Vamos lá!

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dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



domingo, 6 de novembro de 2022

Revisão para a VG com obras do PAS e projetos

Nesta semana teremos a nossa Verificação Geral (VG) que servirá como treino para provas do PAS-UnB. Será a mesma prova para todos do vespertino e valerá 2,0 na média para as disciplinas do bloco vigente e como recuperação para as do bloco finalizado. Para ajudá-los, faço aqui nossa tradicional revisão das questões de Sociologia, relacionadas com as obras do PAS e intercalada com fotos de projetos para deixar o texto mais agradável. Segue a primeira obra na qual tem 6 questões tipo A de Sociologia na VG: O entendimento de chuva que aparece na obra mistura diversos tipos de conhecimento como o artístico, o mítico, o científico e o senso comum. A própria ideia de sustentabilidade é transdisciplinar. O problema da água e ou da sustentabilidade é uma questão real e muito atual. Apesar do debate ideológico trazer opiniões diversas e as vezes antagônicas de como lidar com o meio ambiente, podemos encontrar soluções coletivas unificadas, desde que haja diálogo. Cada tipo de conhecimento cumpre um papel importante para a humanidade, a obra mostra bem como uma abordagem transdisciplinar acrescenta na compreensão do nosso mundo. Essa percepção ampliada da natureza em diversas perspectivas pode gerar soluções para a degradação ambiental. A memória coletiva pode ajudar na preservação da água ou da sustentabilidade, pois nos conecta e nos possibilita trabalharmos melhor coletivamente. Por isso, o clipe traz simbologias de diversas culturas em diálogo com as imagens de recursos naturais. A sustentabilidade é uma questão ecológica associada à cultura. O clipe traz diversos cenários e figurinos, evidenciando que a água está em todo lugar, levando-nos a conectarmos com essa beleza para querermos cuidar. A visão expressa na obra “Chuva” traz a diversidade etnica de nosso povo, mestiço e sincrético. Está presente elementos dos povos originários, das visões africanas e europeias sobre a natureza. Nesse sentido, busca ser sustentável, já que promove o diálogo e a cultura de paz. Em relação a essa obra do PAS fiz 3 questões tipo A, relacionando com conteúdos do Capítulo 6 do livro Natureza em Transformação. A “Tristeza do Jeca” não traz uma dor meramente individual, sem representatividade em outras músicas brasileiras. Ela se remete a muitas vidas que se modificaram a partir de políticas públicas de modernização da sociedade brasileira. O Brasil é um país que foi urbanizado rapidamente, com pouco planejamento e sem cuidado com os laços afetivos das pessoas. A partir da década de 1960 o êxodo rural foi intenso no Brasil, fomentado por uma lógica desenvolvimentista global. Gerou-se grandes impactos sociais e ecológicos com essa opção geopolítica internacional nos países periféricos. A “Revolução Verde” iniciada em países em desenvolvimento na década de 1960, aumentou os impactos ambientais, sem acabar com a fome, aumentando os riscos de sobrevivência ao planeta Terra e desenraizando diversas famílias do campo. Essa questão também é abordada em outra obra do PAS 1 : : Fiz 2 questões TIPO C a partir da obra acima e do que foi visto a partir das aulas e das leituras, para marcar a única alternativa FALSA. No clipe, o pai abandona a criança por falta de escolha, já que as condições no campo pioraram muito depois da entrada da tecnologia e da monocultura nos países em desenvolvimento. A dor da família, evidenciada no clipe, é comungada por várias que também tiveram que migrar do campo para a cidade, deixando para trás os modos de vida e laços que tinham. A “Revolução Verde” iniciada na década de 1960 no Brasil gerou uma grande onda de migração, na qual gerou crescimento desordenado das capitais e diversas mazelas sociais mostradas rapidamente no clipe. Além de gerar problemas sociais, a “Revolução Verde” também acarretou em desequilíbrio ecológico ao diminuir a diversidade vegetal e animal, utilizar agrotóxicos e extrair muita água e nutrientes da terra. Ainda analisando a Obra do PAS “Aos olhos de uma criança”, em diálogo com o texto de Ailton Krenak - "Ideias para adiar o fim do mundo" e “A Imaginação Sociológica” fiz a segunda questão tipo C, para assinalar o item FALSO. A música mostra diversas informações soltas que dificultam a compreensão da criança. Essa condição na modernidade é alvo de estudo de vários sociólogos. A biografia da criança está ligada à história mundial, de produção e distribuição de riquezas. Desigualdade, migração e problemas ambientais são questões estruturais, acima dos méritos pessoais. Assim, a tecnologia nem sempre ajuda a todos em todas as situações. Portanto, o que precisamos é inventar mais soluções sociais para acabarmos com a miséria, a degradação ambiental e a ignorância, aproveitando culturas arcaicas em diálogo com a modernidade. Estudar de maneira aberta e reflexiva, inclusive problematizando o conceito de "progresso", pode ser um primeiro passo para consertarmos erros históricos. A tecnologia intensifica processos de transformação e muitas vezes também a dominação. Aprender a utilizar a tecnologia em prol do cuidado global, mantendo a conexão com a natureza, é um desafio cada vez mais premente, que exige diálogo de diversas pessoas e visões. A Imaginação Sociológica, articulando diferentes formas de conhecimento (artes, filosofia, ciências, mito e senso comum), pode contribuir para soluções criativas e sustentáveis, de modo a construirmos um mundo mais colorido, interessante e esperançoso, como o é aos olhos de uma criança.
É procurando ampliar esse horizontes de conhecimento e diálogo que fazemos projetos e visitas para além dos muros da nossa escola. Nessa última sexta, uma das atividades foi a culminância artística do TJC no TRT, para a qual levamos 40 estudantes. Foi lindo, motivador e rico. Para quem ficou, tivemos nas aulas de PV o projeto TRIBOS e o projeto de Saúde Mental.
No sábado tivemos uma excelente palestra na UnB sobre democratização do acesso às universidade com dicas para o PAS e o ENEM com o professor Bruno Borges. Apesar de nenhum estudante da nossa escola ter ido, ficou a gravação pelo instagram: https://www.instagram.com/p/CknxP2GuciT/?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Além de ampliar nossos horizontes de compreensão, esses projetos nos ampliam recursos sociais para agirmos melhor coletivamente e construirmos uma sociedade mais democrática. A última questão tipo C que cobrei na VG foi dentro dessa temática. Relacionando Democracia com Sustentabilidade, pedi para julgarem os itens e assinalarem a sequência de V (verdadeiro) e F (falso) correta ao final da questão.
Os governantes tenderão a se envolver efetivamente em políticas públicas mais sustentáveis quando a população votante considerar a questão ambiental como imprescindível. A questão ambiental é importante, e podemos fazer algo para mudar o destino fatídico que nos aguarda. Os governos serão menos corruptos e cuidadosos quanto mais participativos formos e evitarmos anular nossos votos e nossas vozes. Os problemas ambientais são tão emergentes quanto a corrupção e a fome mundial. Os governos devem investir na conservação da natureza inclusive como condição de alimentar pessoas e cuidar responsavelmente delas. Para resolver tudo isso, não adianta termos um líder forte para colocar ordem e gerar o progresso, precisamos de envolvimento efetivo de todos. Vários grupos hoje já sofrem com a degradação ambiental e muitas pessoas morrem por conta da falta de cuidado coletivo. Para melhorarmos essa questão precisamos nos conectar, dialogar com diversas vozes e construirmos soluções sistêmicas coletivamente. Os problemas ambientais não atingem todos igualmente hoje, por isso é importante falarmos de racismo ambiental. Sustentabilidade tem a ver com democracia, política, cultura, ideologia e economia, jamais uma questão meramente ecológica. Sendo um problema sistêmico, a degradação ambiental atingirá a todos em breve, mas por enquanto, a elite mundial opta pelos ganhos ações insustentáveis, já que os custos ambientais imediatos ficam para as comunidades mais vulneráveis. A democracia efetiva é fundamental para colocar os mais desfavorecidos no debate das decisões ecológicas.