Amores,
esta será a última postagem do ano, pois agora somente teremos aulas de recuperação com poucos alunos. Nessa semana ficamos envolvidos com a ExpoFreire, um evento que brigamos no começo do ano para manter em nome da tradição, mas poucos acreditavam em sua efetivação tão no final do ano. No entanto, como sempre vocês arrasaram! Apesar das brigas, lágrimas e correrias, conseguiram fazer uma bela feira com vários trabalhos. Foi uma boa forma de terminar o ano, mesmo com pontuação incompatível com o esforço dos estudantes. Sei que vários se sentiram ou se sentirão injustiçados ao verem as notas, tão penalizadas burocraticamente. Porém, pensem que o aprendizado e a experiência ninguém tira de vocês. Infelizmente tirei poucas fotos, pois estava correndo para conseguir ver todos os trabalhos (o que foi impossível). Segue as únicas que tirei e mais algumas de dois colegas:
Esse ano escolar foi um dos mais difíceis dos meus 20 anos de Secretaria de Educação. Teve questões pessoais como a morte do meu pai, doença de irmão e mãe, cirurgia dos meus filhos, mas também as mudanças da escola pesaram. A semestralidade dificultou os projetos que tanto gosto e envolve os estudantes. Além disso, a vinculação ficou mais difícil, principalmente no segundo semestre. As eleições e a internet ampliaram a tensão nas relações. Me senti só, agredida e desiludida. Porém, sempre conhecemos coisas e pessoas novas, li muito, aprendi bastante. Estou me sentindo mais forte e decidida: no próximo ano quero trabalhar de manhã para acompanhar meus estudantes. Espero que consiga fazer um trabalho melhor, mais leve e possa me dedicar a novos estudos pessoais.
Bom final de ano para todos! Boas festas! Boas férias!
Vamos lá!
Acredito em um livro como creio nos sonhos ,
dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo
dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo
sábado, 8 de dezembro de 2018
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Desgastes e provas.
Bom dia,
nessa última semana de aula e provas comecei bem e terminei mais ou menos. Na segunda as turmas conseguiram mostrar trabalhos e fizemos discussões sobre apoio mútuo. Mesmo com a tensão de fim de ano correu tudo bem. A partir de terça comecei a me chatear. Mesmos minhas turmas de segundo ano terem sido tranquilas, os meus orientados da Expofreire que iria levar ao planetário furaram comigo. Fiquei bastante reflexiva sobre o descaso dos estudantes com o próprio conhecimento e sobre meu papel nessa questão que vejo a cada ano pior. Na aplicação das provas foi o ápice do aborrecimento. Estudantes tensos, mal educados e incompreensíveis, de diferentes turmas, nos dois dias quase me fizeram desistir da profissão. O que salvou, foi o passeio ao festival de cinema Lobo Fest: foram 54 estudantes que me deram orgulho pela atitude atenta aos curtas. Segue foto:
Ainda vai continuar o festival hoje e amanhã. Toda a programação é gratuita no Cine Brasília da 106 sul. Segue os horários destes dias:
Outra coisa que me animou, foi o pedido de ajuda de um grupo da Expofreire da manhã. Eles trabalham com a horta e me pediram para irem no sábado à escola com meu acompanhamento. Fico muito feliz com o engajamento de pessoas nas causa que acredito e por isso gosto de apoiar. Infelizmente, somente uma menina apareceu. Mas ainda assim, se unirmos aqueles que se interessam as coisas vão acontecendo. Segue algumas fotos dela com minha filha Elisa:
Por causa do desgaste emocional da semana, precisei descansar e acabei deixando para corrigir as VEs somente no domingo. Dessa vez mais gente gabaritou e ganhará o bombom no dia 6/12, quando divulgarei as notas no mural (só devolverei as provas e ajustarei notas nesse dia, pois estarei envolvida com a Expofreire até quarta). Segue a lista dos que tiraram a nota máxima na VE:
nessa última semana de aula e provas comecei bem e terminei mais ou menos. Na segunda as turmas conseguiram mostrar trabalhos e fizemos discussões sobre apoio mútuo. Mesmo com a tensão de fim de ano correu tudo bem. A partir de terça comecei a me chatear. Mesmos minhas turmas de segundo ano terem sido tranquilas, os meus orientados da Expofreire que iria levar ao planetário furaram comigo. Fiquei bastante reflexiva sobre o descaso dos estudantes com o próprio conhecimento e sobre meu papel nessa questão que vejo a cada ano pior. Na aplicação das provas foi o ápice do aborrecimento. Estudantes tensos, mal educados e incompreensíveis, de diferentes turmas, nos dois dias quase me fizeram desistir da profissão. O que salvou, foi o passeio ao festival de cinema Lobo Fest: foram 54 estudantes que me deram orgulho pela atitude atenta aos curtas. Segue foto:
Ainda vai continuar o festival hoje e amanhã. Toda a programação é gratuita no Cine Brasília da 106 sul. Segue os horários destes dias:
Outra coisa que me animou, foi o pedido de ajuda de um grupo da Expofreire da manhã. Eles trabalham com a horta e me pediram para irem no sábado à escola com meu acompanhamento. Fico muito feliz com o engajamento de pessoas nas causa que acredito e por isso gosto de apoiar. Infelizmente, somente uma menina apareceu. Mas ainda assim, se unirmos aqueles que se interessam as coisas vão acontecendo. Segue algumas fotos dela com minha filha Elisa:
Por causa do desgaste emocional da semana, precisei descansar e acabei deixando para corrigir as VEs somente no domingo. Dessa vez mais gente gabaritou e ganhará o bombom no dia 6/12, quando divulgarei as notas no mural (só devolverei as provas e ajustarei notas nesse dia, pois estarei envolvida com a Expofreire até quarta). Segue a lista dos que tiraram a nota máxima na VE:
1H | ISABELLE ANGELO |
1H | LUCAS DIAS DOURADO |
1H | CAROLINA MENDES |
1I | JOÃO VICTOR DE SOUZA |
1I | PEDRO PAULO BENZINHO |
1I | PRYSCILA CARDOSO |
1I | RAFAEL TORRES |
1J | JOSÉ HENRIQUE |
1J | SAMUEL MENDES |
1K | GABRIELA ABREU |
1K | KARINE DE ALMEIDA |
2H | CAMILA BRITO BORGES |
sábado, 24 de novembro de 2018
Solidariedade e revisão para a VE
Amores,
essa semana foi para finalizações das pesquisas, mostrar resultados de vídeos, painéis e propagandas. Porém, todas as turmas continuam no processo de articulação coletiva para os fechamentos dos trabalhos. É realmente difícil se organizar coletivamente em uma sociedade que nos treina cotidianamente a sermos individualistas e alienados da nossa condição coletiva. Por outro lado, a solidariedade é a base de qualquer grupo social e ela persiste. Seguem vídeos que passei em algumas turmas tratando da questão:
1º ano:
2º ano:
1º ano:
Duas turmas (1ºL e 1º J) apresentaram bons vídeos. Infelizmente não consigo colocar aqui, mas enviarei pelo WhatsApp. Nos 2ºs anos, boas propagandas foram feitas e serão transformadas em campanhas coletivas com programação viabilizando ações práticas, para entregar na próxima terça.
Uma das campanhas já começou a ser realizada hoje com o manejo da agrofloresta do Centro Acadêmico de Ciências Ambientais na UnB. Foram 25 adolescentes, mesmo com a chuva. Como sempre, fiquei bem impressionada com a disposição e postura dos estudantes, o que me anima a continuar fazendo projetos e ser professora. A seguir algumas fotos:
Os universitários do CAAMB se colocaram à disposição de todos que quiserem visitar e participar dos manejos. No face eles divulgam as atividades: https://www.facebook.com/caambunb
Também falaram sobre um concurso para a logo da agrofloresta deles (Gaia). O vencedor ganhará uma camisa com a logo. Interessados em participar devem enviar sua criação ao e-mail: diretoriadocaamb@gmail.com
Na próxima semana farei mais um passeio, provavelmente dia 29/11 logo após as provas, agora ao Cine Brasília para ver o festival de cinema internacional LOBO FEST. A ideia é alugarmos um ônibus e vermos a sessão das 17h. Mas esse festival tem outras atrações interessantes. Sugiro que busquem no site: http://www.lobofest.com.br/ . As atividades são gratuitas. Uma legal é a seguinte:
Bom, agora vamos para a revisão voltada à última VE de cada série:
1º ano:
A prova constará de 10 questões. Vale 2,0 pontos (0,2 para cada questão). Se você ler atentamente todos os texto e itens antes de marcar a única alternativa FALSA para cada questão, terá um resultado melhor do que tentando colar do colega, pois as provas têm gabaritos diferentes. Por tanto, fique focado em suas reflexões e aprendizados nas aulas desse semestre.
As
ciências sociais desenvolveram métodos e técnicas de pesquisas para
compreender os padrões, de maneira a evitar as naturalizações trazidas
na formação de quem investiga. A Antropologia urbana estuda
temas próximos ao pesquisador, exigindo mais rigor metodológico. O
recurso de estranhar o
conhecido, desconstrói analiticamente preconceitos do senso comum.
Apesar de ser um conhecimento
útil na adaptação social, o senso comum é permeado de preconceitos que
reproduzem opressões históricas, como as de raça e gênero. Assim,
métodos sistemáticos para
testar hipóteses podem ser úteis a qualquer cidadão, como vimos no filme
Erin Brockovich. Quando ficam restritos à universidade, deixam de
potencializar a compreensão e empoderamento de todos aqueles excluídos
dela. Projetos de pesquisa e fóruns no
ensino médio podem servir como meio para os alunos expressarem sua
opinião cotidiana, mas devem principalmente estimular o espírito
investigativo, a organização coletiva, a quebra dos preconceitos, com o
estranhamento e desnaturalização dos padrões vividos.
2º ANO:
essa semana foi para finalizações das pesquisas, mostrar resultados de vídeos, painéis e propagandas. Porém, todas as turmas continuam no processo de articulação coletiva para os fechamentos dos trabalhos. É realmente difícil se organizar coletivamente em uma sociedade que nos treina cotidianamente a sermos individualistas e alienados da nossa condição coletiva. Por outro lado, a solidariedade é a base de qualquer grupo social e ela persiste. Seguem vídeos que passei em algumas turmas tratando da questão:
1º ano:
1º ano:
Duas turmas (1ºL e 1º J) apresentaram bons vídeos. Infelizmente não consigo colocar aqui, mas enviarei pelo WhatsApp. Nos 2ºs anos, boas propagandas foram feitas e serão transformadas em campanhas coletivas com programação viabilizando ações práticas, para entregar na próxima terça.
Uma das campanhas já começou a ser realizada hoje com o manejo da agrofloresta do Centro Acadêmico de Ciências Ambientais na UnB. Foram 25 adolescentes, mesmo com a chuva. Como sempre, fiquei bem impressionada com a disposição e postura dos estudantes, o que me anima a continuar fazendo projetos e ser professora. A seguir algumas fotos:
Os universitários do CAAMB se colocaram à disposição de todos que quiserem visitar e participar dos manejos. No face eles divulgam as atividades: https://www.facebook.com/caambunb
Também falaram sobre um concurso para a logo da agrofloresta deles (Gaia). O vencedor ganhará uma camisa com a logo. Interessados em participar devem enviar sua criação ao e-mail: diretoriadocaamb@gmail.com
Na próxima semana farei mais um passeio, provavelmente dia 29/11 logo após as provas, agora ao Cine Brasília para ver o festival de cinema internacional LOBO FEST. A ideia é alugarmos um ônibus e vermos a sessão das 17h. Mas esse festival tem outras atrações interessantes. Sugiro que busquem no site: http://www.lobofest.com.br/ . As atividades são gratuitas. Uma legal é a seguinte:
Bom, agora vamos para a revisão voltada à última VE de cada série:
1º ano:
A prova constará de 10 questões. Vale 2,0 pontos (0,2 para cada questão). Se você ler atentamente todos os texto e itens antes de marcar a única alternativa FALSA para cada questão, terá um resultado melhor do que tentando colar do colega, pois as provas têm gabaritos diferentes. Por tanto, fique focado em suas reflexões e aprendizados nas aulas desse semestre.
"(...) ao homem
todas as coisas parecem naturais, nas quais é criado e nas quais se habitua
(...)" ( Discurso sobre a servidão voluntária - La Boétie)
O
trecho acima resume um ponto importante trabalhado ao longo de todo o
semestre: a naturalização dos padrões aprendidos socialmente. Desde as
primeiras dinâmicas sobre gostos, passando pelos texto do Paulo Freire,
que dava dicas para o desenvolvimento do hábito
de estudar, ressaltamos que o ser humano é construído a partir de
treinamento social. Até a capacidade humana de refletir e
questionar é treinada culturalmente e inicia-se com o hábito de imaginar
e
planejar. Para questionarmos a servidão
de qualquer pessoas precisamos desnaturalizar padrões opressores. Uma
função das ciências sociais
no Ensino Médio é desnaturalizar o que aprendemos como óbvio. Assim, até
para mudar padrões de estudo, aprendidos com a "Educação Bancária", é
necessário bastante consciência, determinação e esforço de quem o faz.
(...) entre tantas outras discussões necessárias ou
indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um
debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a
intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os
Estados e o poder econômico e financeiro mundial (...) (José Saramago - Este
mundo de injustiça globalizada - PAS/UnB)
Analisando o trecho acima à luz dos filmes "Erin
Brockovich", "O risco de uma história única" e
"Lute como uma menina",
Podemos
reconhecer que grandes empresas muitas vezes prejudicam comunidades
para
obter lucro sem responsabilidade social. Isso foi visto também
claramente no filme sobre a água e a Nestlé, quando fomos ao Cine
Brasília. Nessa perspectiva, devemos entender a participação política e a
democracia para além do voto. Para resolver todas as mazelas sociais
não basta votarmos
corretamente e depois das eleições cada um voltar a cuidar da sua vida
pessoal. Causas Sociais sucumbem quando a socialização
individualista prevalece, assim necessitamos nos mobilizar. A democracia
pressupõe que o povo de fato influa nos
rumos da sociedade e isso transcende o ato de votar. A democracia
precisa ser discutida e principalmente treinada nas famílias, escolas,
igrejas, Estado, mídia, quebrando o individualismo e as injustiças,
exercitando o diálogo, a organização coletiva, o senso crítico e a
responsabilidade social.
Infelizmente,
há um padrão hegemônico de socialização fragmentada em nosso meio,
desestimulando
relações e reflexões profundas. Várias dinâmicas foram feitas nas
últimas aulas para elucidar esse fato social. Partimos do questionamento
do jogo "danças das cadeiras" para mostrar que muitas vezes somos
socializados para "nos dar mal" com as pessoas, aumentando preconceitos e
violências. Em diversos grupos sociais há socialização permeada por
ideologias machistas, racistas, classistas e individualistas. As
brincadeiras e jogos treinam as crianças para viver dentro do padrão
social. Como vivemos em uma sociedade de solidariedade orgânica
(Durkheim), existem padrões contraditórios na base de nossa
socialização. Ao mesmo tempo nos dizem para amar o próximo e sermos
gentis, naturalizam e estimulam a competição excludente, o isolamento, a
desconfiança e a reação agressiva. Saber lidar com conflitos é
aprendizado social importante
em sociedades diversas e desiguais como a nossa.
A
escola pode ser um bom espaço de treinamento democrático. Ao
realizarmos fóruns, grupos de trabalhos, ciclos de
debates, oficinas, treinamos atitudes democráticas. Técnicas de
pesquisas podem auxiliar o cidadão a intervir
de forma mais consciente e autônoma na sociedade. Os estudantes podem
reunir condições de intervir
coletivamente na construção da escola que querem estudar. Assim, além de
assistir às aulas respeitosamente e fazer provas com atenção, temos
diversas outras maneiras de contribuirmos para a escola e a sociedade
ser melhor.
"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução
pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."(Trecho inicial da
Constituição Brasileira)
"Você ri da
minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo..."(trecho canção Sandra de Sá)
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo..."(trecho canção Sandra de Sá)
A partir das aulas de Sociologia analisaremos os textos acima,
relacionando com os filmes "Atlântico Negro", "O Povo Brasileiro,
"Pro dia Nascer feliz" e "Lute como uma menina".
A valorização da igualdade e do bem comum é algo que
vem sendo construído pela história e cultura.
O reconhecimento e respeito à pluralidade possibilita o
aprendizado com a alteridade. Infelizmente, no Brasil, os jovens tem condições desiguais de
educação escolar, gerando injustiça, violência e abandono. Valorizar a diversidade e superar as desigualdades é
fundamental para construirmos uma escola melhor para todos.
Temos matrizes culturais diferentes formando nossa
identidade, que nem sempre valorizamos. Existem contradições em nossa
nação que influenciam nossas escolhas, mesmo que inconscientemente. Compreender nossa formação contraditória nos permite
refletir e questionar os preconceitos aprendidos. Para a solução pacífica das controvérsias precisamos
respeitar e apreiveitar as diferenças, inclusive religiosas.
O
contexto social no qual o indivíduo está inserido
condicionará seus hábitos e influenciará suas escolhas." Como nos
tornamos quem somos?" é a questão
central colocada neste ano em Sociologia e presente no PAS. O
sincretismo cultural como elemento da identidade
nacional, é evidenciado em algumas obras do PAS, como nos filmes citados
acima e no do Jorge Amado. Esse filme explica como a ideia de um
indivíduo puro, livre das
influências sociais, apto a construir um país melhor, foi construída em
uma época que ainda influi um pouco em nosso país. Porém, Jorge Amado é
contra a eugenia e defende a democracia racial postulada por Gilberto
Freire.
"Ela ia morrer
mesmo. Eu só adiantei"(fala de entrevistada no filme "Pro dia nascer
feliz")
A
fala acima é um
alerta para a condição de anomia que vários jovens estão em sociedades
como a
nossa. Durkheim criou o conceito de anomia para definir a doença
social que degradava as relações em sua época. A exclusão está na base
da anomia, que para Durkheim pode
ser superada reforçando-se as instituições sociais. Essas instituições
devem socializar para a compreensão da diversidade como elemento
fundamental em nossa sociedade, devendo ser apreciado. Se engajar na
luta pela justiça só é possível se a pessoa
trabalhar em grupo, incluindo pessoas diferentes de nós, que em geral
tendemos a ter antipatia.
As
ciências sociais trazem a diversidade de pensamento e
de teorias como representações da realidade. A diversidade gera ambiente
mais rico e criativo, porém
precisamos aprender a lidar com conflitos decorrentes. Contextos de
solidariedade orgânica são mais suscetíveis
à anomia, construção social típica da modernidade. O fato social
violência é uma construção contextual, portanto pode ser superada, desde
que desnaturalizada e desconstruída, como mostrado no filme
Escritores da Liberdade.
2º ANO:
A prova consta de 15 questões, de
0,2 cada, totalizando 3,0 pontos. Leia atentamente as questões,
julgue-as como verdadeiras (v) ou falsas (f), depois assinale a
sequência de v e f correta no final
desta prova para cada questão e marque a alternativa correspondente no
gabarito; Avalie de acordo com o que foi visto em aulas, filmes e livros nesse
semestre. Somente o gabarito terá efeito para correção. Questões
rasuradas ou à lápis não poderão ser questionadas após a correção. Boa Prova!
As ciências sociais somente estudam fatos sociais. A
exclusão e a ecologia são analisadas pela Sociologia como fato social: geral,
exterior e coercitivo. Mesmo a democracia e a ecologia muitas vezes sendo
consideradas utopias, são temas importantes às ciências sociais sempre voltadas
para a pesquisa e análise da realidade, com vistas à desnaturalização dos
padrões construídos. Existem fatos sociais indesejáveis aos valores
hegemônicos, tais como a violência e a degradação ambiental, que precisam ser
investigados para pensarmos em soluções.
O
consumismo, a competição excludente e o individualismo são típicos do
Capitalismo. O individualismo excludente é treinado e naturalizado desde a
infância, por jogos, ditos e ações sutis. Assim, ecologia, como o racismo e o
machismo, são temas importantes para refletirmos sobre as contradições da nossa
sociedade.
O
crescimento técnico e econômico nem sempre gera benefícios a todos, pois
depende da forma que é feito e aproveitado. No Brasil o crescimento econômico geralmente
gerou maior concentração de riquezas e de bens simbólicos. Com os dados
históricos, podemos discordar com o dito: "É preciso crescer o bolo para
depois dividir". Historicamente no Brasil, vemos que o salário mínimo
diminuiu ou se manteve igual a despeito do crescimento do PIB. Na época do
"Milagre Econômico", na ditadura militar, foi a época em que o
salário mínimo foi mais baixo, proporcionalmente.
No filme
"O menino e o mundo", vimos que o protagonista sempre foi pobre, com
poucas escolhas pessoais e desvalorização de sua qualificação. O
subdesenvolvimento é um lugar perene na divisão internacional do trabalho dada
historicamente. A dependência é perpetuada desde a colonização, sob o domínio
do capital estrangeiro no Brasil. Por isso, é errôneo, pelos olhos das ciências
sociais, afirmar que "somos dependentes simplesmente porque temos mais
preguiçosos e corruptos do que outros países".
A crise de 1929, potencializou a industrialização
brasileira. Porém, quando nos industrializamos, nos mantivemos dependentes, enquanto
capitalistas periféricos, com muitas contradições. Nossa industrialização não
significou rompimento com nossa condição de dependência, porque se sustentou
com o capital e empresas internacionais. Getúlio Vargas teve papel importante
no reordenamento da economia nacional, nesse momento de crise. Em momentos de
crises mundiais, em vários países o Estado assumiu a economia, como fez Getúlio.
A URSS, ficou fora da crise naquele momento, pois vivia uma economia
planificada. Nas economias planificadas o Estado gerencia a produção e a
distribuição econômica.
Desde pequenos adquirimos informações e valores que nos
levam a crer que os produtos europeus ou norte-americanos são melhores que os
nossos, como Carina no filme "A Máquina". A dominação cultural,
propagada pelas instituições sociais, tem papel importante na dominação e
concentração socioeconômica. "Nordestina" era pouco valorizada por
isso estava "morrendo". Por isso, muitos brasileiros acreditam
erroneamente que tudo que vem do Brasil é pior que nos outros países, achando
melhor importar produtos e cultura para nos modernizarmos, como visto no filme
"A máquina". Esse pensamento alimenta o ciclo da dependência iniciado
desde a colonização, pois desvaloriza nosso povo e piorando nossas condições de
trabalho.
O trabalho é um bem
coletivo, já que só pode ser realizado a partir de todo um legado
socioeconômico. Temos um desemprego estrutural naturalizado que prejudica
inclusive várias pessoas com boa formação. Trabalho infantil e escravo, assim
como abandono e insustentabilidade são problemas persistentes que precisam ser
estudados para produzirmos políticas públicas de correção ou superação.
Tendo em
vista os conteúdos abordados em sala, o dia da Consciência Negra e o capítulo
sobre Sociologia Brasileira analise as questões a seguir:
O Dia Nacional da Consciência
Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. A ocasião é dedicada à
reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi
escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos
Palmares, em 1695. A
palavra quilombo faz referência ao idioma banto, sendo uma referência para “
guerreiro de floresta”. A Sociologia tem como preocupação entender de que forma
as relações raciais foram construídas historicamente e seus reflexos na
atualidade. O preconceito racial existente no Brasil não é por “gota de sangue”, ou seja, racismo de marca, no qual se
seu avô é negro você pode ser alvo de preconceito racial. O racismo aqui é mais
voltado para a aparência e a identidade cultural do negro. De acordo com as
noções da pigmentocracia/ colorismo quanto mais escura for sua pele ou mais
marcados forem seus traços, mais racismo você irá sofrer, uma vez que o racismo
no contexto brasileiro é a partir do fenótipo do indivíduo. O conceito de democracia racial é questionado
hoje como um mito culturalista sem evidência estatística. O movimento negro
condena esse conceito por mascarar o racismo, assim como entende a categoria
"pardo" como sendo uma alternativa ruim para intitular a população miscigenada,
por motivo semelhante. A forma como a história da população negra foi contada é
baseada na narrativa da população branca, esse fenômeno pode ser intitulado
como história única. Vários filmes passados neste bimestre, mesmo quando tratam
de temáticas diferentes da racial, fazem paralelo ou reflexão sobre essa
questão. Por exemplo, podemos citar os filmes: "The Wall", "Que
horas ela volta" e "A Máquina", além de pequenos vídeos vistos
como a música "Manifestação".
Fazendo
um paralelo entre os filmes “Que horas ela volta”e os outros vistos neste
bimestre, vimos que as desigualdades e violências reproduzidas por séculos no
mundo ainda permanece em alguma medida. Todos evidenciam contradições de um
sistema alienante e violento para que haja reflexão disso. Relacionar informações, leituras, filmes,
experiências, amplia nossos conhecimentos e possibilidades.
De acordo com Florestan Fernandes a desigualdade social está
relacionada a escravidão. O empoderamento das mulheres, negros e de outras
minorias contribui para a democracia. O
livro didático tem posicionamento a favor das cotas raciais, já que contesta
quem a considera errada mostrando resultados positivos da política pública de
pesquisas feitas. Tendência ideológica ou moral em materiais didáticos ou no
processo ensino-aprendizagem são, na realidade, inevitáveis. O melhor que podemos
fazer é abrir espaço para a pluralidade de pensamentos por meio do debate, algo
feito constantemente ao longo do semestre. O debate deve partir de análises atuais baseadas em índices
demonstrativos estatísticos que orientam políticas públicas. Há diversas fases
de análise da desigualdade social no Brasil, de acordo com o contexto de cada
época. Os analistas sociais nem sempre
se colocaram ao lado do povo brasileiro, ou contra o racismo e a dominação.
Intelectuais são pessoas suscetíveis às ideologias vigentes de sua época, assim
como nós, por isso precisamos nos manter críticos, buscando diversas fontes
para incrementar nossa reflexão.
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
Trabalhos, resultados, expressão e ações coletivas.
Amores,
estamos na última semana de aulas regulares. A partir de quarta as turmas deverão me apresentar os últimos trabalhos como resultado de todo um aprendizado teórico/prático. Cobrarei os painéis digitais de turma e o vídeo produzido (1º ano) ou as campanhas de conscientização (2º ano). Esses serão a culminância do trabalho de pesquisa e de divulgação dos resultados, análises, relações com os conteúdos e propostas de vocês. Por conta do feriado e da VG, a semana passada foi curta. Praticamente dei alguma revisão do conteúdo junto com avaliação oral para auxiliar na prova e olhei os trabalhos dando dicas para a tarefa coletiva desta semana. Sei que, principalmente para os alunos de 1º ano, essas tarefas deixam vocês bem tensos, mas pensem que além de tirá-los da zona de conforto, podem propiciar crescimento e expressão pessoal e coletiva. Para facilitar um pouco, segue abaixo o detalhamento das atividades:
estamos na última semana de aulas regulares. A partir de quarta as turmas deverão me apresentar os últimos trabalhos como resultado de todo um aprendizado teórico/prático. Cobrarei os painéis digitais de turma e o vídeo produzido (1º ano) ou as campanhas de conscientização (2º ano). Esses serão a culminância do trabalho de pesquisa e de divulgação dos resultados, análises, relações com os conteúdos e propostas de vocês. Por conta do feriado e da VG, a semana passada foi curta. Praticamente dei alguma revisão do conteúdo junto com avaliação oral para auxiliar na prova e olhei os trabalhos dando dicas para a tarefa coletiva desta semana. Sei que, principalmente para os alunos de 1º ano, essas tarefas deixam vocês bem tensos, mas pensem que além de tirá-los da zona de conforto, podem propiciar crescimento e expressão pessoal e coletiva. Para facilitar um pouco, segue abaixo o detalhamento das atividades:
SISTEMATIZAÇÃO RESULTADOS DE PESQUISA DA TURMA (1ºs anos - 3,0 pontos)
PAINEL
- Formatação: 90cm
altura por 60cm de largura, ou 1m20cm altura por 90 largura. Fonte/letra:
Arial, título:43, subtítulo: 32, texto:28, notas 18, rodapé 16. A princípio só é necessário entregar no
formato digital e impressão em folha A4 (modelo enviado no grupo)
- Introdução: Justificar a escolha do tema e sua
relevância social. Relacionar o tema com conteúdos vistos em Sociologia e dados
secundários encontrados em pelo menos 3 fontes diferentes na internet.
- Pesquisa: Colocar os resultados relevantes da
pesquisa de dados primários sistematizados em gráficos, tabelas e fotos. É
necessário aparecer :
1) gráfico dos resultados dos questionários quantitativos
(cerca de 100 entrevistados).
2) tabela comparativa entrevistas qualitativas (cerca de 8).
3) foto grupos focais e tabela comparativa.
- Análise: pode ser feita ao longo de todo o painel a
medida que os resultados são apresentados, ou junto com a conclusão. Podem ser
usadas fotos ilustrativas para dar mais beleza, clareza e impacto ao que está
sendo dito.
- Conclusões e proposições: É necessário fechar o
trabalho dizendo o que ficou de aprendizado para a turma e propor ações
coletivas a partir do que foi aprendido.
- Bibliografia: colocar todos os links utilizados na
pesquisa (mínimo 3) com a data da visitação. Também devem ser listados os
livros utilizados, com os autores e datas de publicação.
- Notas: Sempre abaixo de uma imagem, seja gráfico,
tabela, foto ou imagem ilustrativa deve vir escrito notas sobre a fonte de onde
foi tirada, ou como foi construída aquela informação (obrigatório). No rodapé
(opcional), podem ser feitas notas gerais, explicativas sobre autores, lugares
onde a pesquisa foi feita e metodologia utilizada.
VÍDEO
Deve traduzir também todo o resultado de pesquisa e análise da
turma sobre o tema escolhido no bimestre. Deve ter NO MÁXIMO 5min de duração e
a maior variedade de dados e imagens possível, sendo claro, consistente e
interessante.
2ºs anos - PROPAGANDAS DE CONSCIENTIZAÇÃO (1,0 ponto)
- Formato: pode ser digital ou impresso. O importante é ser impactante e criativo.
- Começou individualmente, mas terão que articular esforços nos temas semelhantes pensando toda a campanha.
- Relacionar conteúdos aprendidos no semestre será valorizado.
- Divulgar ou criar ações e programas de intervenções atuais para que as pessoas possam se engajar.
Exemplo:
Essa atividade realmente ocorrerá neste sábado e estão todos convidados! Quero que a escola seja um ponto de cultura, pesquisa e de ação social. É um espaço de encontro presencial, onde podemos unir nossas forças para objetivos comuns, como aprender e construir um ambiente melhor para todos.
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Revisão para a VG 4º bimestre
Boa noite,
ando muito cansada e desgostosa com minha profissão. Sinto que meus esforços são pouco valorizados e aproveitados pelos alunos. Por isso, desanimei de escrever nesse fim de semana. Mas o senso de responsabilidade e vários rostinhos amorosos que vi hoje me reanimaram. Então, mais uma vez envio a revisão da VG de cada série abaixo. Espero que dessa vez mais estudantes leiam. Boa prova a todos:
SOCIOLOGIA TIPO B - Considerando os temas educação e pesquisa, julgue os itens abaixo e some os números correspondentes às alternativas corretas:
A violência é um fato social construído e atualizado por milênios de história da humanidade. Somos capazes de compreender as relações entre o macro e o microssocial que reproduzem a violência, como fizemos por meio de dinâmicas e debates. Jogos podem ser elaborados ou utilizados como tecnologias sociais para a superação da violência, da exclusão e do individualismo. A violência, assim como a anomia, são construções sociais e portanto possíveis de serem superadas, com consciência e treino social.
ando muito cansada e desgostosa com minha profissão. Sinto que meus esforços são pouco valorizados e aproveitados pelos alunos. Por isso, desanimei de escrever nesse fim de semana. Mas o senso de responsabilidade e vários rostinhos amorosos que vi hoje me reanimaram. Então, mais uma vez envio a revisão da VG de cada série abaixo. Espero que dessa vez mais estudantes leiam. Boa prova a todos:
Textos de revisão VG 4º BIMESTRE SOCIOLOGIA
1º ANO
Espaço: a tensa coabitação dos contrários
Ruy Moreira
“Olhando o mundo, vê-se que é ele formado pela
diversidade. Povoa-o a pluralidade: vemos as árvores, os animais, as nuvens, as
rochas, os homens. A diversidade é o que chama nossa atenção de imediato.
Na medida em que, entretanto a experienciamos no
convívio mais íntimo, vem-nos a noção de que junto com a diversidade há a
unidade. Uma interligação entre as diferentes coisas faz que a diversidade
acabe contraditoriamente se fundindo na unidade única de um só todo.
A grande pergunta que devemos, fazer é o que leva
tudo a ser diferente e ao mesmo tempo uma só realidade. A resposta relaciona-se
a como o homem se localiza dentro desse mundo e a partir daí o vê e unifica. É
quando o mundo estendido diante dele se revela uma grande coabitação. Uma
convivência global, onde animais, vegetais, nuvens, chuvas, tudo se relaciona
num viver com o homem. E assim não só o homem não se vê como uma figura isolada
e inerte dentro dessa diversidade, como também se vê como co-participe e
criador do mundo. Compreende que tem com o todo uma relação de sujeito-objeto,
criando e sendo criado no mundo. Isto é, que não apenas coabita, mas atua, age
sobre a diversidade, rearrumando-a no sentido de dar-lhe a forma unitária de um
modo de vida, torná-lo um mundo, e assim constrói-se a si mesmo.” (Extraído de "O círculo e a espiral",
Edições AGB Niterói, 2004)
A partir do texto acima e do que aprendeu sobre conhecimento
e representações, podemos inferir que o
ser humano dá sentido às informações diversas e até contraditórias a
partir das representações que adquire com a sua cultura. As ciências sociais
propuseram conceitos, teorias , representações diversas sobre a realidade
também diversa. Cada forma de ver o mundo nos mostra aspectos distintos da
complexidade. Compreender as relações de dependência, as causas e consequências dos fatos e ações
sociais, nos dá mais poder de intervenção e autonomia frente aos determinismos.
Ler, estudar, conhecer vários contextos, ideias e opiniões nos possibilita
maior autonomia frente aos condicionamentos sociais que nos formaram.
Infelizmente, existem alunos perdidos em seu papel social. Acham que quando
lemos ou estudamos estamos seguindo as regras sociais e portanto ficamos mais
presos à ditadura da sociedade. Acham que para buscar nossos próprios caminhos,
devemos nos focando em somente um ponto de vista. Essa crença é alienação e
enfraquecimento, pois deixa a pessoa mais presa aos padrões preestabelecidos
naturalizados cotidianamente, sem base para comparar, analisar, escolher e
criar caminhos alternativos.
IMAGEM OBRA OS OPERÁRIO DE TARSILA DO AMARAL. A diversidade da população brasileira: um ponto
crucial na discussão de questões contemporâneas.
A partir da imagem acima, do filme "Pro dia nascer
Feliz" e dos conceitos de Durkheim, podemos afirmar que a sociedade
brasileira atual é diversa e hegemonicamente de solidariedade orgânica. Nas
escolas privadas de elite, a diversidade é menor do que nas escolas públicas. Nas escolas vistas, há alguma
cooperação entre as diversas pessoas, porém com exclusões e violências. Apesar da Solidariedade Orgânica ser mais
poderosa, é mais suscetível à anomia, na qual várias pessoas ficam à margem da
sociedade, sem se identificar com essa.. Anomia foi estudada por Durkheim como
o fato social fundamental das mazelas sociais.
Que preto branco índio o quê?
(ANTUNES, Arnaldo.
Inclassificáveis. IN: O silêncio. São Paulo: Warner, 1996.)
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes
orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs
[...]
aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias
tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.
somos o que somos
inclassificáveis.
A partir da canção acima , do filme "Escritores da
Liberdade" e do que foi visto em aulas, podemos afirmar que no Brasil
vemos uma miscigenação maior do que nos Estados Unidos da América. Rotular
pessoas por sua cor, etnia, origem cultural, estigmatiza , violenta e tende a
exclusão. A professora do filme estimulou os alunos a superar as barreiras do
racismo com dinâmicas e leitura. Mesmo havendo maior miscigenação, o racismo no
Brasil é muito grande. Longe de ser mais inclusivo e amoroso que os outros
países, temos taxas altíssimas de exclusão e suicídio, evidenciando uma anomia
existente. Cada sociedade tem suas contradições e problemas a serem superados.
A consciência do etnocentrismo como fenômeno universal nos ajuda a percebê-lo e
combatê-lo.
SOCIOLOGIA TIPO B - Considerando os temas educação e pesquisa, julgue os itens abaixo e some os números correspondentes às alternativas corretas:
Avaliar o
processo educacional é necessário para construirmos aulas cada vez mais
efetivas para um número maior de pessoas. Durkheim, como funcionalista, valorizava
os dois temas como soluções para os problemas sociais. Pesquisa é fundamental
para quem quer ampliar seus horizontes e encontrar alternativas ao que temos.
Ela é a prática básica das ciências sociais. No filme da Erin Brockovich vimos
que pesquisas são úteis não só para acadêmicos. Cidadãos comuns podem
utilizá-las para fins práticos de intervenção social.
A violência é um fato social construído e atualizado por milênios de história da humanidade. Somos capazes de compreender as relações entre o macro e o microssocial que reproduzem a violência, como fizemos por meio de dinâmicas e debates. Jogos podem ser elaborados ou utilizados como tecnologias sociais para a superação da violência, da exclusão e do individualismo. A violência, assim como a anomia, são construções sociais e portanto possíveis de serem superadas, com consciência e treino social.
2º ANO
TEXTO 1 : Guerra Fria,
ditaduras e Chernobil (trechos escolhidos)
No final de 1945, a Segunda Guerra Mundial acaba. Após longos 6
anos de conflitos e 60 milhões de mortos, a paz, em nível aceitável, voltava ao
globo. Após esse conflito, duas superpotências emergiram: Estados Unidos, o
gigante capitalista do Oeste e a União Soviética, o gigante socialista do
Leste. Assim como a mídia e a política, os Jogos Olímpicos não ficaram de fora
desse embate.
site: http://www.surtoolimpico.com.br/2012/03/os-jogos-olimpicos-e-guerra-fria.html (visitado em 5/6/2016)
As ditaduras na América Latina se estabeleceram no período em que
a ordem internacional sofria pelos enfrentamentos da Guerra Fria. Na época, os
Estados Unidos desenvolveram uma série de mecanismos de combate ao
expansionismo comunista. Já nos anos 1950, fora estabelecida pelas autoridades
do país a Doutrina de Segurança Nacional, cujas diretrizes procuravam combater
o “perigo vermelho” dentro e fora do território norte-americano.
No entanto, a despeito de tais esforços, grupos de esquerda e
simpatizantes da causa comunista floresceram em diversas nações do continente.
Frente a isso, e não raramente com auxílio estadunidense, forças conservadoras
se mobilizaram nessas regiões e, atendendo a demanda de diversos setores da
sociedade civil, apoiaram a instituição de governos militares. Através de
golpes de Estado sucessivos, a América Latina assistiu nos anos 60 e 70 a
ascensão de inúmeras ditaduras militares.
site: http://educacao.globo.com/historia/assunto/guerra-fria/ditaduras-na-america-latina.html (visitado em 5/6/2016)
Nos anos 70 e 80, uma crise assolava a URSS, o que estava tornando-a
frágil, e que foi agravado com o acidente nuclear de Chernobil, em 1986. Para
enfrentar estes problemas, o presidente da URSS, Mikhail Gorbachev aplicou dois
planos: a perestroika (reforma econômica) e a glasnost (“liberdade de expressão
à imprensa e transparência do governo). Esses planos foram afrouxando a
ditadura que imperava aos outros países, aos poucos o Pacto de Varsóvia foi
enfraquecendo e o Ocidente e o Oriente caminhavam rumo a paz. Os regimes
comunistas começaram a cair país por país, a exemplo a Polônia, Hungria,
Bulgária e a antiga Tchecoslováquia. O estopim foi a queda do Muro de Berlim em
9 de novembro de 1989, que muitos historiadores dão como marco do fim da Guerra
Fria.
site: https://guerrasportalprofessor.wordpress.com/grandes-guerras/guerra-fria/ (visitado em 5/6/2016)
A partir do texto acima, podemos dizer que
a guerra fria foi um conflito indireto entre os EUA e a URSS, com violência
evidente e mortes consequentes, em que o Brasil também sofreu influência. Ditaduras,
guerras e desastres ecológicos ocorrem por questões estruturais, assim como as
crises recorrentes. São fatos sociais, por isso são estudadas pelas ciências
sociais. Colocar a culpa das mazelas sociais simplesmente na loucura e incompetência
individual é um erro recorrente, que reforça a exclusão e os maniqueísmos alienantes.
O acidente em Chernobil,, corroborou para o fim da guerra fria, evidenciando
que desequilíbrios ecológicos podem ser decisivos na reorganização social. Os jogos podem ser usados para
a paz entre os povos e a inclusão das diversas nações e pessoas, ou ideologicamente servir para a exclusão, acumulação capitalista e ao
imperialismo cultural, assim como as músicas, filmes e a mídia em geral.
Depende da compreensão e interesse de quem os usa. Um exemplo é a dança
das cadeiras tradicional e a tecnologia social alternativa que fizemos em aula.
“Para a maior parte da humanidade, o
processo de globalização acaba tendo, direta ou indiretamente, influência sobre
todos os aspectos da existência: a vida econômica, a vida cultural, as relações
interpessoais e a própria subjetividade. Ele não se verifica de modo homogêneo,
tanto em extensão quanto em profundidade, e o próprio fato de que seja criador
de escassez é um dos motivos da impossibilidade da homogeneização. Os
indivíduos não são igualmente atingidos por esse fenômeno, cuja difusão
encontra obstáculos na diversidade das pessoas e na diversidade dos lugares. Na
realidade, a globalização agrava a heterogeneidade, dando-lhe mesmo um caráter
ainda mais estrutural.” Milton Santos
A partir do texto
acima, podemos refletir sobre democracia e autonomia. A democracia é um conceito social construído
historicamente que relaciona outros como: acesso igualitário aos direitos e
bens materiais e culturais produzidos, além de liberdade de expressão e
participação. O processo de globalização observado por Milton Santos, falha
principalmente no critério do acesso igualitário. Compreender as relações de
dependência, as causas e consequências dos fatos e ações sociais, nos dá mais
poder de intervenção e autonomia frente aos determinismos. Os filmes "The
Wall" , "Que horas ela volta" e "O menino e o mundo",
corroboram com o texto do Milton Santos, mostrando como nossa sociedade globalizada
pode ser violenta e excludente. Por outro lado, apostam na consciência como
possibilidade de autonomia e transformação. Ler, estudar, conhecer vários
contextos, ideias e opiniões nos possibilita maior autonomia frente aos
condicionamentos sociais que nos formaram. Infelizmente, existem alunos
perdidos em seu papel social. Acham que quando lemos ou estudamos estamos
seguindo as regras sociais e portanto ficamos mais presos à ditadura da sociedade.
Acham que para buscar nossos próprios caminhos, devemos nos focando em somente
um ponto de vista. Essa crença é alienação e enfraquecimento, pois deixa a
pessoa mais presa aos padrões preestabelecidos naturalizados cotidianamente, sem
base para comparar, analisar, escolher e criar caminhos alternativos.
QUESTÃO TIPO B SOCIOLOGIA (EXEMPLO) : Uma operária trabalhava 12h
por dia em uma fábrica de camisas do Brasil. Um terço do tempo já
seria o suficiente para produzir o número de camisas referentes ao seu salário.
Um belo dia, o dono da fábrica comprou máquinas mais modernas que agilizavam o
trabalho e requeriam menos mão de obra. Então despediu 300 empregados e
a operária passou a produzir o triplo do que produzia proporcionalmente,
chegando a uma produção mensal de 900 camisas, mas continuando a receber o
mesmo salário. A partir dessas informações responda as questões a seguir e marque a soma dos resultados no gabarito:
I- De quanto era a mais valia absoluta em horas diárias de
trabalho? 8h
II- Quantos operários entraram para o exército industrial de
reserva com o aumento da tecnologia? 300
III- Em quanto aumentou a mais valia (relativa), em número
de camisas depois que entraram as máquinas mais modernas? 600
Resposta: 908
Sobradinho - Sá e Guarabyra (trecho)
O homem
chega e já desfaz a natureza
Tira a
gente põe represa, diz que tudo vai mudar
O São
Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que
dia menos dia, vai subir bem devagar
E passo a
passo vai cumprindo a profecia
Do beato
que dizia que o sertão ia alagar
O sertão
vai virar mar...
Dá no
coração
O medo
que algum dia
o mar
também vire sertão
(...)
-A canção traz a
discussão da capacidade humana de transformação do meio. A partir dela e das
aulas podemos afirmar que: não somos melhores que outros animais. Temos
que respeitar todo o planeta. A água é um recurso esgotável que não podemos
utilizar indiscriminadamente ao nosso bel prazer. Nossa capacidade de planejamento, adquirida
culturalmente, nos traz poder e responsabilidades. Porém, com uma
vivência cotidiana individualista e alienada dificulta o planejar e o agir
coletivamente. Nem sempre cuidamos
bem do meio ambiente, para todos os seres vivos fiquem satisfeitos e seguros,
como visto no filme "Ser Tão Velho Cerrado". Porém, existe muita
gente pesquisando e se organizando para dar soluções mais sustentáveis para
nossa relação com a natureza. Precisamos valorizar essas iniciativas e
intensificá-las. Nossa relação com a natureza é uma construção histórica que já
foi reorientada e tem toda viabilidade de ser novamente por nós mesmos, desde
que haja ampliação da consciência coletiva. Portanto, a história social
influencia fundamentalmente no trabalho das pessoas. Gente esforçada que corre
atrás do que quer é importante, mas sem consciência coletiva pode degradar
ainda mais o meio ambiente. Cada um sendo cidadão trabalhador e honesto ajuda
muito, porém é necessário acessarmos estudos e tecnologias, mudar hábitos
nocivos alienados estruturais, para resolvermos o problema da água.
A partir do conceito
de ideologia em Marx, podemos afirmar:
As ideologias restringem a autonomia, na medida em que
naturalizam a realidade vigente dificultando o senso crítico, o questionamento
e a criação de alternativas. Ideologias de dominação cultural, vindas da nossa
história enquanto colônia de exploração, ainda são presentes na realidade
social brasileira. Para Marx, a ideologia é um instrumento de dominação da
classe dominante, passada pelas instituições sociais, que deve ser examinada e
desconstruída. Ao contrário, Durkheim entende as instituições ideológicas como importantes
para a coesão social que devem ser mantidas para diminuir o conflito e vivermos
em paz, harmonia e gerarmos a democracia.
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