Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



sábado, 26 de fevereiro de 2022

Inicio das aulas de 2022

Amores, Fiquei um ano sem postar neste blog porque achei que já estavam saturados de diálogos remotos. Agora que as aulas voltaram totalmente ao presencial, voltarei a postar semanalmente. Normalmente será na sexta, mas quando houver muita demanda na semana posto sábado, como faço agora. A ideia deste blog é nos aproximar mais e eu dar exemplo, fazendo tudo o que cobro de vocês.Isso ajuda a entenderem melhor os conteúdos e dinâmicas, além de ser uma memória para aqueles que perderam alguma aula, seja por falta, feriado ou abono. No começo do semestre sempre faço pesquisas diagnósticas quantitativas e qualitativas diagnósticas que dialogam com a questão central do ano: "Como nos tornamos quem somos?". Organizo tabelas sobre os gostos de vocês acerca dos recursos de conhecimento e peço uma redação em grupo sobre a questão citada acima. As respostas são bem diversas e é isso que deixa a troca interessante. Aparecem dores,alegrias,esperanças,coragem e resiliência. Sou fã de vocês!! Agora vou me apresentar a partir de uma redação como lhes pedi:
COMO ME TORNEI QUEM EU SOU? Minha mãe conta que nasci dorminhoca, comilona, tranquila e extrovertida. As três últimas características foram reforçadas ao longo da vida. Tanto na família materna (do Rio Grande do Sul), como na paterna (Minas e Goiás), sempre tivemos grandes encontros nos finais de semana com muita comidas, crianças, conversas. Minha casa também era cheia: 4 irmãos, dois primos e tia, além dos agregados (amigo e outros parentes que sempre apareciam e dormiam conosco). Estudávamos todos em escolas públicas e fazíamos grupos de estudos. Aprender era sempre um prazer, seja com parentes, primos, colegas, professores, livros, revistas ou com a natureza. Fazíamos muito acampamentos, luais e viagens de combi. Meus pais estimulavam a contemplação das belezas naturais cotidianas, a vida em comunidade, a igualdade e a liberdade. Na infância, a brincadeira que eu mais gostava era fazer piquinique com as colegas da escola e da quadra. Quando eu ficava triste, incompreendida ou sozinha, recorria às árvores, águas, céu, à música, à imaginação e aos livros. Na adolescência, participei de grêmios e encontros estudantis, manifestações políticas, fiz capoeira e ganhei toda a cidade. Organizei festas, acampamentos e viagens com meus irmãos e amigos. Era bastante livre, mas as vezes me senti desprotegida. Me meti em algumas enrascadas, mas saí razoavelmente ilesa delas. Engravidei com 20 anos do meu namorado. Casei e tive mais um filho com 23 anos, quando estava me formando na faculdade de Sociologia da UnB. Já trabalhava como professora, um sonho de infância realizado. Separei e fiz a faculdade de Educação Física, o que me deu mais recursos como professora e mãe. Tive mais dois filhos do meu atual marido que amo muito e é meu parceirão. Perdi meu pai em 2018, mas honro a sua vida levando adiante as coisas boas que ele me legou. Tenho a casa cheia como era a dos meus pais, com todos os filhos e vários amigos. Gostamos de andar em bando. Existem conflitos e desgastes, mas vamos resolvendo com muito diálogo e resiliência. Desde pequena fui estimulada a ser muito responsável o que me trouxe muitos ganhos, mas também ônus. Sou empática, solidária e aberta ao outro, por isso também tenho muito apoio e parcerias. Por outro lado, me exijo muito. Gostaria de dormir muito mais do que tenho conseguido e dar uma atenção de maior qualidade aos filhos. As vezes me sinto exausta! Então, vou seguindo acionando fisioterapeuta, médicos,yoga, amigos e parentes para conseguir levar tudo aquilo que me proponho com saúde e animação. Faço cursos e projetos constantemente, pois me fazem sentir em movimento. Parar para mim é a morte. Sei que isso tem a ver também com a época em que vivemos: muita informação, transformação e pressão para a ação.No mundo do "tempo é dinheiro" transformamos tudo em trabalho. Descansar nos faz sentirmos culpados, pois somos treinados a fazer sempre e nos tornarmos melhores, pois a competição excludente "corta cabeças". Contrabalanço isso contemplando o pôr do sol e a lua, como meus pais me ensinaram. Estar na natureza muda meu estado e faz eu me sentir em movimento com a todo o universo, aliviando as pressões sociais nefastas e transmutando-as para algo positivo. Enfim, sou muito do que a família me formou, mais um pouco das influências da escola,amigos,cultura, mídia,economia e geopolítica internacional. Também sou aquilo que escolho dentro dos recursos e compreensões que tenho acesso. "Nós somos o que fazemos do que fizeram de nós" Sartre
O QUE FIZEMOS E O QUE FAREMOS NAS AULAS: Toda semana quero que vocês façam um relatório crítico sobre as aulas e vivências. Sempre se posicionando e explicitando o que levam para a vida de vocês. Cobro isso também dos estagiários e farei aqui para dar o exemplo: Já contei um pouco acima o que aconteceu nas nossas 2 primeiras aulas de sociologia. Fiquei bem impressionada com os textos de vocês, mas nem sempre consegui aproveitar tão bem as colocações, seja pelo tempo curto, seja porque eu estava mentalmente cansada. Estou reescrevendo o meu cronograma de aulas e devo colocar para vocês na próxima sexta, de modo a facilitar o acompanhamento. O de projeto de vida também será colocado aqui, pois é uma complementação importante do trabalho. Estou ajustando com os professores de humanas e o Anderson para ficar mais efetivo. Como estamos falando de pesquisa, pedi para cada um fazer 3 entrevistas com mulheres que lhes inspiram. A questão chave das entrevistas é "Como você se tornou quem é?", mas vocês devem estimular ao máximo as entrevistadas para terem mais informações. Sugestões de perguntas: 1) Onde nasceu/ cresceu? Como era ? 2) Como foi a sua infância e adolescência? O que teve de bom e ruim? 3) Quais eram seus sonhos? Realizou? Como? Por que? 4) Em que você trabalha/ contribui para a sociedade? Você gosta? Por que? 5) Que projetos você tem para o futuro? 6)Que sugestões você dá para os jovens se tornarem o que querem? Vocês podem criar outras perguntas. O importante é aprenderem mais sobre quem influencia vocês. Defini que sejam mulheres por causa do projeto da semana da mulher (8 a 12/3). Na próxima postagem mostro uma análise das minhas 3 entrevistadas e mais detalhes do projeto. Nas próximas aulas, tragam as de vocês para debatermos e aprendermos mais "Como nos tornamos quem somos". acesso filme completo : https://drive.google.com/file/d/1oPe7wgbSpYS2hmQFKZaHD89a28BKwTKK/view?usp=sharing Sobre o filme Nunca me Sonharam e o bailinho, fiquei bem feliz com a atenção e engajamento de vocês. Estou curiosa para saber as percepções que tiveram e o que podemos fazer de bom na nossa escola com a parceria estudantil. Aproveitem bem o carnaval! Se cuidem!