Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



sábado, 8 de dezembro de 2018

ExpoFreire, avaliação e finalização do ano.

Amores,

esta será a última postagem do ano, pois agora somente teremos aulas de recuperação com poucos alunos. Nessa semana ficamos envolvidos com a ExpoFreire, um evento que brigamos no começo do ano para manter em nome da tradição, mas poucos acreditavam em sua efetivação tão no final do ano. No entanto, como sempre vocês arrasaram! Apesar das brigas, lágrimas e correrias, conseguiram fazer uma bela feira com vários trabalhos. Foi uma boa forma de terminar o ano, mesmo com pontuação incompatível com o esforço dos estudantes. Sei que vários se sentiram ou se sentirão injustiçados ao verem as notas, tão penalizadas burocraticamente. Porém, pensem que o aprendizado e a experiência ninguém tira de vocês. Infelizmente tirei poucas fotos, pois estava correndo para conseguir ver todos os trabalhos (o que foi impossível). Segue as únicas que tirei e mais algumas de dois colegas:










Esse ano escolar foi um dos mais difíceis dos meus 20 anos de Secretaria de Educação. Teve questões pessoais como a morte do meu pai, doença de irmão e mãe, cirurgia dos meus filhos, mas também as mudanças da escola pesaram. A semestralidade dificultou os projetos que tanto gosto e envolve os estudantes. Além disso, a vinculação ficou mais difícil, principalmente no segundo semestre.  As eleições e a internet ampliaram a tensão nas relações. Me senti só, agredida e desiludida. Porém, sempre conhecemos coisas e pessoas novas, li muito, aprendi bastante. Estou me sentindo mais forte e decidida: no próximo ano quero trabalhar de manhã para acompanhar meus estudantes. Espero que consiga fazer um trabalho melhor, mais leve e possa me dedicar a novos estudos pessoais.
Bom final de ano para todos! Boas festas! Boas férias!




segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Desgastes e provas.

Bom dia,

nessa última semana de aula e provas comecei bem e terminei mais ou menos. Na segunda as turmas conseguiram mostrar trabalhos e fizemos discussões sobre apoio mútuo. Mesmo com a tensão de fim de ano correu tudo bem. A partir de terça comecei a me chatear. Mesmos minhas turmas de segundo ano terem sido tranquilas, os meus orientados da Expofreire que iria levar ao planetário furaram comigo. Fiquei bastante reflexiva sobre o descaso dos estudantes com o próprio conhecimento e sobre meu papel nessa questão que vejo a cada ano pior. Na aplicação das provas foi o ápice do aborrecimento. Estudantes tensos, mal educados e incompreensíveis, de diferentes turmas, nos dois dias quase me fizeram desistir da profissão. O que salvou, foi o passeio ao festival de cinema Lobo Fest: foram 54 estudantes que me deram orgulho pela atitude atenta aos curtas. Segue foto:


Ainda vai continuar o festival hoje e amanhã. Toda a programação é gratuita no Cine Brasília da 106 sul. Segue os horários destes dias:



Outra coisa que me animou, foi o pedido de ajuda de um grupo da Expofreire da manhã. Eles trabalham com a horta e me pediram para irem no sábado à escola com meu acompanhamento. Fico muito feliz com o engajamento de pessoas nas causa que acredito e por isso gosto de apoiar. Infelizmente, somente uma menina apareceu. Mas ainda assim, se unirmos aqueles que se interessam as coisas vão acontecendo. Segue algumas fotos dela com minha filha Elisa:







Por causa do desgaste emocional da semana, precisei descansar e acabei deixando para corrigir as VEs somente no domingo. Dessa vez mais gente gabaritou e ganhará o bombom no dia 6/12, quando divulgarei as notas no mural (só devolverei as provas e ajustarei notas nesse dia, pois estarei envolvida com a Expofreire até quarta). Segue a lista dos que tiraram a nota máxima na VE:


1H ISABELLE ANGELO
1H LUCAS DIAS DOURADO
1H CAROLINA MENDES
1I JOÃO VICTOR DE SOUZA
1I PEDRO PAULO BENZINHO
1I PRYSCILA CARDOSO
1I RAFAEL TORRES
1J JOSÉ HENRIQUE
1J SAMUEL MENDES
1K GABRIELA ABREU
1K KARINE DE ALMEIDA
2H CAMILA BRITO BORGES

sábado, 24 de novembro de 2018

Solidariedade e revisão para a VE

Amores,

essa semana foi para finalizações das pesquisas, mostrar resultados de vídeos, painéis e propagandas.  Porém, todas as turmas continuam no processo de articulação coletiva para os fechamentos dos trabalhos. É realmente difícil se organizar coletivamente em uma sociedade que nos treina cotidianamente a sermos individualistas e alienados da nossa condição coletiva. Por outro lado, a solidariedade é a base de qualquer grupo social e ela persiste. Seguem vídeos que passei em algumas turmas  tratando da questão:

1º ano:
 2º ano:

 1º ano:



Duas turmas (1ºL e 1º J) apresentaram bons vídeos. Infelizmente não consigo colocar aqui, mas enviarei pelo WhatsApp. Nos 2ºs anos, boas propagandas foram feitas e serão transformadas em campanhas coletivas com programação viabilizando ações práticas, para entregar na próxima terça.
Uma das campanhas já começou a ser realizada hoje com o manejo da agrofloresta do Centro Acadêmico de Ciências Ambientais na UnB. Foram 25 adolescentes, mesmo com a chuva. Como sempre, fiquei bem impressionada com a disposição e postura dos estudantes, o que me anima a continuar fazendo projetos e ser professora. A seguir algumas fotos:


















Os universitários do CAAMB se colocaram à disposição de todos que quiserem visitar e participar dos manejos. No face eles divulgam as atividades:  https://www.facebook.com/caambunb
Também falaram sobre um concurso para a logo da agrofloresta deles (Gaia). O vencedor ganhará uma camisa com a logo. Interessados em participar devem enviar sua criação ao e-mail: diretoriadocaamb@gmail.com
Na próxima semana farei mais um passeio, provavelmente dia 29/11 logo após as provas, agora ao Cine Brasília para ver o festival de cinema internacional LOBO FEST. A ideia é alugarmos um ônibus e vermos a sessão das 17h. Mas esse festival tem outras atrações interessantes. Sugiro que busquem no site: http://www.lobofest.com.br/ . As atividades são gratuitas. Uma legal é a seguinte:






Bom, agora vamos para a revisão voltada à última VE de cada série:

1º ano:

A prova constará de 10 questões. Vale 2,0 pontos (0,2 para cada questão). Se você ler atentamente todos os texto e itens antes de marcar a única alternativa FALSA para cada questão, terá um resultado melhor do que tentando colar do colega, pois as provas têm gabaritos diferentes. Por tanto, fique focado em suas reflexões e aprendizados nas aulas desse semestre.  


"(...) ao homem todas as coisas parecem naturais, nas quais é criado e nas quais se habitua (...)" ( Discurso sobre a servidão voluntária - La Boétie)

O trecho acima resume um ponto importante trabalhado ao longo de todo o semestre: a naturalização dos padrões aprendidos socialmente. Desde as primeiras dinâmicas sobre gostos, passando pelos texto do Paulo Freire, que dava dicas para o desenvolvimento do hábito de estudar, ressaltamos que o ser humano é construído a partir de treinamento social. Até a capacidade humana de refletir e questionar é treinada culturalmente e inicia-se com o hábito de imaginar e planejar. Para questionarmos a servidão de qualquer pessoas precisamos desnaturalizar padrões opressores. Uma função das ciências sociais no Ensino Médio é desnaturalizar o que aprendemos como óbvio. Assim, até para mudar padrões de estudo, aprendidos com a "Educação Bancária", é necessário bastante consciência, determinação e esforço de quem o faz.

 As ciências sociais  desenvolveram métodos e técnicas de pesquisas para compreender os padrões, de maneira a evitar as naturalizações trazidas na formação de quem investiga. A Antropologia urbana estuda temas próximos ao pesquisador, exigindo mais rigor metodológico. O recurso de estranhar o conhecido, desconstrói analiticamente preconceitos do senso comum. Apesar de ser um conhecimento útil na adaptação social, o senso comum é permeado de preconceitos que reproduzem opressões históricas, como as de raça e gênero. Assim, métodos sistemáticos para testar hipóteses podem ser úteis a qualquer cidadão, como vimos no filme Erin Brockovich. Quando ficam restritos à universidade, deixam de potencializar a compreensão e empoderamento de todos aqueles excluídos dela. Projetos de pesquisa e fóruns no ensino médio podem servir como meio para os alunos expressarem sua opinião cotidiana, mas devem principalmente estimular o espírito investigativo, a organização coletiva, a quebra dos preconceitos, com o estranhamento e desnaturalização dos padrões vividos.

(...) entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder econômico e financeiro mundial (...) (José Saramago - Este mundo de injustiça globalizada - PAS/UnB)

Analisando o trecho acima à luz dos filmes "Erin Brockovich", "O risco de uma história única" e "Lute como uma menina",

Podemos reconhecer que grandes empresas muitas vezes prejudicam comunidades para obter lucro sem responsabilidade social. Isso foi visto também claramente no filme sobre a água e a Nestlé, quando fomos ao Cine Brasília. Nessa perspectiva, devemos entender a participação política e a democracia para além do voto. Para resolver todas as mazelas sociais não basta votarmos corretamente e depois das eleições cada um voltar a cuidar da sua vida pessoal. Causas Sociais sucumbem quando a socialização individualista prevalece, assim necessitamos nos mobilizar. A democracia pressupõe que o povo de fato influa nos rumos da sociedade e isso transcende o ato de votar. A democracia precisa ser discutida e principalmente treinada nas famílias, escolas, igrejas, Estado, mídia, quebrando o individualismo e as injustiças, exercitando o diálogo, a organização coletiva, o senso crítico e a responsabilidade social.

Infelizmente, há um padrão hegemônico de socialização fragmentada em nosso meio, desestimulando relações e reflexões profundas. Várias dinâmicas foram feitas nas últimas aulas para elucidar esse fato social. Partimos do questionamento do jogo "danças das cadeiras" para mostrar que muitas vezes somos socializados para "nos dar mal" com as pessoas, aumentando preconceitos e violências. Em diversos grupos sociais há socialização permeada por ideologias machistas, racistas, classistas e individualistas. As brincadeiras e jogos treinam as crianças para viver dentro do padrão social. Como vivemos em uma sociedade de solidariedade orgânica (Durkheim), existem padrões contraditórios na base de nossa socialização. Ao mesmo tempo nos dizem para amar o próximo e sermos gentis, naturalizam e estimulam a competição excludente, o isolamento, a desconfiança e a reação agressiva. Saber lidar com conflitos é aprendizado social importante em sociedades diversas e desiguais como a nossa.

A escola pode ser um bom espaço de treinamento democrático. Ao realizarmos fóruns, grupos de trabalhos, ciclos de debates, oficinas, treinamos atitudes democráticas. Técnicas de pesquisas podem auxiliar o cidadão a intervir de forma mais consciente e autônoma na sociedade. Os estudantes podem reunir condições de intervir coletivamente na construção da escola que querem estudar. Assim, além de assistir às aulas respeitosamente e fazer provas com atenção, temos diversas outras maneiras de contribuirmos para a escola e a sociedade ser melhor.

"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."(Trecho inicial da Constituição Brasileira)
 

"Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo..."(trecho canção Sandra de Sá)


A partir das aulas de Sociologia analisaremos os textos acima, relacionando com os filmes "Atlântico Negro", "O Povo Brasileiro, "Pro dia Nascer feliz" e "Lute como uma menina".

A valorização da igualdade e do bem comum é algo que vem sendo construído pela história e cultura.
O reconhecimento e respeito à pluralidade possibilita o aprendizado com a alteridade. Infelizmente, no Brasil, os jovens tem condições desiguais de educação escolar, gerando injustiça, violência e abandono. Valorizar a diversidade e superar as desigualdades é fundamental para construirmos uma escola melhor para todos.

Temos matrizes culturais diferentes formando nossa identidade, que nem sempre valorizamos. Existem contradições em nossa nação que influenciam nossas escolhas, mesmo que inconscientemente. Compreender nossa formação contraditória nos permite refletir e questionar os preconceitos aprendidos. Para a solução pacífica das controvérsias precisamos respeitar e apreiveitar as diferenças, inclusive religiosas.

O contexto social no qual o indivíduo está inserido condicionará seus hábitos e influenciará suas escolhas." Como nos tornamos quem somos?" é a questão central colocada neste ano em Sociologia e presente no PAS. O sincretismo cultural como elemento da identidade nacional, é evidenciado em algumas obras do PAS, como nos filmes citados acima e no do Jorge Amado. Esse filme explica como a ideia de um indivíduo puro, livre das influências sociais, apto a construir um país melhor, foi construída em uma época que ainda influi um pouco em nosso país. Porém, Jorge Amado é contra a eugenia e defende a democracia racial postulada por Gilberto Freire.

"Ela ia morrer mesmo. Eu só adiantei"(fala de entrevistada no filme "Pro dia nascer feliz")

 A fala acima é um alerta para a condição de anomia que vários jovens estão em sociedades como a nossa. Durkheim criou o conceito de anomia para definir a doença social que degradava as relações em sua época. A exclusão está na base da anomia, que para Durkheim pode ser superada reforçando-se as instituições sociais. Essas instituições devem socializar para a compreensão da diversidade como elemento fundamental em nossa sociedade, devendo ser apreciado. Se engajar na luta pela justiça só é possível se a pessoa trabalhar em grupo, incluindo pessoas diferentes de nós, que em geral tendemos a ter antipatia.

As ciências sociais trazem a diversidade de pensamento e de teorias como representações da realidade. A diversidade gera ambiente mais rico e criativo, porém precisamos aprender a lidar com conflitos decorrentes. Contextos de solidariedade orgânica são mais suscetíveis à anomia, construção social típica da modernidade. O fato social violência é uma construção contextual, portanto pode ser superada, desde que desnaturalizada e desconstruída, como mostrado no filme Escritores da Liberdade.


2º ANO:



A prova consta de 15 questões, de 0,2 cada, totalizando 3,0 pontos. Leia atentamente as questões, julgue-as como verdadeiras (v) ou falsas (f), depois assinale a sequência  de v e f correta no final desta prova para cada questão e marque a alternativa correspondente no gabarito; Avalie de acordo com o que foi visto em aulas, filmes e livros nesse semestre. Somente o gabarito terá efeito para correção.  Questões rasuradas ou à lápis não poderão ser questionadas após a correção. Boa Prova!

As ciências sociais somente estudam fatos sociais. A exclusão e a ecologia são analisadas pela Sociologia como fato social: geral, exterior e coercitivo. Mesmo a democracia e a ecologia muitas vezes sendo consideradas utopias, são temas importantes às ciências sociais sempre voltadas para a pesquisa e análise da realidade, com vistas à desnaturalização dos padrões construídos. Existem fatos sociais indesejáveis aos valores hegemônicos, tais como a violência e a degradação ambiental, que precisam ser investigados para pensarmos em soluções.
O consumismo, a competição excludente e o individualismo são típicos do Capitalismo. O individualismo excludente é treinado e naturalizado desde a infância, por jogos, ditos e ações sutis. Assim, ecologia, como o racismo e o machismo, são temas importantes para refletirmos sobre as contradições da nossa sociedade.
O crescimento técnico e econômico nem sempre gera benefícios a todos, pois depende da forma que é feito e aproveitado. No Brasil o crescimento econômico geralmente gerou maior concentração de riquezas e de bens simbólicos. Com os dados históricos, podemos discordar com o dito: "É preciso crescer o bolo para depois dividir". Historicamente no Brasil, vemos que o salário mínimo diminuiu ou se manteve igual a despeito do crescimento do PIB. Na época do "Milagre Econômico", na ditadura militar, foi a época em que o salário mínimo foi mais baixo, proporcionalmente.
No filme "O menino e o mundo", vimos que o protagonista sempre foi pobre, com poucas escolhas pessoais e desvalorização de sua qualificação. O subdesenvolvimento é um lugar perene na divisão internacional do trabalho dada historicamente. A dependência é perpetuada desde a colonização, sob o domínio do capital estrangeiro no Brasil. Por isso, é errôneo, pelos olhos das ciências sociais, afirmar que "somos dependentes simplesmente porque temos mais preguiçosos e corruptos do que outros países".
A crise de 1929, potencializou a industrialização brasileira. Porém, quando nos industrializamos, nos mantivemos dependentes, enquanto capitalistas periféricos, com muitas contradições. Nossa industrialização não significou rompimento com nossa condição de dependência, porque se sustentou com o capital e empresas internacionais. Getúlio Vargas teve papel importante no reordenamento da economia nacional, nesse momento de crise. Em momentos de crises mundiais, em vários países o Estado assumiu a economia, como fez Getúlio. A URSS, ficou fora da crise naquele momento, pois vivia uma economia planificada. Nas economias planificadas o Estado gerencia a produção e a distribuição econômica.
Desde pequenos adquirimos informações e valores que nos levam a crer que os produtos europeus ou norte-americanos são melhores que os nossos, como Carina no filme "A Máquina". A dominação cultural, propagada pelas instituições sociais, tem papel importante na dominação e concentração socioeconômica. "Nordestina" era pouco valorizada por isso estava "morrendo". Por isso, muitos brasileiros acreditam erroneamente que tudo que vem do Brasil é pior que nos outros países, achando melhor importar produtos e cultura para nos modernizarmos, como visto no filme "A máquina". Esse pensamento alimenta o ciclo da dependência iniciado desde a colonização, pois desvaloriza nosso povo e piorando nossas condições de trabalho.
 O trabalho é um bem coletivo, já que só pode ser realizado a partir de todo um legado socioeconômico. Temos um desemprego estrutural naturalizado que prejudica inclusive várias pessoas com boa formação. Trabalho infantil e escravo, assim como abandono e insustentabilidade são problemas persistentes que precisam ser estudados para produzirmos políticas públicas de correção ou superação.

Tendo em vista os conteúdos abordados em sala, o dia da Consciência Negra e o capítulo sobre Sociologia Brasileira analise as questões a seguir:

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. A palavra quilombo faz referência ao idioma banto, sendo uma referência para “ guerreiro de floresta”. A Sociologia tem como preocupação entender de que forma as relações raciais foram construídas historicamente e seus reflexos na atualidade. O preconceito racial existente no Brasil não é por “gota de sangue”, ou seja, racismo de marca, no qual se seu avô é negro você pode ser alvo de preconceito racial. O racismo aqui é mais voltado para a aparência e a identidade cultural do negro. De acordo com as noções da pigmentocracia/ colorismo quanto mais escura for sua pele ou mais marcados forem seus traços, mais racismo você irá sofrer, uma vez que o racismo no contexto brasileiro é a partir do fenótipo do indivíduo.  O conceito de democracia racial é questionado hoje como um mito culturalista sem evidência estatística. O movimento negro condena esse conceito por mascarar o racismo, assim como entende a categoria "pardo" como sendo uma alternativa ruim para intitular a população miscigenada, por motivo semelhante. A forma como a história da população negra foi contada é baseada na narrativa da população branca, esse fenômeno pode ser intitulado como história única. Vários filmes passados neste bimestre, mesmo quando tratam de temáticas diferentes da racial, fazem paralelo ou reflexão sobre essa questão. Por exemplo, podemos citar os filmes: "The Wall", "Que horas ela volta" e "A Máquina", além de pequenos vídeos vistos como a música "Manifestação".
Fazendo um paralelo entre os filmes “Que horas ela volta”e os outros vistos neste bimestre, vimos que as desigualdades e violências reproduzidas por séculos no mundo ainda permanece em alguma medida. Todos evidenciam contradições de um sistema alienante e violento para que haja reflexão disso.  Relacionar informações, leituras, filmes, experiências, amplia nossos conhecimentos e possibilidades.
De acordo com Florestan Fernandes a desigualdade social está relacionada a escravidão. O empoderamento das mulheres, negros e de outras minorias contribui para a democracia.  O livro didático tem posicionamento a favor das cotas raciais, já que contesta quem a considera errada mostrando resultados positivos da política pública de pesquisas feitas. Tendência ideológica ou moral em materiais didáticos ou no processo ensino-aprendizagem são, na realidade, inevitáveis. O melhor que podemos fazer é abrir espaço para a pluralidade de pensamentos por meio do debate, algo feito constantemente ao longo do semestre. O debate deve partir de análises atuais baseadas em índices demonstrativos estatísticos que orientam políticas públicas. Há diversas fases de análise da desigualdade social no Brasil, de acordo com o contexto de cada época. Os analistas sociais nem sempre se colocaram ao lado do povo brasileiro, ou contra o racismo e a dominação. Intelectuais são pessoas suscetíveis às ideologias vigentes de sua época, assim como nós, por isso precisamos nos manter críticos, buscando diversas fontes para incrementar nossa reflexão.









segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Trabalhos, resultados, expressão e ações coletivas.

Amores,

estamos na última semana de aulas regulares. A partir de quarta as turmas deverão me apresentar os últimos trabalhos como resultado de todo um aprendizado teórico/prático. Cobrarei os painéis digitais de turma e o vídeo produzido (1º ano) ou as campanhas de conscientização (2º ano). Esses serão a culminância do trabalho de pesquisa e de divulgação dos resultados, análises, relações com os conteúdos e propostas de vocês. Por conta do feriado e da VG, a semana passada foi curta. Praticamente dei alguma revisão do conteúdo junto com avaliação oral para auxiliar na prova e olhei os trabalhos dando dicas para a tarefa coletiva desta semana. Sei que, principalmente para os alunos de 1º ano, essas tarefas deixam vocês bem tensos, mas pensem que além de tirá-los da zona de conforto, podem propiciar crescimento e expressão pessoal e coletiva. Para facilitar um pouco, segue abaixo o detalhamento das atividades:


SISTEMATIZAÇÃO RESULTADOS DE PESQUISA DA TURMA (1ºs anos - 3,0 pontos)
  
PAINEL
-  Formatação: 90cm altura por 60cm de largura, ou 1m20cm altura por 90 largura. Fonte/letra: Arial, título:43, subtítulo: 32, texto:28, notas 18, rodapé 16.  A princípio só é necessário entregar no formato digital e impressão em folha A4 (modelo enviado no grupo)
- Introdução: Justificar a escolha do tema e sua relevância social. Relacionar o tema com conteúdos vistos em Sociologia e dados secundários encontrados em pelo menos 3 fontes diferentes na internet.
- Pesquisa: Colocar os resultados relevantes da pesquisa de dados primários sistematizados em gráficos, tabelas e fotos. É necessário aparecer :
1) gráfico dos resultados dos questionários quantitativos (cerca de 100 entrevistados).
2) tabela comparativa entrevistas qualitativas (cerca de 8).
3) foto grupos focais e tabela comparativa.
- Análise: pode ser feita ao longo de todo o painel a medida que os resultados são apresentados, ou junto com a conclusão. Podem ser usadas fotos ilustrativas para dar mais beleza, clareza e impacto ao que está sendo dito.
- Conclusões e proposições: É necessário fechar o trabalho dizendo o que ficou de aprendizado para a turma e propor ações coletivas a partir do que foi aprendido.
- Bibliografia: colocar todos os links utilizados na pesquisa (mínimo 3) com a data da visitação. Também devem ser listados os livros utilizados, com os autores e datas de publicação.
- Notas: Sempre abaixo de uma imagem, seja gráfico, tabela, foto ou imagem ilustrativa deve vir escrito notas sobre a fonte de onde foi tirada, ou como foi construída aquela informação (obrigatório). No rodapé (opcional), podem ser feitas notas gerais, explicativas sobre autores, lugares onde a pesquisa foi feita e metodologia utilizada.

VÍDEO
Deve traduzir também todo o resultado de pesquisa e análise da turma sobre o tema escolhido no bimestre. Deve ter NO MÁXIMO 5min de duração e a maior variedade de dados e imagens possível, sendo claro, consistente e interessante.  


2ºs anos - PROPAGANDAS DE CONSCIENTIZAÇÃO (1,0 ponto)

- Formato: pode ser digital ou impresso. O importante é ser impactante e criativo.

- Começou individualmente, mas terão que articular esforços nos temas semelhantes pensando toda a campanha. 

- Relacionar conteúdos aprendidos no semestre será valorizado.

- Divulgar ou criar ações e programas de intervenções atuais para que as pessoas possam se engajar.

Exemplo: 




Essa atividade realmente ocorrerá neste sábado e estão todos convidados! Quero que a escola seja um ponto de cultura, pesquisa e de ação social. É um espaço de encontro presencial, onde podemos unir nossas forças para objetivos comuns, como aprender e construir um ambiente melhor para todos.
 





segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Revisão para a VG 4º bimestre

Boa noite,

ando muito cansada e desgostosa com minha profissão. Sinto que meus esforços são pouco valorizados e aproveitados pelos alunos. Por isso, desanimei de escrever nesse fim de semana. Mas o senso de responsabilidade e vários rostinhos amorosos que vi hoje me reanimaram. Então, mais uma vez envio a revisão da VG de cada série abaixo. Espero que dessa vez mais estudantes leiam. Boa prova a todos:


Textos de revisão VG 4º BIMESTRE SOCIOLOGIA

1º ANO
Espaço: a tensa coabitação dos contrários
Ruy Moreira
“Olhando o mundo, vê-se que é ele formado pela diversidade. Povoa-o a pluralidade: vemos as árvores, os animais, as nuvens, as rochas, os homens. A diversidade é o que chama nossa atenção de imediato.
Na medida em que, entretanto a experienciamos no convívio mais íntimo, vem-nos a noção de que junto com a diversidade há a unidade. Uma interligação entre as diferentes coisas faz que a diversidade acabe contraditoriamente se fundindo na unidade única de um só todo.
A grande pergunta que devemos, fazer é o que leva tudo a ser diferente e ao mesmo tempo uma só realidade. A resposta relaciona-se a como o homem se localiza dentro desse mundo e a partir daí o vê e unifica. É quando o mundo estendido diante dele se revela uma grande coabitação. Uma convivência global, onde animais, vegetais, nuvens, chuvas, tudo se relaciona num viver com o homem. E assim não só o homem não se vê como uma figura isolada e inerte dentro dessa diversidade, como também se vê como co-participe e criador do mundo. Compreende que tem com o todo uma relação de sujeito-objeto, criando e sendo criado no mundo. Isto é, que não apenas coabita, mas atua, age sobre a diversidade, rearrumando-a no sentido de dar-lhe a forma unitária de um modo de vida, torná-lo um mundo, e assim constrói-se a si mesmo.”   (Extraído de "O círculo e a espiral", Edições AGB Niterói, 2004)

A partir do texto acima e do que aprendeu sobre conhecimento e representações, podemos inferir que o  ser humano dá sentido às informações diversas e até contraditórias a partir das representações que adquire com a sua cultura. As ciências sociais propuseram conceitos, teorias , representações diversas sobre a realidade também diversa. Cada forma de ver o mundo nos mostra aspectos distintos da complexidade. Compreender as relações de dependência,  as causas e consequências dos fatos e ações sociais, nos dá mais poder de intervenção e autonomia frente aos determinismos. Ler, estudar, conhecer vários contextos, ideias e opiniões nos possibilita maior autonomia frente aos condicionamentos sociais que nos formaram. Infelizmente, existem alunos perdidos em seu papel social. Acham que quando lemos ou estudamos estamos seguindo as regras sociais e portanto ficamos mais presos à ditadura da sociedade. Acham que para buscar nossos próprios caminhos, devemos nos focando em somente um ponto de vista. Essa crença é alienação e enfraquecimento, pois deixa a pessoa mais presa aos padrões preestabelecidos naturalizados cotidianamente, sem base para comparar, analisar, escolher e criar caminhos alternativos.

https://lh3.googleusercontent.com/i0fj4q0FlETf_c3eZGFLYbSO1h3-QpTmAkDXTjKH_TdcgGfBMUb4L0cH5c0OCkeBQngDED6u0cieRLos7DeSppXHCnmYTzgw8tUN2sYiHJiCbg4XON_DwSKKOQxWVQ
IMAGEM OBRA OS OPERÁRIO DE TARSILA DO AMARAL. A diversidade da população brasileira: um ponto crucial na discussão de questões contemporâneas.

A partir da imagem acima, do filme "Pro dia nascer Feliz" e dos conceitos de Durkheim, podemos afirmar que a sociedade brasileira atual é diversa e hegemonicamente de solidariedade orgânica. Nas escolas privadas de elite, a diversidade é menor do que nas escolas públicas. Nas escolas vistas, há alguma cooperação entre as diversas pessoas, porém com exclusões e violências.  Apesar da Solidariedade Orgânica ser mais poderosa, é mais suscetível à anomia, na qual várias pessoas ficam à margem da sociedade, sem se identificar com essa.. Anomia foi estudada por Durkheim como o fato social fundamental das mazelas sociais.


Que preto branco índio o quê?
(ANTUNES, Arnaldo. Inclassificáveis. IN: O silêncio. São Paulo: Warner, 1996.)

branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs
[...]
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis.

A partir da canção acima , do filme "Escritores da Liberdade" e do que foi visto em aulas, podemos afirmar que no Brasil vemos uma miscigenação maior do que nos Estados Unidos da América. Rotular pessoas por sua cor, etnia, origem cultural, estigmatiza , violenta e tende a exclusão. A professora do filme estimulou os alunos a superar as barreiras do racismo com dinâmicas e leitura. Mesmo havendo maior miscigenação, o racismo no Brasil é muito grande. Longe de ser mais inclusivo e amoroso que os outros países, temos taxas altíssimas de exclusão e suicídio, evidenciando uma anomia existente. Cada sociedade tem suas contradições e problemas a serem superados. A consciência do etnocentrismo como fenômeno universal nos ajuda a percebê-lo e combatê-lo.


SOCIOLOGIA TIPO B - Considerando os temas educação e pesquisa, julgue os itens abaixo e some os números correspondentes às alternativas corretas:
Avaliar o processo educacional é necessário para construirmos aulas cada vez mais efetivas para um número maior de pessoas. Durkheim, como funcionalista, valorizava os dois temas como soluções para os problemas sociais. Pesquisa é fundamental para quem quer ampliar seus horizontes e encontrar alternativas ao que temos. Ela é a prática básica das ciências sociais. No filme da Erin Brockovich vimos que pesquisas são úteis não só para acadêmicos. Cidadãos comuns podem utilizá-las para fins práticos de intervenção social.

A violência é um fato social construído e atualizado por milênios de história da humanidade. Somos capazes de compreender as relações entre o macro e o microssocial que reproduzem a violência, como fizemos por meio de dinâmicas e debates. Jogos podem ser elaborados ou utilizados como tecnologias sociais para a superação da violência, da exclusão e do individualismo. A violência, assim como a anomia, são construções sociais e portanto possíveis de serem superadas, com consciência e treino social.


2º ANO

TEXTO 1 : Guerra Fria, ditaduras e Chernobil (trechos escolhidos)

No final de 1945, a Segunda Guerra Mundial acaba. Após longos 6 anos de conflitos e 60 milhões de mortos, a paz, em nível aceitável, voltava ao globo. Após esse conflito, duas superpotências emergiram: Estados Unidos, o gigante capitalista do Oeste e a União Soviética, o gigante socialista do Leste. Assim como a mídia e a política, os Jogos Olímpicos não ficaram de fora desse embate.
As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que a ordem internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Na época, os Estados Unidos desenvolveram uma série de mecanismos de combate ao expansionismo comunista. Já nos anos 1950, fora estabelecida pelas autoridades do país a Doutrina de Segurança Nacional, cujas diretrizes procuravam combater o “perigo vermelho” dentro e fora do território norte-americano.
No entanto, a despeito de tais esforços, grupos de esquerda e simpatizantes da causa comunista floresceram em diversas nações do continente. Frente a isso, e não raramente com auxílio estadunidense, forças conservadoras se mobilizaram nessas regiões e, atendendo a demanda de diversos setores da sociedade civil, apoiaram a instituição de governos militares. Através de golpes de Estado sucessivos, a América Latina assistiu nos anos 60 e 70 a ascensão de inúmeras ditaduras militares.
Nos anos 70 e 80, uma crise assolava a URSS, o que estava tornando-a frágil, e que foi agravado com o acidente nuclear de Chernobil, em 1986. Para enfrentar estes problemas, o presidente da URSS, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos: a perestroika (reforma econômica) e a glasnost (“liberdade de expressão à imprensa e transparência do governo). Esses planos foram afrouxando a ditadura que imperava aos outros países, aos poucos o Pacto de Varsóvia foi enfraquecendo e o Ocidente e o Oriente caminhavam rumo a paz. Os regimes comunistas começaram a cair país por país, a exemplo a Polônia, Hungria, Bulgária e a antiga Tchecoslováquia. O estopim foi a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989, que muitos historiadores dão como marco do fim da Guerra Fria.

A partir do texto acima, podemos dizer que a guerra fria foi um conflito indireto entre os EUA e a URSS, com violência evidente e mortes consequentes, em que o Brasil também sofreu influência. Ditaduras, guerras e desastres ecológicos ocorrem por questões estruturais, assim como as crises recorrentes. São fatos sociais, por isso são estudadas pelas ciências sociais. Colocar a culpa das mazelas sociais simplesmente na loucura e incompetência individual é um erro recorrente, que reforça a exclusão e os maniqueísmos alienantes. O acidente em Chernobil,, corroborou para o fim da guerra fria, evidenciando que desequilíbrios ecológicos podem ser decisivos na reorganização social. Os jogos podem ser usados para a paz entre os povos e a inclusão das diversas nações e pessoas, ou ideologicamente servir para a exclusão, acumulação capitalista e ao imperialismo cultural, assim como as músicas, filmes e a mídia em geral. Depende da compreensão e interesse de quem os usa. Um exemplo é a dança das cadeiras tradicional e a tecnologia social alternativa que fizemos em aula.

“Para a maior parte da humanidade, o processo de globalização acaba tendo, direta ou indiretamente, influência sobre todos os aspectos da existência: a vida econômica, a vida cultural, as relações interpessoais e a própria subjetividade. Ele não se verifica de modo homogêneo, tanto em extensão quanto em profundidade, e o próprio fato de que seja criador de escassez é um dos motivos da impossibilidade da homogeneização. Os indivíduos não são igualmente atingidos por esse fenômeno, cuja difusão encontra obstáculos na diversidade das pessoas e na diversidade dos lugares. Na realidade, a globalização agrava a heterogeneidade, dando-lhe mesmo um caráter ainda mais estrutural.” Milton Santos

 A partir do texto acima, podemos refletir sobre democracia e autonomia.  A democracia é um conceito social construído historicamente que relaciona outros como: acesso igualitário aos direitos e bens materiais e culturais produzidos, além de liberdade de expressão e participação. O processo de globalização observado por Milton Santos, falha principalmente no critério do acesso igualitário. Compreender as relações de dependência, as causas e consequências dos fatos e ações sociais, nos dá mais poder de intervenção e autonomia frente aos determinismos. Os filmes "The Wall" , "Que horas ela volta" e "O menino e o mundo", corroboram com o texto do Milton Santos, mostrando como nossa sociedade globalizada pode ser violenta e excludente. Por outro lado, apostam na consciência como possibilidade de autonomia e transformação. Ler, estudar, conhecer vários contextos, ideias e opiniões nos possibilita maior autonomia frente aos condicionamentos sociais que nos formaram. Infelizmente, existem alunos perdidos em seu papel social. Acham que quando lemos ou estudamos estamos seguindo as regras sociais e portanto ficamos mais presos à ditadura da sociedade. Acham que para buscar nossos próprios caminhos, devemos nos focando em somente um ponto de vista. Essa crença é alienação e enfraquecimento, pois deixa a pessoa mais presa aos padrões preestabelecidos naturalizados cotidianamente, sem base para comparar, analisar, escolher e criar caminhos alternativos.


QUESTÃO TIPO B SOCIOLOGIA (EXEMPLO) : Uma operária trabalhava 12h por dia em uma fábrica de camisas do Brasil. Um terço do tempo já seria o suficiente para produzir o número de camisas referentes ao seu salário. Um belo dia, o dono da fábrica comprou máquinas mais modernas que agilizavam o trabalho e requeriam menos mão de obra. Então despediu 300 empregados e a operária passou a produzir o triplo do que produzia proporcionalmente, chegando a uma produção mensal de 900 camisas, mas continuando a receber o mesmo salário. A partir dessas informações responda as questões a seguir  e marque a soma dos resultados no gabarito:
I- De quanto era a mais valia absoluta em horas diárias de trabalho? 8h
II- Quantos operários entraram para o exército industrial de reserva com o aumento da tecnologia? 300
III- Em quanto aumentou a mais valia (relativa), em número de camisas depois que entraram as máquinas mais modernas? 600
Resposta: 908

Sobradinho - Sá e Guarabyra (trecho)

O homem chega e já desfaz a natureza
Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia, vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar...
Dá no coração
O medo que algum dia
o mar também vire sertão
(...)

-A canção traz a discussão da capacidade humana de transformação do meio. A partir dela e das aulas podemos afirmar que: não somos melhores que outros animais. Temos que respeitar todo o planeta. A água é um recurso esgotável que não podemos utilizar indiscriminadamente ao nosso bel prazer. Nossa capacidade de planejamento, adquirida culturalmente, nos traz poder e responsabilidades. Porém, com uma vivência cotidiana individualista e alienada dificulta o planejar e o agir coletivamente. Nem sempre cuidamos bem do meio ambiente, para todos os seres vivos fiquem satisfeitos e seguros, como visto no filme "Ser Tão Velho Cerrado". Porém, existe muita gente pesquisando e se organizando para dar soluções mais sustentáveis para nossa relação com a natureza. Precisamos valorizar essas iniciativas e intensificá-las. Nossa relação com a natureza é uma construção histórica que já foi reorientada e tem toda viabilidade de ser novamente por nós mesmos, desde que haja ampliação da consciência coletiva. Portanto, a história social influencia fundamentalmente no trabalho das pessoas. Gente esforçada que corre atrás do que quer é importante, mas sem consciência coletiva pode degradar ainda mais o meio ambiente. Cada um sendo cidadão trabalhador e honesto ajuda muito, porém é necessário acessarmos estudos e tecnologias, mudar hábitos nocivos alienados estruturais, para resolvermos o problema da água.

 A partir do conceito de ideologia em Marx, podemos afirmar:
As ideologias restringem a autonomia, na medida em que naturalizam a realidade vigente dificultando o senso crítico, o questionamento e a criação de alternativas. Ideologias de dominação cultural, vindas da nossa história enquanto colônia de exploração, ainda são presentes na realidade social brasileira. Para Marx, a ideologia é um instrumento de dominação da classe dominante, passada pelas instituições sociais, que deve ser examinada e desconstruída. Ao contrário, Durkheim entende as instituições ideológicas como importantes para a coesão social que devem ser mantidas para diminuir o conflito e vivermos em paz, harmonia e gerarmos a democracia.