Vamos lá!

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dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



domingo, 23 de abril de 2023

VEs, leitura, trabalhos, indígenas, quadra e Brasília

Amores, pulei a postagem da semana anterior para que focassem apenas no estudo do texto resumo para a VE, que enviei nos grupos de WhatsApp. Espero que tenham aproveitado. Porém, percebi que alguns tiveram dificuldades até de ler as instruções da prova e acabaram indo muito mal. Temos que entender porque esse problema na leitura tem se ampliado ao longo dos anos, para pensarmos em soluções coletivas. Essa avaliação faremos no fechamento do bimestre. Por enquanto, alguns conteúdos ainda estão sendo apresentados, como por exemplo a questão indígena: No dia 19/04 é celebrado o dia dos povos indígenas. Essa temática é cobrada no PAS em todas as etapas, porque é algo crucial e dialoga com outras questões como a SUSTENTABILIDADE que já trabalhamos e foi cobrada em prova. A obra acima é cobrada no PAS 3, mas essa questão também foi abordada por meio do livro e estudo dirigido colocado para o 2º ano.
A luta dos povos indígenas parece um tanto inglória quando pensamos nos inúmeros massacres que receberam na história mundial frente aos poucos ganhos que conquistam. Associado a isso, temos o desespero da emergência de um apocalípse climático gestado desde a Revolução Industrial. Um dia falei dessa minha angústia em um debate na UnB, onde havia um indígena que me disse "vocês brancos são imediatistas e contraditórios (...) olha a nossa luta de 500 anos e nós estamos aqui! (...) Vocês prendem crianças em salas de aulas e querem que elas gostem e cuidem da natureza". Desde aquele dia, há 4 anos, mudei minha perpectiva e incrementei minha prática pedagógica. Comecei a usar mais os espaços fora de sala e da escola. Por isso, sou uma das que defende o direito de vocês à quadra após as provas e nos intervalos:
Nesse momento podemos estar mais ao ar livre e em comunidade. É momento para jogarmos, conversarmos e aprendermos. Tive o apoio de estagiários, inclusive para me auxiliar na orientação e segurança de vocês. Foi um momento de descontração em semana tão tensa por conta das avaliações finais e ameaças na internet. Entendo que a melhor forma de nos fortalecermos e mantermos o ambiente saudável é nos unirmos na alegria. A mesma opinião teve a comunidade da 115 norte, onde minha filha estuda: fizeram uma festa de celebração ao aniversário de Brasília (21/04). Unidos ficamos mais seguros e em paz. Cuidamos uns dos outros.
É claro que discordâncias e conflitos sempre acontecem, mas isso pode ser levado de maneira construtiva e democrática. Aprender a lidar com as desavenças a partir da quadra, da escola, das nossas leituras diversas, nos habilitará a construir uma sociedade mais justa e fraterna. Essa é uma lição teórica e prática que podemos analisar na entrevista com o indígena Daniel Munduruku: É interessante ouvir a fala direta de um indígena que dialoga com o ideal modernista de valorizar as raizes brasileiras para construir um futuro autêntico. O movimento modernista no Brasil, além de literário, artístico e arquitetônico, é também político. Representantes modernistas influenciaram diretamente na criaram o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artítico Nacional) no governo de Vargas. Foi o primeiro movimento a valorizar a diversidade cultural brasileira. Os artistas faziam pesquisa-ação de modo a quebrar a visão arcaica e colonialista do povo brasileiro. Uma obra modernista renomada e que é cobrada no PAS 3 é "O Mestiço" de Portinari (1934)
O retrato é de um rapaz dos campos de café em SP. Na época, era inovador destacar a beleza e importância do trabalhador brasileiro, questionando a visão racista e elitista dominante, enraizada na escravidão. Entender como os condicionamentos sociais vão sendo mantidos e transformados a cada geração empodera nossas decisões e ações pessoais e coletivas. Por isso, continuaremos contando essa história brasileira em relação com a mundial e a local nas próximas aulas.
Vivemos em uma sociedade consumista que degrada o meio ambiente porque isso interessa ao sistema que foi construído por um longo processo histórico. Compreender como isso aconteceu e quais elementos permanecem em nosso cotidiano mais próximo é questão de cidadania. A história de nossa cidade traz os mesmo elementos constitutivos de nossa nação. São contraditórios e recorrentes. O próximo filme do CINEDEBATE de humanas mostra bem isso:
Esse documentário conta a história da construção de Brasília na perspectiva dos trabalhadores. É um filme bastante premiado, inclusive internacionalmente. Será pontuado e cobrado em outras avaliações como os anteriores. Outro projeto que ajuda na compreensão da nossa história é o de Paleografia, que iniciará na próxima semana promovido por estudantes da UnB:
Também valerá ponto de atividade extraclasse e as inscrições serão feitas nesta quinta e sexta. Outra atividade extraclasse oportunizada por nós, que dialoga diretamente com nosso conteúdo e ainda está disponível gratuitamente para a visitação é o MAB (MUSEU DE ARTE DE BRASÍLIA). Fomos lá no dia 14/4 com 20 estudantes e a professora de Filosofia. Fiquei meio desanimada a princípio, vendo a baixa adesão, porém super me empolguei com a postura de quem foi e o tanto que aprendemos:
Teve muita coisa que fiquei sem fotografar porque meu celular acabou a memória. A exposição é riquíssima e traz muito sobre nossa história. Irei relacionar bastante com os conteúdos desta semana. Então, quem faltou poderá ir com a família no final de semana ou quando estiver sem aula. Aproveitem os espaços públicos, bancados com nossos impostos, para ampliar o capital cultural e social de vocês. Isso faz parte da formação para uma cidadania mais participativa.

sábado, 8 de abril de 2023

Páscoa, leitura e preparação de painéis em grupo

Esta semana foi curta por conta do recesso de páscoa. Prefiro trabalhar em uma quinta do que em um sábado, mas fui voto vencido na decisão do ponto facultativo na quinta. De qualquer forma, as turmas de sexta-feira já seriam prejudicadas em aula por conta do feriado. Então, todas as turmas já estão com os novos grupos de abril organizados por ordem alfabética e com os capítulos definidos para apresentação dos painéis da próxima aula.
Na postagem anterior, coloquei a foto da divisão do 2º ano e a seguir coloco a do 3º ano:
A leitura é fundamental para o aprofundamento da compreensão social. Relacioná-la com o nosso contidiano também é imprescindível. Portanto esses últimos trabalhos de grupo exigem bastante articulação de vocês, por isso também valem mais. É uma forma de revisarmos tudo visto, em diálogo com os livros. Será uma boa preparação tanto para as provas quanto para os trabalhos finais de pesquisa-ação a serem apresentados em junho. Para da exemplo de pesquisa-ação, passei o filme Erin Brockovich no cinedebate de humanidades que será cobrado em prova: O trecho acima enfoca algumas das dificuldades enfrentadas por Erin em sua condição de mãe solteira em contexto machista como o nosso, com alguma superação no final. Porém, o filme completo mostra o passo a passo da pesquisa-ação dela, que é excelente e fez a diferença tanto em sua pessoal quanto na vida de muitas outras pessoas. É uma história real inspiradora como as dos filmes anteriores que devem ser relacionadas nos trabalhos de vocês da próxima aula.
Nosso próximo filme do cinedebate será "Os Miseráveis", que também cai na prova. As turmas que apresentam nesta segunda-feira podem deixar essa obra de fora do trabalho, pois a exibição dela será só de tarde. Estudantes que apresentam terça ou sexta, devem incluir também em seus painéis relacionando com o capítulo definido para o grupo. Outra coisa que todos devem incluir são as músicas propostas pelos colegas, as quais coloco sempre nas postagens deste blog. Nesta semana tivemos apenas uma trazida pelo 3ºD: Ela dialoga com a questão da sustentabilidade a qual trabalhamos nas últimas aulas e que estará sempre presente nas discussões e avaliações. Mesmo que as músicas tenham sido propostas por turmas diferentes da sua, você deve aproveitá-las tanto nos relatórios críticos individuais quanto nas apresentações de grupo. Como temos poucas aulas para o tanto de questões urgente a tratar, este blog faz parte do programa. Quanto mais aproveitarem, melhor será o rendimento de vocês. O curta metragem acima é outro exemplo de pesquisa-ação, desta vez feita aqui em Brasília. Passei na última aula dos 3º anos. Ele é uma tese de doutorado baseado em história oral. Ela tem o objetivo de empoderar os marginalizados da produção acadêmica e historiográfica, mostrando a versão deles dos fatos. É muito bom para discutirmos POLÍTICA X POLITICAGEM, PATRIMONIALISMO, POPULISMO, O PODER DA HISTÓRIA de dos MOVIMENTOS SOCIAIS na construção e manutenção de DIREITOS. Fiquei feliz com a atenção das turmas a esse documentário e o debate decorrente. Fiquei até com vontade de levá-los ao parque do Paranoá, mas antes temos outros passeios que estão na frente em nossa lista:
Na próxima sexta, dia 14/04, consegui finalmente um ônibus para levar vocês na exposição do Museu de Arte Moderna. Infelizmente a exposição sobre as mulheres que influenciaram na política brasileira acabou tanto lá quanto na Caixa Cultural esta semana. Mesmo assim, acho relevante manter o passeio para que conheçam espaços culturais gratuitos em Brasília e se apropriarem do capital cultural ao qual temos direito. Tentarei ônibus para cada museu próximo. Quem for por conta própria, tirar fotos e apresentar o relatório crítico, também ganha ponto de atividade extraclasse. Abaixo coloco algumas fotos que tirei no último dia da exposição das mulheres na Caixa Cultural:
A exposição era riquíssima em detalhes sobre mulheres que eu nem tinha ouvido falar. Talvez consigam pesquisar algo na internet. De qualquer maneira, outras virão e iremos nos empoderando de modo a construirmos história também.

sábado, 1 de abril de 2023

Mudanças e permanências

Amores, finalizamos o mês de março relacionando tudo visto e explanando sobre o que virá nos próximos meses. Abril é um mês mais corrido porque tem dois feriados, as provas do 1º bimestre e o fechamento das notas. Neste período os grupos seguirão organizados pela ordem alfabética de nomes para misturar mais aleatoriamente as pessoas e gerar maior cooperação coletiva na turma.
As turmas de 2º ano, somente terão duas aulas em abril que serão para apresentação de painéis em grupo sobre capítulos do livro Capitalismo para Principiantes. Esse livro é todo feito de charges e piadas irônicas sobre ONDE ESTAMOS, lembrando bastante o filme Ilha das Flores, exibido no começo.
Os capítulos a serem apresentados na próxima aula, dia 14/04, explicam as MUDANÇAS nos MODOS DE PRODUÇÃO até chegar no CAPITALISMO. Além disso, trazem ELEMENTOS ESTRUTURANTES desta nossa sociedade que PERMANECEM desde a sua formação. Essa primeira parte do livro cairá na VE interdisciplinar, que será dia 17 ou 19/04. Já os capítulos a serem apresentados no dia 28/4 abrem as discussões polêmicas que iremos trabalhar no mês de maio:
Para dialogar com a análise da FORMAÇÃO do CAPITALISMO, passei o filme A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL da Enciclopédia Barsa. Ele deve ser relacionado nas apresentações dos painéis, assim como os outros filmes exibidos em aula e no CINEDEBATE, citados nas postagens anteriores: Essa vídeo-aula é bem clara, didática e traz bastante elementos para refletirmos sobre as MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS em nossa sociedade desde os primórdios. Ele também dialoga com a discussão sobre TECNOLOGIA E QUALIDADE DE VIDA que trouxemos em várias aulas. A própria questão das CRISES AMBIENTAL e SOCIAL é algo que está na base desta estrutura capitalista desde o marco de sua formação. Mesmo havendo avanços significativos, as crises são recorrentes, globais e urgentes A problemática da SUSTENTABILIDADE é crucial no mundo hoje, por isso a Agenda 2030 da ONU foi criada. É um plano global para atingirmos em 2030 um mundo melhor para todos os povos e nações. A Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em Nova York, em setembro de 2015, com a participação de 193 estados membros, estabeleceu 17 objetivos de desenvolvimento sustentáveis.
Essa agenda foi adotada como tema do Circuito de Ciências do DF este ano e também será a base dos trabalhos de pesquisa-ação de vocês em junho. Na terça-feira, o parceiro Pedro Paulo falou nas turmas se colocando à disposição para quem quiser participar da competição científica. Ele pensa em fazer pesquisa sobre PANCs (plantas alimentícias não convencionais). Na minha eletiva de SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA, fomos plantar em nossa agrofloresta com ele:
A ideia é que todos comecem a fazer perguntas, pesquisar e intervir em nossa realidade agora, a partir de nossas aulas, em nossos espaços mais próximos. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA é isto: se organizar coletivamente para construirmos a sociedade que queremos. Podemos começar de ações simples e ir ampliando. Por isso valorizo as atividades extraclasse e protagonismo de vocês. No 3º ano isso é mais estimulado e cobrado:
A APATIA, INDIVIDUALISMO, ALIENAÇÃO e DESUNIÃO estão no campo da POLITICAGEM que estamos combatendo de maneira TEÓRICA E PRÁTICA. Os filmes do CINEDEBATE ajudam com bons exemplos reais em nossa história. O próximo que passarei, além de trazer a questão da mulher e da desigualdade enfocada nos anteriores, evidencia a questão da degradação da água, do poder econômico, da pesquisa e da articulação social no jogo jurídico.
Acho importante materiais que tragam críticas sociais, mas também celebrem os avanços, resiliências e mostrem caminhos para superarmos o que nos incomoda. Com essa perspectiva, várias músicas foram trazidas por grupos das turmas de 3º anos e enriqueceram o debate O clipe acima é lindo! Eu já conhecia a canção, mas ampliou significativamente a minha compreensão após eu ver as imagens. Ele comunga com minha utopia de educação e solidariedade. Mostra a força dos livros e da comunidade na inclusão social principalmente de adolescentes. Outra música sucesso em diferentes turmas foi a dos Racionais: Essa é mais pesada na crítica social/racial, mas ainda assim traz o empoderamento coletivo na valorização das raízes identitárias como base para a união, resiliência e superação. Dialoga diretamente com outras vistas na semana passada, como a Favela Vive 5, e mais uma do Djonga proposta pelo grupo 4 do 3G: A valorização da avó, do pai, da família, no reconhecimento do enfrentamento das injustiças sociais e celebração das conquistas em condições tão adversas, traz a força dessa música, mostrando que nunca estamos sós A violência e desilusão criticadas, abrem espaço para a esperança na comunidade e no amor. Isso é o que estamos tentando cultivar aqui: os sonhos que temos desde de criança para um mundo com mais acolhimento Vamos encontrar e reavivar o amor entre nós, usando nossa persistência como força, porque " O tempo não para" A corrupção e a degradação nos adoece, mas com consciência e cuidado iremos melhorar. Façamos boas escolhas: aquelas que valorizem o bem estar de todos. Sem isso, só virá degradação Como questionar os políticos corruptos, que só olham para si, se ficarmos só criticando sem propor nada? Por que temos tanta dificuldade de agir efetivamente em prol no bem comum? Por que é tão difícil se colocar no lugar do outro e para nos unirmos? Muitas vezes ficamos perdidos na bagunça de informações rápidas, futilidades e consumismo que estamos imersos no mundo modermo e acabamos sem consciência sobre nós e os outros. Isolados, fragmentados, ficamos doentes e temos medo do outro que parece diferente de nós Desde o "descobrimento" deste país reproduzimos uma história de ódio e medo do outro, principalmente dos menos favorecidos. Somos treinados desde pequenos na "dança das cadeiras" como se o outro fosse o problema. Somos ensinados na mesquinharia, no individualismo e na exclusão. Precisamos compreender que isso é uma construção social que pode ser mudada se bem entendida. Vamos ressignificar essa narrativa colonial que nos desempodera como povo e nos adoece como pessoas. Vamos nos unir aos objetivos de desenvolvimento sustentável da agenda 2030 da ONU e realizar projetos sociais a partir da nossa escola. Juntos somos mais fortes para questionar permanências nefastas e gerar mudanças positivas!