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sábado, 24 de novembro de 2018

Solidariedade e revisão para a VE

Amores,

essa semana foi para finalizações das pesquisas, mostrar resultados de vídeos, painéis e propagandas.  Porém, todas as turmas continuam no processo de articulação coletiva para os fechamentos dos trabalhos. É realmente difícil se organizar coletivamente em uma sociedade que nos treina cotidianamente a sermos individualistas e alienados da nossa condição coletiva. Por outro lado, a solidariedade é a base de qualquer grupo social e ela persiste. Seguem vídeos que passei em algumas turmas  tratando da questão:

1º ano:
 2º ano:

 1º ano:



Duas turmas (1ºL e 1º J) apresentaram bons vídeos. Infelizmente não consigo colocar aqui, mas enviarei pelo WhatsApp. Nos 2ºs anos, boas propagandas foram feitas e serão transformadas em campanhas coletivas com programação viabilizando ações práticas, para entregar na próxima terça.
Uma das campanhas já começou a ser realizada hoje com o manejo da agrofloresta do Centro Acadêmico de Ciências Ambientais na UnB. Foram 25 adolescentes, mesmo com a chuva. Como sempre, fiquei bem impressionada com a disposição e postura dos estudantes, o que me anima a continuar fazendo projetos e ser professora. A seguir algumas fotos:


















Os universitários do CAAMB se colocaram à disposição de todos que quiserem visitar e participar dos manejos. No face eles divulgam as atividades:  https://www.facebook.com/caambunb
Também falaram sobre um concurso para a logo da agrofloresta deles (Gaia). O vencedor ganhará uma camisa com a logo. Interessados em participar devem enviar sua criação ao e-mail: diretoriadocaamb@gmail.com
Na próxima semana farei mais um passeio, provavelmente dia 29/11 logo após as provas, agora ao Cine Brasília para ver o festival de cinema internacional LOBO FEST. A ideia é alugarmos um ônibus e vermos a sessão das 17h. Mas esse festival tem outras atrações interessantes. Sugiro que busquem no site: http://www.lobofest.com.br/ . As atividades são gratuitas. Uma legal é a seguinte:






Bom, agora vamos para a revisão voltada à última VE de cada série:

1º ano:

A prova constará de 10 questões. Vale 2,0 pontos (0,2 para cada questão). Se você ler atentamente todos os texto e itens antes de marcar a única alternativa FALSA para cada questão, terá um resultado melhor do que tentando colar do colega, pois as provas têm gabaritos diferentes. Por tanto, fique focado em suas reflexões e aprendizados nas aulas desse semestre.  


"(...) ao homem todas as coisas parecem naturais, nas quais é criado e nas quais se habitua (...)" ( Discurso sobre a servidão voluntária - La Boétie)

O trecho acima resume um ponto importante trabalhado ao longo de todo o semestre: a naturalização dos padrões aprendidos socialmente. Desde as primeiras dinâmicas sobre gostos, passando pelos texto do Paulo Freire, que dava dicas para o desenvolvimento do hábito de estudar, ressaltamos que o ser humano é construído a partir de treinamento social. Até a capacidade humana de refletir e questionar é treinada culturalmente e inicia-se com o hábito de imaginar e planejar. Para questionarmos a servidão de qualquer pessoas precisamos desnaturalizar padrões opressores. Uma função das ciências sociais no Ensino Médio é desnaturalizar o que aprendemos como óbvio. Assim, até para mudar padrões de estudo, aprendidos com a "Educação Bancária", é necessário bastante consciência, determinação e esforço de quem o faz.

 As ciências sociais  desenvolveram métodos e técnicas de pesquisas para compreender os padrões, de maneira a evitar as naturalizações trazidas na formação de quem investiga. A Antropologia urbana estuda temas próximos ao pesquisador, exigindo mais rigor metodológico. O recurso de estranhar o conhecido, desconstrói analiticamente preconceitos do senso comum. Apesar de ser um conhecimento útil na adaptação social, o senso comum é permeado de preconceitos que reproduzem opressões históricas, como as de raça e gênero. Assim, métodos sistemáticos para testar hipóteses podem ser úteis a qualquer cidadão, como vimos no filme Erin Brockovich. Quando ficam restritos à universidade, deixam de potencializar a compreensão e empoderamento de todos aqueles excluídos dela. Projetos de pesquisa e fóruns no ensino médio podem servir como meio para os alunos expressarem sua opinião cotidiana, mas devem principalmente estimular o espírito investigativo, a organização coletiva, a quebra dos preconceitos, com o estranhamento e desnaturalização dos padrões vividos.

(...) entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder econômico e financeiro mundial (...) (José Saramago - Este mundo de injustiça globalizada - PAS/UnB)

Analisando o trecho acima à luz dos filmes "Erin Brockovich", "O risco de uma história única" e "Lute como uma menina",

Podemos reconhecer que grandes empresas muitas vezes prejudicam comunidades para obter lucro sem responsabilidade social. Isso foi visto também claramente no filme sobre a água e a Nestlé, quando fomos ao Cine Brasília. Nessa perspectiva, devemos entender a participação política e a democracia para além do voto. Para resolver todas as mazelas sociais não basta votarmos corretamente e depois das eleições cada um voltar a cuidar da sua vida pessoal. Causas Sociais sucumbem quando a socialização individualista prevalece, assim necessitamos nos mobilizar. A democracia pressupõe que o povo de fato influa nos rumos da sociedade e isso transcende o ato de votar. A democracia precisa ser discutida e principalmente treinada nas famílias, escolas, igrejas, Estado, mídia, quebrando o individualismo e as injustiças, exercitando o diálogo, a organização coletiva, o senso crítico e a responsabilidade social.

Infelizmente, há um padrão hegemônico de socialização fragmentada em nosso meio, desestimulando relações e reflexões profundas. Várias dinâmicas foram feitas nas últimas aulas para elucidar esse fato social. Partimos do questionamento do jogo "danças das cadeiras" para mostrar que muitas vezes somos socializados para "nos dar mal" com as pessoas, aumentando preconceitos e violências. Em diversos grupos sociais há socialização permeada por ideologias machistas, racistas, classistas e individualistas. As brincadeiras e jogos treinam as crianças para viver dentro do padrão social. Como vivemos em uma sociedade de solidariedade orgânica (Durkheim), existem padrões contraditórios na base de nossa socialização. Ao mesmo tempo nos dizem para amar o próximo e sermos gentis, naturalizam e estimulam a competição excludente, o isolamento, a desconfiança e a reação agressiva. Saber lidar com conflitos é aprendizado social importante em sociedades diversas e desiguais como a nossa.

A escola pode ser um bom espaço de treinamento democrático. Ao realizarmos fóruns, grupos de trabalhos, ciclos de debates, oficinas, treinamos atitudes democráticas. Técnicas de pesquisas podem auxiliar o cidadão a intervir de forma mais consciente e autônoma na sociedade. Os estudantes podem reunir condições de intervir coletivamente na construção da escola que querem estudar. Assim, além de assistir às aulas respeitosamente e fazer provas com atenção, temos diversas outras maneiras de contribuirmos para a escola e a sociedade ser melhor.

"Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL."(Trecho inicial da Constituição Brasileira)
 

"Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso...
A verdade é que você
(Todo brasileiro tem!)
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo..."(trecho canção Sandra de Sá)


A partir das aulas de Sociologia analisaremos os textos acima, relacionando com os filmes "Atlântico Negro", "O Povo Brasileiro, "Pro dia Nascer feliz" e "Lute como uma menina".

A valorização da igualdade e do bem comum é algo que vem sendo construído pela história e cultura.
O reconhecimento e respeito à pluralidade possibilita o aprendizado com a alteridade. Infelizmente, no Brasil, os jovens tem condições desiguais de educação escolar, gerando injustiça, violência e abandono. Valorizar a diversidade e superar as desigualdades é fundamental para construirmos uma escola melhor para todos.

Temos matrizes culturais diferentes formando nossa identidade, que nem sempre valorizamos. Existem contradições em nossa nação que influenciam nossas escolhas, mesmo que inconscientemente. Compreender nossa formação contraditória nos permite refletir e questionar os preconceitos aprendidos. Para a solução pacífica das controvérsias precisamos respeitar e apreiveitar as diferenças, inclusive religiosas.

O contexto social no qual o indivíduo está inserido condicionará seus hábitos e influenciará suas escolhas." Como nos tornamos quem somos?" é a questão central colocada neste ano em Sociologia e presente no PAS. O sincretismo cultural como elemento da identidade nacional, é evidenciado em algumas obras do PAS, como nos filmes citados acima e no do Jorge Amado. Esse filme explica como a ideia de um indivíduo puro, livre das influências sociais, apto a construir um país melhor, foi construída em uma época que ainda influi um pouco em nosso país. Porém, Jorge Amado é contra a eugenia e defende a democracia racial postulada por Gilberto Freire.

"Ela ia morrer mesmo. Eu só adiantei"(fala de entrevistada no filme "Pro dia nascer feliz")

 A fala acima é um alerta para a condição de anomia que vários jovens estão em sociedades como a nossa. Durkheim criou o conceito de anomia para definir a doença social que degradava as relações em sua época. A exclusão está na base da anomia, que para Durkheim pode ser superada reforçando-se as instituições sociais. Essas instituições devem socializar para a compreensão da diversidade como elemento fundamental em nossa sociedade, devendo ser apreciado. Se engajar na luta pela justiça só é possível se a pessoa trabalhar em grupo, incluindo pessoas diferentes de nós, que em geral tendemos a ter antipatia.

As ciências sociais trazem a diversidade de pensamento e de teorias como representações da realidade. A diversidade gera ambiente mais rico e criativo, porém precisamos aprender a lidar com conflitos decorrentes. Contextos de solidariedade orgânica são mais suscetíveis à anomia, construção social típica da modernidade. O fato social violência é uma construção contextual, portanto pode ser superada, desde que desnaturalizada e desconstruída, como mostrado no filme Escritores da Liberdade.


2º ANO:



A prova consta de 15 questões, de 0,2 cada, totalizando 3,0 pontos. Leia atentamente as questões, julgue-as como verdadeiras (v) ou falsas (f), depois assinale a sequência  de v e f correta no final desta prova para cada questão e marque a alternativa correspondente no gabarito; Avalie de acordo com o que foi visto em aulas, filmes e livros nesse semestre. Somente o gabarito terá efeito para correção.  Questões rasuradas ou à lápis não poderão ser questionadas após a correção. Boa Prova!

As ciências sociais somente estudam fatos sociais. A exclusão e a ecologia são analisadas pela Sociologia como fato social: geral, exterior e coercitivo. Mesmo a democracia e a ecologia muitas vezes sendo consideradas utopias, são temas importantes às ciências sociais sempre voltadas para a pesquisa e análise da realidade, com vistas à desnaturalização dos padrões construídos. Existem fatos sociais indesejáveis aos valores hegemônicos, tais como a violência e a degradação ambiental, que precisam ser investigados para pensarmos em soluções.
O consumismo, a competição excludente e o individualismo são típicos do Capitalismo. O individualismo excludente é treinado e naturalizado desde a infância, por jogos, ditos e ações sutis. Assim, ecologia, como o racismo e o machismo, são temas importantes para refletirmos sobre as contradições da nossa sociedade.
O crescimento técnico e econômico nem sempre gera benefícios a todos, pois depende da forma que é feito e aproveitado. No Brasil o crescimento econômico geralmente gerou maior concentração de riquezas e de bens simbólicos. Com os dados históricos, podemos discordar com o dito: "É preciso crescer o bolo para depois dividir". Historicamente no Brasil, vemos que o salário mínimo diminuiu ou se manteve igual a despeito do crescimento do PIB. Na época do "Milagre Econômico", na ditadura militar, foi a época em que o salário mínimo foi mais baixo, proporcionalmente.
No filme "O menino e o mundo", vimos que o protagonista sempre foi pobre, com poucas escolhas pessoais e desvalorização de sua qualificação. O subdesenvolvimento é um lugar perene na divisão internacional do trabalho dada historicamente. A dependência é perpetuada desde a colonização, sob o domínio do capital estrangeiro no Brasil. Por isso, é errôneo, pelos olhos das ciências sociais, afirmar que "somos dependentes simplesmente porque temos mais preguiçosos e corruptos do que outros países".
A crise de 1929, potencializou a industrialização brasileira. Porém, quando nos industrializamos, nos mantivemos dependentes, enquanto capitalistas periféricos, com muitas contradições. Nossa industrialização não significou rompimento com nossa condição de dependência, porque se sustentou com o capital e empresas internacionais. Getúlio Vargas teve papel importante no reordenamento da economia nacional, nesse momento de crise. Em momentos de crises mundiais, em vários países o Estado assumiu a economia, como fez Getúlio. A URSS, ficou fora da crise naquele momento, pois vivia uma economia planificada. Nas economias planificadas o Estado gerencia a produção e a distribuição econômica.
Desde pequenos adquirimos informações e valores que nos levam a crer que os produtos europeus ou norte-americanos são melhores que os nossos, como Carina no filme "A Máquina". A dominação cultural, propagada pelas instituições sociais, tem papel importante na dominação e concentração socioeconômica. "Nordestina" era pouco valorizada por isso estava "morrendo". Por isso, muitos brasileiros acreditam erroneamente que tudo que vem do Brasil é pior que nos outros países, achando melhor importar produtos e cultura para nos modernizarmos, como visto no filme "A máquina". Esse pensamento alimenta o ciclo da dependência iniciado desde a colonização, pois desvaloriza nosso povo e piorando nossas condições de trabalho.
 O trabalho é um bem coletivo, já que só pode ser realizado a partir de todo um legado socioeconômico. Temos um desemprego estrutural naturalizado que prejudica inclusive várias pessoas com boa formação. Trabalho infantil e escravo, assim como abandono e insustentabilidade são problemas persistentes que precisam ser estudados para produzirmos políticas públicas de correção ou superação.

Tendo em vista os conteúdos abordados em sala, o dia da Consciência Negra e o capítulo sobre Sociologia Brasileira analise as questões a seguir:

O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. A ocasião é dedicada à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. A palavra quilombo faz referência ao idioma banto, sendo uma referência para “ guerreiro de floresta”. A Sociologia tem como preocupação entender de que forma as relações raciais foram construídas historicamente e seus reflexos na atualidade. O preconceito racial existente no Brasil não é por “gota de sangue”, ou seja, racismo de marca, no qual se seu avô é negro você pode ser alvo de preconceito racial. O racismo aqui é mais voltado para a aparência e a identidade cultural do negro. De acordo com as noções da pigmentocracia/ colorismo quanto mais escura for sua pele ou mais marcados forem seus traços, mais racismo você irá sofrer, uma vez que o racismo no contexto brasileiro é a partir do fenótipo do indivíduo.  O conceito de democracia racial é questionado hoje como um mito culturalista sem evidência estatística. O movimento negro condena esse conceito por mascarar o racismo, assim como entende a categoria "pardo" como sendo uma alternativa ruim para intitular a população miscigenada, por motivo semelhante. A forma como a história da população negra foi contada é baseada na narrativa da população branca, esse fenômeno pode ser intitulado como história única. Vários filmes passados neste bimestre, mesmo quando tratam de temáticas diferentes da racial, fazem paralelo ou reflexão sobre essa questão. Por exemplo, podemos citar os filmes: "The Wall", "Que horas ela volta" e "A Máquina", além de pequenos vídeos vistos como a música "Manifestação".
Fazendo um paralelo entre os filmes “Que horas ela volta”e os outros vistos neste bimestre, vimos que as desigualdades e violências reproduzidas por séculos no mundo ainda permanece em alguma medida. Todos evidenciam contradições de um sistema alienante e violento para que haja reflexão disso.  Relacionar informações, leituras, filmes, experiências, amplia nossos conhecimentos e possibilidades.
De acordo com Florestan Fernandes a desigualdade social está relacionada a escravidão. O empoderamento das mulheres, negros e de outras minorias contribui para a democracia.  O livro didático tem posicionamento a favor das cotas raciais, já que contesta quem a considera errada mostrando resultados positivos da política pública de pesquisas feitas. Tendência ideológica ou moral em materiais didáticos ou no processo ensino-aprendizagem são, na realidade, inevitáveis. O melhor que podemos fazer é abrir espaço para a pluralidade de pensamentos por meio do debate, algo feito constantemente ao longo do semestre. O debate deve partir de análises atuais baseadas em índices demonstrativos estatísticos que orientam políticas públicas. Há diversas fases de análise da desigualdade social no Brasil, de acordo com o contexto de cada época. Os analistas sociais nem sempre se colocaram ao lado do povo brasileiro, ou contra o racismo e a dominação. Intelectuais são pessoas suscetíveis às ideologias vigentes de sua época, assim como nós, por isso precisamos nos manter críticos, buscando diversas fontes para incrementar nossa reflexão.









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