Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



sábado, 29 de fevereiro de 2020

Saída de campo Pirenópolis, dados primários e secundários

Nessa semana tivemos apenas 2 dias de aula por conta do feriadão. Em compensação, tivemos a saída de campo à Pirenópolis durante todo o sábado. Acabei de chegar em casa e, apesar de cansada, resolvi escrever logo a postagem para ficar bem relaxada amanhã, de modo a recarregar minhas baterias. Desde quarta estou bem tensa com esse "passeio", porque tivemos um número baixo de pagantes ( a princípio somente 20, depois surgiram mais 5), incompatível com o preço alto do ônibus. Porém, conseguimos uma empresa bem camarada que fez um preço abaixo do mercado, o que possibilitou não só a realização da excursão, como propiciou lugares para 7 monitores ajudantes, além dos professores envolvido. Na quinta, cheguei pesada na aula com as preocupações, mas o meu planejamento de pesquisa bibliográfica usando a sala de informática propiciou tempo de 1h horário por turma para eu me organizar. Também achei bom os resultados que a maioria apresentou com suas pesquisas livres. Vocês trouxeram tanto elementos dos textos que disponibilizei no moodle e no blog, quanto de outras leituras em sites diversos e periódicos. Claro que tiveram alunos que optaram pela lei do menor esforço, falando apenas o que já sabiam. Mesmo assim, a troca de ideias enriqueceu nosso debate possibilitando links nas minhas explicações sobre o conteúdo. Este é o principal treino de pesquisa bibliográfica: trazer elementos diversos como recursos para relação e recriação de ideias. Ela sempre traz dados secundários, ou seja, que foram produzidos por outros. Já as saídas de campo, entrevistas e experimentos nos trazem contato direto com a realidade, na qual somos nós que produzimos as informações. Nesse caso chamamos de pesquisa com dados primários. Na próxima aula faremos a discussão a partir das entrevistas que vocês fizeram com familiares e comunidade. Sentiremos na prática a diferença de análise com dados primários. Quanto à saída de campo para Pirenópolis, como somente um estudante do meu bloco foi, terão que saber do que aconteceu de segunda mão, ou seja como dado secundário. No entanto, terão oportunidade de fazer outras saídas ao longo do semestre. Provavelmente dentro do DF, mas terá um efeito legal também.
Sou muito grata pelos 25 estudantes que foram conosco, aos seus pais por terem confiado em nós, aos 9 monitores que viabilizaram um cronograma de atividades riquíssimo, aos 8 colegas docentes pela parceria empenhada e corajosa. Isso me deu forças para continuar minha caminhada nesse rumo, pois como dizia o poeta: "Sonho que se sonha junto é realidade"(Raul Seixas).


FOTOS DA SAÍDA DE CAMPO EM PIRENÓPOLIS:


























quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Carnaval, observação e pesquisas

Amores,

nesse ano estou escrevendo as postagens no limite de tempo que me propus. Isso está acontecendo porque tenho a meta deste ano de focar um pouco mais na minha família e na minha saúde do que no trabalho, portanto escrevo em dia comercial (no caso o primeiro dia após o feriado). Então aproveitei o carnaval sem culpa, curtindo minhas crianças, marido, amigos e familiares. Comemorei o aniversário de 5 anos da minha caçulinha junto com a priminha dela de 6 anos. Foi maravilhoso e barato. Fomos também no bloquinho da Ventuinha na terça. Vimos escolas de samba na TV e gostei que aquela de SP que homenageou o Paulo Freire e o saber ganhou. Lembrei das aulas do primeiro ano, pois o tema é conhecimento. Além disso, me inspirei o tempo todo naquela dinâmica de observação que fizemos nas últimas aulas da semana passada. Procurei observar e estar presente, diminuindo o ritmo louco que temos no cotidiano.
Na quarta-feira de cinzas comecei a trabalhar de tarde resolvendo problemas da saída de campo para Pirenópolis. Temos 20 estudantes pagantes, então tínhamos que conseguir um ônibus mais barato. No fim conseguimos, mas tive pesadelos por causa da tensão. Mas vou aprender a lidar com isso e ficar somente com a parte boa que é reeinventar nossas aulas, escolas, sociedades. Fiquei triste porque nenhum aluno meu quis ir, mas acho que quem for irá aproveitar muito e ainda pudemos abrir vagas para monitores universitários. Nas outras oficinas que teve na semana passada só foram 7 na do amor e 8 na gratidão, porém, foram super atentos e participativos. Me deram orgulho, mas lamentei pelos que perderam. O que estou fazendo de errado? Porque não consegui empolgá-los? Aceito sugestões.
Segue agora o roteiro preparando para as saídas de campo, seja em Pirenópolis, seja para as pesquisas individuais que todos devem entregar na próxima semana.



 

 

 



 


GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

DIRETORIA REGIONAL DE ENSINO DO PLANO PILOTO E CRUZEIRO
CEM SETOR LESTE -  CEM PAULO FREIRE


 PROJETO RE(VI)VENDO ÊXODOS 

Identidade, Patrimônio e Meio Ambiente

&
TRILHANDO HISTÓRIAS NO CHÃO DA ESCOLA
Ano 2020


PREPARAÇÃO PARA SAÍDA DE CAMPO

I) Estratégia
            A saída de campo é uma estratégia de ensino-aprendizagem que busca promover a integração entre o cotidiano e o conhecimento formal sistematizado ensinado nas escolas. Em linhas gerais, trata-se de uma excursão a um determinado local (natural ou antrópico), com o intuito de observar, descrever, coletar dados e avaliar fenômenos que ocorrem diariamente.
            As saídas de campo, quando bem planejadas e bem exploradas, definem-se como uma metodologia progressiva que instiga e amplia a visão do aluno, assim como dá margem aos interesses por fenômenos observados diretamente através de materiais ou processos que os cercam.

II) A saída de Campo
            a) Objetivos – Vivenciar a pesquisa de campo em ciências humanas a partir da reunião e sistematização de dados obtidos de primeira mão, sob orientação do grupo de professores e monitores. Mais especificamente, pretende-se, nesta viagem à Pirenópolis, como ação piloto, para futuras incursões, experimentar:
                        1.  A coleta de dados para estudos, análise e observação.
                        2. A observação da realidade sócio-econômica e ambiental local para aprofundamento dos estudos. [especial atenção para as três grandes áreas de interesse do projeto Re(vi)vendo Êxodos: A- ecologia/meio ambiente  (água, solo, cerrado, fauna, preservação etc); B- patrimônio material e imaterial  (prédios, monumentos, sítios históricos, arqueológicos, festas, tradições, documentos, cultura escrita e oral etc); C-  cidadania e identidade (qualidade de vida, organização administrativa, sociedade civil, laser, comportamento etc)].
                        3. Contato, conversa e registro dos encontros com pessoas representativas do três setores na sociedade:
1 – institucional-administrativo; 2 – histórico-cultural; 3 – cidadãos comuns.
                       
            b) Medidas de Segurança
                        1. Todos os participantes da excursão deverão estar devidamente vestidos, preferencialmente de calças, tênis, uniforme da escola.
                        2. Protetor solar e bonés também devem ser levados (guarda-chuva ou capa de chuva, a depender da estação).
                        3. Nunca se afastar do grupo.
                        4. Evitar brincadeiras durante a saída de campo.
                        5. Manter os locais limpos, guardar o lixo num saco plástico avulso que deverá ser descartado em local conveniente.
                        6.. Levar água e lanche. O lanche deve ser “leve” e difícil de estragar.
                        7. Estas precauções são extremamente necessárias para evitar qualquer acidente.


            c) Materiais Necessários:
                        1. Caderneta de campo: caderneta comum, de preferência, com uma capa dura. Na primeira página anote seu nome e endereço. Na página seguinte coloque informações sobre o local a ser visitado, data e horário da visita, nome dos participantes, local e horário de partida.
                        2. Mapas regional e da área: com os mapas pesquisados, localize a área de pesquisa e o local onde o grupo se encontra.
                        3. Diversos:     lápis, sacos plásticos, máquina fotográfica e gravador.
                        Todas as atividades deverão ser anotadas criteriosamente na caderneta de campo. A coleta de material ilustrativo é de importante relevância para a compreensão.
            d) Anotações a serem feitas na caderneta de campo:
                        1. Faça uma descrição completa do local que você está visitando. Procure fazer anotações gerais e não se esqueça que no meio ambiente todas as áreas do conhecimento se relacionam.
                        2. Procure relacionar, observar e refletir sobre tudo o que está sendo visto. Observar o relevo, espelho d’água, solos, rochas, vegetação, tipos de espécies encontradas, relação entre os seres vivos, iluminação, tempo, orientação espacial, diferença de cores, de formas, de volumes, de áreas etc.
                        3. Lembre de observar a atividade humana, como estradas, plantações, construções, poluição local, histórico, etc.
                        4. Preste atenção à questão do patrimônio (arquitetura, monumentos, vida urbana e rural).
                        5. Faça as abordagens às pessoas que irá entrevistar de forma clara e objetiva, procure ser conciso e sintético. Demonstre interesse verdadeiro.
                        6. Durante as entrevistas, comporte-se com respeito e educação, seja polido e gentil. Evite perguntas de natureza pessoal a não ser que o entrevistado permita.
                        e) Observações finais:
                       
            1. Sempre agradeça a todos, entrevistados, pessoas comuns, autoridades etc.
            2. Lembre-se que essa visita de campo faz parte de um projeto maior; portanto o nome da escola está na vanguarda dessa ação e vocês são representantes.
            3. Para o bom andamento dos trabalhos é fundamental a observação rigorosa dos horários, das normas de comportamento e da segurança do grupo; nunca andem sozinhos, sempre em grupo.

Bom trabalho!                                                         

Adaptado de Roteiro para Saída de Campo 2018 Projeto Re(vi)vendo Êxodos


ROTEIRO ENTREVISTAS INDIVIDUAIS PARA ENTREGAR NA PRÓXIMA SEMANA:

1) ONDE NASCEU? ONDE CRESCEU? COMO ERA ESSES LUGARES NA INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA E ETC?

2) POR QUE VEIO PARA ONDE ESTÁ AGORA? VOCÊ GOSTA?

3) EM QUE ESCOLA ESTUDOU? COMO ERA? ATÉ QUE GRADUAÇÃO FOI? POR QUE?

4) EM QUE TRABALHA? COMO É ESTE TRABALHO?

5) POR QUE TRABALHA NESTE TRABALHO?

6) QUAIS OS SEUS SONHOS?

Entregar as 5 entrevistas e uma conclusão final sobre o que aprendeu com o que havia em comum e o que tem de diferente entre elas. 


Agora algumas fotos do aniversário da minha filhinha:



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Acolhimento, sonhos, projetos e pesquisas

Estudantes incríveis,

este é um canal de diálogo e reflexão. Toda semana faço uma postagem comentando os encontros que tivemos. Além de ajudar a sistematização e troca de conhecimentos, é uma forma de dar exemplo daquilo que cobro de vocês. Espero que aproveitem bem nossos espaços de comunicação.
Mais um ano letivo começou bem, com jovens curiosos e com bons sonhos. No acolhimento do primeiro dia a equipe de humanas fez uma dinâmica de reconhecimento dos sonhos estudantis para 2020. A maioria das intenções focavam em passar de ano, no PAS,  aprender inglês, tirar boas notas, alcançando sucesso acadêmico e profissional. Alguns trouxeram desejos de lutar contra preconceitos, reconhecer talentos, ganhar competições esportivas, ser feliz para além da escola.
Meu objetivo nesse ano é me dedicar mais a minha família, que ficou bem relegada no ano passado quando trabalhei de manhã. Além disso, quero retomar meus estudos e aprofundar o autoconhecimento. Para tanto, preciso trabalhar de maneira mais cooperativa, principalmente nos projetos. Nesta semana já estamos iniciando dois deles: o projeto cuidar e o trilhando histórias no chão da escola. O primeiro foi adotado por toda a escola na semana pedagógica e procura trabalhar o cuidado psicossocial e a sustentabilidade ecológica. Nesta sexta-feira dia 21/2 teremos duas oficinas:

- 9h às 10h30, com a artista plástica Mary Jo sobre o tema amor;
- 10h30 às 12h, com a Micaela uma facilitadora de São Paulo fará uma roda sobre gratidão;

Já o segundo projeto, ainda está com poucos parceiros, porém está com edital em trâmite de modo a conseguirmos verbas para melhor viabilizá-lo. Hoje de noite teremos uma reunião na câmara dos legislativa para saber detalhes da segunda etapa do processo. Segue o escrito que foi aprovado na primeira instância:


TRILHANDO HISTÓRIAS NO CHÃO DA ESCOLA

DESCRIÇÃO DO PROJETO
Como convencer um aluno, envergonhado de sua localização ou origem social, de que sua história e suas referências têm valor? Como ampliar sua visão de coletividade a partir dos seus pares, também oprimidos por um padrão de sucesso tão restrito? O resgate das trilhas individuais e coletivas dos estudantes, professores, famílias, escolas e cidades é o ponto de partida deste projeto. Usando o método de pesquisa-ação (união de investigação e intervenção) os estudantes começarão a olhar, refletir e contar sobre sua família e vizinhança, construindo uma narrativa a ser trocada entre os colegas de sala.  A partir dessa diversidade, o projeto começa a questionar sobre o tempo-espaço de diálogo do colégio Paulo Freire. A escola transmuta-se em objeto-sujeito do estudo interventivo. Quando adquiriu esse nome? Por quê? Que significado tem isso hoje? Antes de se tornar Paulo Freire, que escola era essa? Caminhadas, incursões, entrevistas, registros fotográficos e audiovisuais, fóruns, feiras, oficinas e produções escritas serão os instrumentos básicos que utilizaremos. Trilhando as histórias no chão da escola, encontraremos caminhos para ampliação das vozes e ações transformadoras. Almejamos assim, a constituição de uma comunidade mais integrada, consciente, ativa e empoderada.

APRESENTAÇÃO DOS PROPONENTES
Professora de filosofia, formada pela Universidade de Brasília e Mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuo no Ensino Médio da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal desde o ano de 2003. Cheguei ao Centro de Ensino Médio Paulo Freire por concurso de remoção no ano de 2013 e, desde então, permaneço em sala de aula, formando adolescentes oriundos das diversas regiões administrativas do Distrito Federal. Neste colégio, sempre tive como parceira a professora Shirlei Daudt, licenciada em Ciências Sociais e Educação Física pela UnB, com mestrado em Sociologia. Juntas fizemos fóruns e projetos sobre Democracia, Política, Educação, Sustentabilidade, Arte, Resistência e Cuidado. Neste ano, começamos uma parceria com o professor de história Luis Guilherme Baptista, recém-aposentado do Centro de Ensino Médio Setor Leste e coordenador geral do projeto Re(vi)vendo Êxodos desde 2001. A partir desse encontro, pensamos em canalizar nossas diversas iniciativas dentro da perspectiva desse bem sucedido projeto, adaptando à nossa realidade e trazendo novas contribuições. Segue os blogs com fotografias mais detalhes das trilhas percorridas pelos projetos:

https://revivendoexodos2001.wordpress.com
http://dialogosnaescola.blogspot.com/

Objetivos e resultados esperados:
Nossa escola recebe pessoas das diversas regiões do DF e entorno. Trabalhamos com cerca de 900 adolescentes em 28 turmas. Mais da metade dos professores são efetivos e está há algum tempo no colégio, o que facilita a constituição de projetos coletivos mais perenes. Por outro lado, como as famílias dos alunos permanecem poucos anos, muitos moram longe das cercanias da escola e têm tempo escasso para o envolvimento, os projetos comunitários são inexistentes. As demandas estudantis geralmente são desconsideradas. A reclamação básica é a de não serem ouvidos e acreditados. O grêmio estudantil subsiste com apoio de professores e realiza alguns eventos, mas sempre com críticas dos colegas e de alguns docentes. Aliás, a crítica ao outro, descompromissada com a solução efetiva dos problemas, é um costume pernicioso presente. Isso dificulta o diálogo saudável entre os setores. O conhecimento da comunidade se dá só por dados institucionais frios, pouco compartilhados e sem reflexão. A reprovação estudantil fica dentro dos níveis gerais (cerca de 35%), porém, precário conhecimento obtemos sobre o quanto os jovens estão efetivamente aprendendo. As doenças psicossociais são cada vez mais frequentes no meio escolar e os métodos tradicionais são ineficazes para o enfrentamento dessa problemática atual.  Por tudo isso, segue nossos objetivos e metas:
Focar o processo de aprendizagem no percurso do estudante;
Valorizar a diversidade de histórias e vozes;
Habilitar os alunos para produzirem suas próprias narrativas e ações;
Incrementar a capacidade de diálogo e mediação de conflitos;
Desenvolver senso de pertencimento e integração comunitária;
Ampliar a compreensão dos diferentes contextos sociais;
Perceber detalhes das relações entre o micro e o macro social;
Produzir material fotográfico, audiovisual e escrito da pesquisa-ação;
Realizar eventos dialogais (6) incluindo todos os segmentos da comunidade.
Apropriar-se coletivamente dos espaços públicos internos e externos.




No dia 29/2 (sábado após a semana de carnaval), iremos à Pirenópolis em uma exposição do projeto Êxodos. Será uma boa oportunidade para fazermos as pesquisas qualitativas que iniciaremos nesta semana. Nas aulas passadas começamos a mostrar técnicas quantitativas associada com o tema geral de cada série. Segue abaixo dois gráficos produzidos com dados extraídos a partir das dinâmicas:








 
 A partir disso, formamos grupos para produzir uma redação analisando a questão geral do ano, que é diferente em cada série. No primeiro ano a questão é: "Como nos tornamos quem somos". No segundo é : "Onde estamos". As apresentações dos textos serão na próxima aula. 

Sejam todos bem-vindos!