Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Finalizando o 1º semestre para recomeçar com o 2º

O mês de julho foi muito corrido. Os diversos trabalhos e mais algumas obras trazidas, junto com eventos, deram uma riqueza ao final do primeiro semestre. Saí bem satisfeita com o que alcançamos. Foi bem melhor do que eu esperava no início do ano. Os estagiários contribuíram bastante e vocês se envolveram bem nas propostas. Só me ressenti de ter deixado tanta coisa boa sem registro aqui. Minha vida pessoal também estava extremamente agitada e fiquei sem tempo de escreve. Vou tentar fazer um resgate agora, para inclusive auxiliar neste próximo semestre, que será ainda mais corrido: A música acima traz o que procurei trabalhar ao longo de todo o semestre, ficando mais evidente nos trabalhos finais: UNIÃO NA DIVERSIDADE para o EMPODERAMENTO COLETIVO. Isso é o enfoque do 3º ano, mas estimulo essa questão desde o 1º ano. Sinto que todos evoluíram nessa habilidade de articulação social, mesmo que em níveis diferentes. Ela é um instrumento fundamental para resistirmos à ALIENAÇÃO, EXCLUSÕES e DOMINAÇÕES de ONDE ESTAMOS: O filme acima é um clássico, que sempre discuto no 2º ano ao falar do TRABALHO nos tempos modernos. A reificação levando à desumanização, foi uma questão trazida desde o começo do 2º ano, junto com a exploração, o desemprego, a desigualdade e as injustiças sociais. "OS PROBLEMAS DA MERITOCRACIA", colocado como tema da redação final nessa série, também foi abordado na pesquisa-ação de um grupo no 3º ano.
Os problemas das desigualdades, econômicas, raciais e de gênero foram debatidos até o final em rodas de conversas bem profundas e respeitosas, com participação de diferentes turmas e séries. A obra do PAS 2 abaixo, traz os pontos centrais dessa interseccionalidade de violências: Utopias, futuros possíveis também foram questões sempre presentes nos últimos debates. O medo, a ansiedade e a desilusão eram frequentes nos discurso, porém sempre havia o contraponto da esperança e da força do grupo: As vezes nos sentimos sem saída, oprimidos e acabados, porque estamos cegos pela COMPETIÇÃO INDIVIDUALISTA EXCLUDENTE. O mundo fica inóspito, sem cor e pesado. Mas quando mudamos a perspectiva, encontramos soluções simples onde antes nada víamos: Cuidar do outro e do meio é o caminho para o bem estar e a prosperidade pessoal e coletiva. A separação entre o EU e o MUNDO é uma ilusão construída socialmente, que nos torma mais suscetível à dominação e às doenças mentais.
O trecho do poema acima (OBRA DO PAS 3) elucida parte do nosso treinamento social que nos aprisiona com nossa própria colaboração. O racismo e outras discriminações, nos quebram por fora e por dentro. Reconhecer essas armadilhas sociais e criar alternativas a elas é nosso principal objetivo aqui. Podemos ver a animação acima nas perspectivas de diferentes sociológos: Marx, Weber e Durkheim. Para o último, reconhecer o papel de cada um em nossa sociedade é o que permite o bom funcionamento e saúde sistêmica. Para os outros dois, a visão do nosso mundo moderno é mais pessimista, focando mais na alienação e dominação das pessoas. De qualquer maneira, os três trazem luz às nossas relações para melhor compreendê-las e termos mais autonomia no reencaminhamento dessa história. A arte e as ciências sociais cooperam nessa missâo:
A obra do PAS 3 acima, de 1937, é situada no Muralismo mexicano. Traz críticas frente a um mundo de guerras, alienação e mortes, ao mesmo tempo que aposta na luz, na consciência e na liderança carismática. Esse movimento é contemporâneo do Modernismo brasileiro. Ambos os movimentos artísticos são engajados politicamente na construção da identidade nacional mais crítica, autônoma e autêntica:
Como podemos ver no quadro da Tarsila do Amaral de 1924 (obra do PAS 3), mesmo sendo um país predominantemente rural, já havia favela em centros urbanos (São Paulo e Rio de Janeiro). É a primeira vez que a arte erudita, de elite, retrata o povo brasileiro de maneira bela, com cores vivas, dando um ar de esperança. É diferente da visão romântica de Brasil, onde somente a paisagem e etinias estigmatizadas como parte da natureza eram ressaltadas. No naturalismo, o povo brasileiro era visto como depravado, desgenerado e despresível. Ao contrário, o Modernismo valoriza a diversidade racial e cultural brasileira, ressaltando a força da nossa gente. Quando valorizamos quem somos enquanto coletivo, nos unimos e temos mais condições de CONSTRUIR A SOCIEDADE QUE QUEREMOS. Precisamos entender COMO NOS TORNAMOS QUEM SOMOS, que sociedade é esta ONDE ESTAMOS e nos forma, para adquirimos mais RECURSOS de INTERVENÇÃO SOCIAIS.
Isso tudo foi o que procuramos fazer nesse semestre e em todos os anos. Os "diversos passeios" e projetos nos auxiliam nessa caminhada, por isso valorizo tanto saídas pedagógicas e projetos extraclasse. Segue algumas fotos dos últimos eventos no final do 1º semestre para celebrarmos a riqueza de experiências que nos oportunizamos (Sesilab, Museu da República, Circuitos de ciências na UnB nas sociais e nas exatas, grupos focais, rodas de conversa e festa junina em nossa escola, visita ao arquivo do Senado pelo projeto de paleografia, CCBB) :
Continuaremos com projetos, pesquisas, incursões e intervenções neste próximo semestre, valendo pontuação de atividade extraclasse. Serão outras turmas com o mesmo conteúdo e obras dados até agora, por isso as próximas postagens serão mais focadas nas saídas pedagógicas e eventos que forem ocorrendo, relacionando com a produção anterior deste blog. Nesta semana estou apresentando a proposta pedagógica das minhas aulas, avaliando e encerrando a COPAFREIRE. Comentarei os resultados dessa produção coletiva na próxima postagem. Desejo um semestre maravilhoso para nós!!