando um pouco por isso. Sei que estamos todos em processo de aprendizagem e cada um tem seu ritmo. Por outro lado, se responsabilizar com o trabalho coletivo e os prazos é fundamental na formação acadêmica, cidadã e profissional. Dedicação e ética é basicamente o que espero de vocês, por favor, não me decepcionem! A seguir coloquei a lista de tudo o que quero na pasta do grupo, para ninguém ter dúvidas. Só a cobrarei definitivamente na aula depois das provas específicas.  Espero que utilizem este período para se organizarem melhor e produzirem bem.

PASTA DO GRUPO (de elástico simples com etiqueta resistente identificando a série, turma e número do grupo):

1) conter todos os questionários recolhidos de acordo com o esquema exposto no quadro (no caso dos de localização social, pesquisa do 2 ano, as classificações de renda média, renda per capta, e por pontos de aquisição de bens, devem estar marcadas em cada folha de entrevista);

2)conter a tabulações iniciais feitas por cada integrante do grupo devidamente identificados em cada folha. (Quando houver questões para avaliar de 0 a 10, caso da pesquisa de 1 e 3 ano, calcular a média das notas dada para aquela questão)O coordenador não precisa fazer tabulação inicial, somente cobrá-las, checá-las e colocá-las na pasta após somá-las.

3) conter tabulação final em papel também identificada (geralmente feita pelo coordenador). Não é para fazer cálculo de porcentagem ainda. Isso será feito no próximo bimestre junto com os gráficos e tabelas. Agora é só para entregar a soma com números brutos para cada resposta. Trazer também pendrive contendo a tabulação final digitada.

4) os grupos 1, 4, 5 e 6 devem colocar na pasta uma folha com a marcação dos nomes de quem entregou os questionários, organizados por grupo. Devem sinalizar com um + quando o estudante entregou a entrevista toda respondida, um + - quando tiver de 1 a 3 questões em branco e um - - quando for mais de 3 sem resposta.