1) Oficina de cinedebate filme "Escritores da Liberdade" dia 23/6 (sexta passada) mediada pela pibidiana Letícia: Foram 19 estudantes de turmas variadas que adoraram o filme. Ele será cobrado em avaliações referentes ao 3ºbimestre, então tentarei oportunizar novamente (em sábados de reposição ou em coordenações) aos se ausentaram por qualquer motivo;
2) Oficinas nos sábados: para serem encontros mais agradáveis e produtivos fizemos parcerias com artistas e estudantes da UnB. Neste sábado, tivemos a segunda aula da oficina de produção de audiovisual, com 19 pessoas, sobre roteiro. Na próxima será sobre fotografia. Esta oficina pode ajudar vocês na Expofreire e ainda a participarem do concurso de curtas da secretaria de educação. Também tivemos, oficinas de materiais didáticos trazidos por estudantes da UnB. Foram três aulas usando recursos de debate, exposição, teatro e audiovisual, para discussão dos seguintes temas: educação libertadora (Paulo Freire), Socialização e Indústria Cultural. No próximo sábado serão outros temas e outros recursos utilizados. Quem está vindo às estas oficinas ganham décimos extras por cada encontro e ajudam a compor a nota de turma (se pelo menos 10 alunos de cada sala comparecerem). Aproveitem! Vamos fazer de nossa escola um ponto de cultura!
3) Concursos: Para ajudar no interesse pela leitura, propus um concurso de RAP sobre "a importância dos livros". O ministério público também exigiu das escolas uma campanha antidrogas, então estamos lançando também o concurso de slogan (frases) e desenhos/ charges acerca do tema: "livres das drogas". Os interessados devem me entregar a letra do rap, ou a frase/ desenho/ charge até o dia 28/6 (quarta). Os vencedores ganharão prêmios e faremos um sarau cultural na semana do estudante para exposição dos trabalhos.
4) Oficina de Rap sem preconceitos dia 29/6 (quinta próxima) de 15h às 18h no auditório da escola. Virão rappers de fora ("Batalha da Escada" e "Batalha das Gurias") Somente os estudantes que participaram de alguma oficina ofertada na escola, ou inscritos nos concursos, poderão frequentar esta atividade. Os interessados me procurem nos dias das provas.
5) Última aula do bimestre: após a Expofreire, teremos uma semana de aula de reposição (de 10 a 14/7) . Cada turma somente terá um dia de aula nesta semana. Neste dia, olharei os cadernos pela última vez, farei avaliação em grupo e será o último dia para entrega do PROJETO DE PESQUISA individual . As orientações para elaboração desse trabalho está no moodle. Além de valer nota para este bimestre (olhe no plano de ensino no moodle o quanto vale cada atividade) , esse projeto será utilizado ao longo de todo o segundo bimestre. Somente quem entregar este trabalho original, terá o direito de pesquisar o tema que escolheu. Os outros serão encaixados nas pesquisas de acordo com as minhas conveniências.
6) Sobre a VE: ela sempre é um controle de leitura, o mais difícil que consigo fazer, por isso tem autores e o vocabulário presente no livro. Ela também conterá 5 questões com maior índice de erro adaptadas da VE anterior. Para ajudá-los sempre faço um resumo aqui no blog, explicando todas as questões, usando as palavras que encontrarão na prova. As dúvidas que surgirem podem me fazer aqui mesmo ou na escola dias antes da VE. Então segue o resumo para estudo de vocês:
As ciências naturais influenciaram as sociais, principalmente
em seu surgimento no séc. XIX. Apesar de diferentes, todas as ciências usam
métodos sistemáticos para testar suas hipóteses. A Antropologia não é neutra, ela
recebe influências sociais como toda produção de conhecimento e muitas vezes
questiona os interesses dos grupos dominantes, mas por vezes apoiou esses mesmo
grupos . Porém, mesmo não sendo neutro, o cientista social precisa escutar,
observar, dar sentido e dialogar com experiências distintas de maneira
respeitosa à alteridade. Enfim, a neutralidade é impossível, pois somos
influenciados pelo meio, mas o cientista deve procurar fazer uma análise
responsável, de modo a produzir algo para além do etnocentrismo.
Nossos gostos, desejos e sonhos são desenvolvidos de acordo
com a cultura em que vivemos. Observar diferentes padrões culturais pode
ampliar nosso pensamento crítico e alternativas. A Antropologia questiona
regras óbvias ao desnaturalizá-las no contato com a diversidade cultural. Assim,
uma finalidade das Ciências Sociais é desnaturalizar os padrões repetidos
inconscientemente, tais como as seguintes crenças falsas: " A mulher tem
uma tendência natural inquestionável para o casamento e o homem para a luta".
Tanto no capítulo 5 do livro didático como nos vídeos da Chimamanda e da
Beyoncé há críticas ao padrão machista presente em vários contextos sociais
ainda hoje. Assim, várias linhas antropológicas desconstroem analiticamente
preconceitos do senso comum.
O vídeo “o mundo anda chato” mostra como pessoas confundem
preconceito e discriminação com humor. Diferentes culturas apresentam múltiplos
padrões que implicaram conflitos étnicos. Ao focarmos apenas no padrão que nos
ensinaram, as vezes ficamos cegos ao outro, diferente de nós. Tentando superar
essa tendência, a Antropologia apresenta diferentes linhas de pensamentos válidas.
As culturas são diversas e mutantes, portanto os estudos antropológicos
espelham isso. Mesmo com a contribuição antropológica, infelizmente os conflitos
entre padrões culturais ainda persistem fortemente dentro da nossa própria
sociedade. Na música “Demarcação Já”, diversos artistas questionam atos de
desrespeito étnico hoje.
Houve uma hegemonia europeia e norte-americana na produção
antropológica até hoje. Entretanto, a produção mundial é múltipla e de grande
alcance, contém vozes anticolonialistas. O evolucionismo eurocêntrico, era a linha mais
aceita no início da Antropologia, porém foi questionado ao longo dos anos. Desde
o Relativismo de Franz Boas, iniciou-se à crítica ao etnocentrismo
antropológico. A autoridade etnográfica começou
a ser questionada, principalmente no pós-modernismo e o pós-colonialismo
antropológico. O texto dos SONACIREMAS é
um bom exemplo dos problemas da autoridade etnográfica. O vídeo “os riscos de uma história única” da
Chimamanda questiona a dominação cultural.
Para Franz Boas, a
cultura é como uma lente que filtra nossa percepção do mundo. Sua alunas,
Margaret Mead e Ruth Benedict ajudaram a desnaturalizar padrões sociais,
principalmente de gênero. Como relativistas, entendem que as culturas mais tidas
anteriormente como “avançadas” são permeadas de padrões e estereótipos, tanto
quanto todas as outras.
Para Geertz, a cultura
é um conjunto de códigos simbólicos dinâmico, ou seja, que muda. Nessa
perspectiva, os índios não perdem sua cultura quando usam os instrumentos
tecnológicos dos brancos. Uma cultura pode sobreviver mesmo se apropriando de
elementos culturais de outros povos. Nas
Ciências Sociais os conceitos também mudam, sendo questionados ou adequados. A
partir do final do sec. XX, o conceito de cultura tem recebido muitas críticas
e revisões. Uma delas é que o conceito estático de cultura tende a ser
autoritário e estereotipar grupos descritos. Por isso, o conceito de
“identidade” é uma ferramenta mais usada hoje para se pensar a diversidade. Ela
pode ser usada para se pensar grupos culturais dentro de sociedade maiores. A
“identidade” pode ser mudada e inclusive autodeterminada pelos sujeitos
identificados.
Para falar sobre o
outro é preciso fazer o exercício da alteridade, evitando assim o
aprisionamento do outro em estereótipos, ainda que bem-intencionados. A música ‘’Demarcação Já’’ conta com a
presença de várias pessoas, sejam elas indígenas ou não, trazendo a diversidade
étnica, o sincretismo cultural e a consciência de uma ecologia humana. Ela
fortalece o índio, pois respeita a sua identidade diversa e fala junto com ele.
Infelizmente, na história vários antropólogos, o artistas, o missionários,
querendo o bem para os índios, acabaram enfraquecendo-o. Assim como muitos hoje
acham que os pobres, gays, índios, negros e mulheres precisam dos poderosos
para ajudá-los, pois são frágeis. Isso atrapalha sua luta por direitos, pois é
indigno falar pelo outro. Dialogar e fazer junto com o outro permite maior
aprendizado e empoderamento de ambas as partes. Compreender padrões diferentes
permite desnaturalizar os nossos e termos mais escolhas.