Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



segunda-feira, 30 de março de 2020

Como estamos? Diálogo e investigação.

Amores,

percebo que há cada vez  menos leitores dessas postagens e fico pensando se está sendo mesmo útil ou se será em um retorno cada dia mais incerto. De qualquer maneira, gosto de escrever porque me mantém conectada com o trabalho e também me organiza emocionalmente. Quando voltarmos, a primeira tarefa que farei é uma discussão sobre o que houve de difícil e de aprendizado para vocês neste período de quarentena. Sugiro que escrevam suas reflexões sobre o panorama social, suas relações, inquietações, toda semana para treinar a escrita e a produção sistemática de conhecimento. Dúvidas e questionamentos também são importantes de serem anotados. Se mantenham em espírito investigador. Essas anotações valerão pontos do portfólio. Desenhos autorais, reportagens analisadas por vocês também valem. Se conseguirem relacionar com os textos que estão no moodle ou trazidos nas aulas anteriores mais valor terá.
Dando exemplo, vou escrever agora um pouco do que tem acontecido comigo nesta quarentena:
Sempre sonhei com um tempo para cuidar de mim, da casa e dos filhos. De ter todos que eu mais amo convivendo comigo sem tantas interferências de estudo, trabalho, festas e outras demandas que me inquietavam todos os dias. Era uma pessoa extremamente produtiva, porém me sentia constantemente ansiosa e exausta. Agora o universo conspirou para esse sonho se realizar, porém estou sendo bem inábil para aproveitá-lo. Percebi que fui treinada a vida toda para o estudo, o trabalho intelectual e resolver problemas na rua. Porém, na infância e adolescência, minhas casas sempre foram desorganizadas, com bastante conflito familiar e pouco engajamento das pessoas na manutenção de um lar saudável. Meus pais e irmãos também se davam muito bem nos estudos e trabalho, mas em casa ficávamos lendo sozinhos ou vendo tv. As conversas eram mais nas horas das refeições e nas festas, coisas que mantive na minha vida adulta. Geralmente falávamos de ciência, política, arte e valores sociais, mas quase nada de sentimentos. Então, agora me vejo em uma casa sem empregada para nos apoiar, com 3 crianças e 6 adultos que ainda estão aprendendo também a lidar com essa situação totalmente nova. O único que está bem o tempo todo é meu marido, por ter um perfil bem pragmático, uma atitude proativa e focada no presente. Ele é o que mais realiza tarefas na casa. Estamos fazendo uma gincana de arrumação do lar e a cada 2 dias contamos os pontos. Ele é sempre o primeiro ou segundo. Eu já oscilo bastante. Tem dias que me sinto motivada e sou muito produtiva. Outros fico depressiva e irritadiça. Nesses dias, preciso caminhar, meditar, fazer atividade física e escrever para aliviar a angústia. Sou uma pessoa responsável, assim sempre faço algo pelo coletivo, mas sou uma companhia pesada para mim e para os outros. Me ressinto muito disso. Estou fazendo terapia on-line também, além de yoga. Portanto, estou olhando de frente para as minhas sombras e aprendendo a lidar com elas. Pelo o que vejo no WhatsApp a sociedade como um todo está passando por isso. Crises e conflitos se forem bem equacionados podem dar saltos de qualidades em nossa existência. Revoluções (Industrial, Francesa, Renascimento) foram feitas assim. Precisamos evoluir em diversos sentidos. Essa evolução passa pela aprendizagem do amor e do cuidado. Olhando nossa história pessoal e coletiva, podemos aprender muito sobre como chegamos até aqui para criarmos alternativas efetivas para realização dos sonhos de todos.

Segue agora um vídeo produzido por estudantes do 1ºJ sobre amor e cuidado:


Eles tiveram essa iniciativa para suprir os eventos referentes a esse tema na primeira semana do projeto cuidar.

Gente, se puderem mandem seus comentários para eu ver como vocês estão. Aceito sugestões também. Porque sem a troca, fica menos motivador continuar fazendo as postagens. Porém, na próxima segunda ainda pretendo escreve.


segunda-feira, 23 de março de 2020

Semana da água, sustentabilidade, conhecimento e cuidado

Amores,

sinto falta dos nossos encontros e sei que essa quarentena será bem maior do que esperávamos. Mas todo aparente mal traz em si coisas boas, se soubermos compreender e aproveitar. Na postagem anterior já coloquei um vídeo otimista sobre o coronavírus, focando na igualdade e fraternidade. Agora quero focar mais na sustentabilidade ecológica e no conhecimento humano  já que a semana passada foi definida por lei como a do cuidado da água.

Lobo mal ou bom?




O momento atual nos impele ao cuidado com a saúde coletiva. O que isso tem a ver com equilíbrio ecológico e sustentabilidade? Segue um vídeo que me ajudou bastante a acalmar minha chateação e ansiedade com a quarentena. Ele traz imagens reais do mundo atual. É curto e contundente:



 https://youtu.be/tJwWfqOhI4g


Os dois vídeos falam da importância do equilíbrio sistêmico e da necessidade de vermos as coisas por outra perspectiva menos maniqueísta e monetarista. Assim, manteremos o nosso planeta mais saudável e melhoraremos nossa qualidade de vida. Segue uma passagem que também segue essa linha de pensamento sobre o cuidado:

  
"E as pessoas ficaram em casa. E leram livros, e escutaram, e descansaram, e se exercitaram, e fizeram arte, e jogaram jogos. E aprenderam novas formas de ser, e ser em quietude. E ouviram mais profundamente. Algumas meditaram, algumas rezaram, algumas dançaram. Algumas encontraram suas sombras. E as pessoas começaram a pensar diferente. E começaram a se curar. E na ausência de pessoas vivendo na ignorância, no perigo, no egoísmo e na inconsciência, a Terra começou a se curar. E quando o perigo passou, e as pessoas se juntaram novamente, elas choraram seus mortos e fizeram novas escolhas, e sonharam sonhos novos e criaram novas formas de viver e de de curar completamente a Terra, da mesma forma que eles haviam sido curados”. 
- Kitty O’ Meara / Deepak Chopra


O problema é que temos dificuldades em parar. Vários indivíduos, em desespero, negam as evidências e se mantém em uma cretinice letal. Mais pessoas morrerão se formos irresponsáveis uns com os outros. Nesse sentido deixo dois trechos que li em redes sociais:

"Essa pandemia coloca em cheque o pensamento anticientífico, que ganhou tanta força nos últimos anos. Mostra a importância de um sistema de saúde pública e universal, a importância das universidades e suas pesquisas, a importância do CNPq e bolsas de fomento. Espero que passemos por essa crise melhores e mais fortalecidos, não enquanto indivíduos mas sim como sociedade. Que se invista mais em ciência, arte e cultura. Precisamos disso na quarentena e em todas as fases da vida." (Meu primo que é autônomo da área de comunicação)

"Há muitos anos, um aluno perguntou à antropóloga Margaret Mead o que ela considerava ser o primeiro sinal de civilização numa cultura. O aluno esperava que Mead falasse a respeito de anzóis, panelas de barro ou pedras de amolar. Mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga era um fêmur (osso da coxa) quebrado e cicatrizado. Mead explicou que no reino animal, se você quebrar a perna, morre. Você não pode correr do perigo, ir até o rio para beber água ou caçar comida. Você é carne fresca para os predadores. Nenhum animal sobrevive a uma perna quebrada por tempo suficiente para o osso sarar. Um fêmur quebrado que cicatrizou é evidência de que alguém teve tempo para ficar com aquele que caiu, tratou da ferida, levou a pessoa à segurança e cuidou dela até que se recuperasse. “Ajudar alguém durante a dificuldade é onde a civilização começa” disse Mead. Estamos no nosso melhor quando servimos aos outros. Se é importante afastar o sentimento de pânico, é igualmente necessário, mais do que nunca, ter consciência coletiva e pensar nos grupos mais afetados. Empatia e compaixão. Vamos orar pelos médicos e enfermeiros, agradecer à natureza por nos dar recursos que fortalecem a nossa saúde quando não há remédio farmacêutico que cure. Que esse período crítico seja uma oportunidade de desacelerar e fortalecer o nosso senso de comunidade. Que assim seja 💙💚💛 " (instagram @precisamosflorescer)


Enfim, estou sofrendo muito nesse período de isolamento, porém aprendendo bastante também. Ficamos bons naquilo que treinamos. Ficaremos ótimos em nos cuidar se nos dedicarmos a isso!
Boa quaresma a todos!
Vou continuar escrevendo nas segundas-feiras porque isso me faz bem, sinto-me conectada e útil.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Semana da inclusão e decreto do governador

Estudantes,

na última semana de aula, antes do decreto do governador para suspensão das aulas, trabalhamos vídeos relacionando inclusão com temas trabalhados anteriormente. Também teve um mini fórum sobre inclusão que foi bem legal. Tivemos na mesa de debatedores um professor de deficientes visuais cego, um funcionário público com subvisão,  um ex-aluno que teve diversos transtornos acompanhado pelo apoio pedagógico, outro ex-aluno atendido pela sala de recursos, uma mãe de criança com síndrome de Down e uma funcionária da limpeza com deficiência auditiva. Cada um teve 5 min para contar sua experiência e depois responderam perguntas da plateia. O auditório de manhã estava cheio e atento. Me emocionei. Percebi um aumento da empatia e o fortalecimento da comunidade. Era para aproveitarmos isso na reunião de construção do PPP da escola que seria amanhã, porém com a quarentena do coronavírus ela foi cancelada, assim como o fórum da semana da água que seria nesta sexta. Fiquei bem triste com a situação. Parar o bimestre no meio, sem planejamento, é bem desgastante para mim. Gosto do meu trabalho e vejo importância nele. Além disso, sei que ficaremos sobrecarregados quando voltarmos, pois teremos de repor esses dias. Porém, entendo que a situação realmente exigia isso, pois saúde pública é prioridade. Sugiro que aproveitem para ler os textos do moodle e fazer os exercícios. Além disso leiam os capítulos dos livros didáticos e façam os exercícios. Isso deixará o semestre mais leve quando voltarmos. Se tiverem dúvidas podem perguntar aqui, que uma vez por semana olharei e responderei. Para dar o exemplo, continuarei escrevendo toda segunda-feira de modo a auxiliar e orientar os estudos de vocês.  Estamos juntos nessa! Abaixo coloco vídeos importantes que serão cobrados na VG, além das fotos do nosso evento:


IAN:


FLOAT:




ILHA DAS FLORES (2º ano)


CORONA E INTEGRAÇÃO



MINI FÓRUM DA INCLUSÃO: 










segunda-feira, 9 de março de 2020

Semana da mulher

Amores,

comecei a semana passada muito cansada, achei até que estava com dengue, mas era só exaustão mesmo. As aulas de segunda e terça foram focadas na discussão dos resultados das entrevistas, nas quais as relações com o conteúdo foi superficial pelo meu estado letárgico. A partir de quarta, foram basicamente exibição de filmes, avaliação de cadernos e algumas explicações sobre contextos e eventos. Apesar de achar um pouco repetitivo e superficiais os comentários da maioria dos cadernos, fiquei feliz de muitos estarem envolvidos em escrever e fazer as tarefas. Na sexta-feira de manhã exibi o filme "A Revolução em Dagenham" para 50 alunos, que valerá décimos para o projeto cuidar. O roteiro trata de uma história verídica de trabalhadoras da Ford em Dagenham- Inglaterra, que lutaram pela igualdade de salários e ajudaram outras mulheres a fazerem o mesmo. Terminei a semana bem empolgada e fortalecida pelo envolvimento de vocês no filme e debates.


  Eu tenho o DVD completo, mas na internet só consegui trechos que coloquei abaixo. Em 2018 tenho mais trechos desse filme que não consegui colocar aqui desta vez. Se quiserem pesquisar neste blog será interessante. Nesta semana, faremos debates em aula relacionando todos os filmes, aulas e outras temáticas que colocarei ao final da postagem. Em seguida colocarei algumas questões para nortearem a reflexão e o debate das próximas aulas:






Roteiro de questões filme Revolução em Dagenham

1) Que relações podem ser traçadas entre esse filme e os outros vistos em sala?

2) Quais os argumentos contrários às reivindicações das mulheres e como foram contrapostos?

3) Quais as dificuldades e apoios que as mulheres tiveram para avançar em sua luta?

4) Atualmente as mulheres enfrentam problemas parecidos? Recebem críticas às suas reivindicações da mesma maneira? Justifique com exemplos.

5) Em que medida esse filme nos empodera para novas conquistas de direitos?


Os filmes passados em sala de aula e que continuarão a ser exibidos nas aulas de Português, possuem assuntos específicos de cada série, mas têm a temática da mulher abordada secundariamente, devendo ser relacionada na discussão. Todos esses filmes cairão na VG.

Para os Segundos anos eu passei o filme "Os miseráveis". As 3 turmas tiveram uma postura atenta e curiosa. A obra de Victor Hugo é realmente marcante, por isso esse roteiro foi tão refeito em filmes, peças, desenhos, quadrinhos...  Ele trata do contexto material e ideológico da Revolução Francesa. Tanto o livro quanto o filme são obras românticas. O romantismo dialoga muito com o iluminismo. Além disso, trata questões de exclusão e preconceito muito analisada por nós. A questão das injustiças com o marginalizado e a mulher é central no trecho que passo a vocês. Segue abaixo roteiro de questões que auxiliará a reflexão e o debate nas aulas desta semana:

Roteiro para análise do filme OS MISERÁVEIS:

1) Por que a obra tem esse título? Qual a posição do autor frente essa questão?

2) A bandeira iluminista "liberdade, igualdade e fraternidade" é trabalhada de que maneira no roteiro? De exemplos da própria narrativa para cada um dos princípios.

3) A partir do que vimos nos filmes e textos anteriores explique detalhadamente o por que de haver tantos miseráveis naquela época.

4) Relacione a história da Fantini com o dia internacional da mulher e o filme Revolução em Dagenham. Quais as injustiças, enfrentamentos e conquistas ocorreram?

5) Qual o papel do padre nessa história? O que ele tem a ver com a perspectiva do romantismo para a superação dos problemas sociais e individuais?

6) Jean Val Jean se torna um empresário de sucesso e um bom homem, caridoso e correto. Por que então demitiu Fantini? O que isso pode ser relacionado com o filme "Ilha das Flores"? Como se redime do seu erro? Como podemos nos redimir dos nossos?

7) Javer é o antagonista, mas é uma pessoa correta e temente a Deus. Por que ele persegue o herói? O que isso tem a ver com a discussão de "O estado sou eu" no livro Capitalismo para principiante? O que podemos aprender com o erro desse inspetor? 


Esse último vídeo é de outra versão de Os Miseráveis, mas a história é a mesma.


Para as turmas de primeiro ano comecei o filme "Escritores da Liberdade", também baseado em fatos reais. O foco do roteiro está no poder do conhecimento para a superação do racismo, discriminações, violência. Mas vários detalhes e temáticas entram no discurso. Segue roteiro para auxiliar na reflexão e discussão:

ROTEIRO FILME: ESCRITORES DA LIBERDADE

1) O que achou do filme? Tem a ver com a sua realidade? Justifique.
2) Que relações podemos traçar entre os outros filmes e eventos ? Indique diferenças e semelhanças.
3) Quais os conflitos e dificuldades que apareceram? Como foram superados?
4) Analise o papel do professor, da leitura e da escrita na evolução social dos jovens.
5) Identifique as cenas onde há os seguintes temas e explique :  OPRESSÃO CULTURAL, PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO, QUEBRA DE PARADIGMAS, APRENDER COM A ALTERIDADE, DIVERSIDADE, SENSO CRÍTICO, DIÁLOGO, TRANSFORMAÇÃO.
6) Do que os filmes falam de trabalho em equipe e em que eles podem nos auxiliar a fazermos melhores trabalhos de grupo neste bimestre?
7) Aparece violência contra a mulher? Detalhe e discuta.











Enfim, na próxima aula trabalharemos as relações de tudo o que vimos até aqui e apresentarei a temática da INCLUSÃO, tema definido por lei para esta semana. Também falarei do concurso de redação do SINPRO sobre o papel do professor. Espero que seja um ótimo debate e que a compreensão coletiva aumente.