Colegas de aprendizagem,
Comecei
a semana muito mexida emocionalmente por conta dos
conflitos explicitados no grupo da escola no facebook. Não cheguei a
ler todas as postagens, mas algumas me orgulharam, outras me
entristeceram profundamente. Fiquei satisfeita de ver os estudantes
lendo, escrevendo e fundamentando suas posições. Também acho
bonito o engajamento em causas sociais e de apoio a colegas, o
problema é como isso é feito. Alguns conseguiram se posicionar com
argumentos bem articulados sem prejudicar ninguém pessoalmente.
Outros, infelizmente não têm a mesma condição e acabam
violentando mais do que defendendo pessoas. E ainda tem aqueles que
só querem ver o “barraco” e a “pancadaria”, piorando muito o
quadro. As questões tratadas eram muito sérias e delicadas, tendo
quase terminado em tragédia. Enquanto professora me senti
responsável. Percebo que enquanto coletivo todos nós falhamos em algum ponto, por isso os pais tiraram seus filhos da escola. Acho que os
estudantes envolvidos precisavam de um apoio e orientação maior,
mas infelizmente não foi dado a contento até aquele momento. Por
isso, conversei com docentes e discentes não só da escola, como da
UnB, para traçarmos estratégias coletivas que evitem situações
como essas ou até piores. A princípio estamos pensando em duas
ações: roda de conversa entre mulheres no segundo intervalo
matutino da sexta-feira com o apoio da pibidiana Mariana (ativista do
movimento feminista); fórum de debate envolvendo todas as turmas e
professores da escola, com convidados externos especialistas nas
questões de gênero, sexualidade, adolescência e mediação de
conflitos. A primeira ação poderemos começar já nesta semana,
desde que haja interesse das meninas. O fórum seria no segundo ou
terceiro bimestre, pois exige uma organização e acúmulo maior de
discussão dos temas. Depois de entender e canalizar minhas angústias
até consegui levar minhas aulas e acabar bem a semana. Segue as
atividades realizadas com minhas elaborações:
As
aulas dessa semana não foram tranquilas como eu esperava.
Distribui os textos da VG (já postados no moodle), um para cada grupo ler e relacionar com
textos, filmes, exposição, aulas vistos neste bimestre. Em algumas
turmas as relações aconteceram muito bem, com pessoas atentas e
participativas. Em outras a maioria nem leu os textos, ficaram
conversando, dispersos, a ponto de eu ter que brigar (o que eu
detesto!). Isso me motivou a escrever um resumo das regras gerais em
sala de aula e das avaliações que disponibilizei no moodle. Assim,
diminui a chance de termos conflitos por conta do “eu não sabia”
ou “você não disse que era para fazer”. No entanto, se não
houver comprometimento diário e proatividade de todos, a aula não
renderá como poderia.
Na
sexta fomos à Câmara Ligada. Foram 54 estudantes da nossa
escola, o que levou à superlotação da TV Câmara e à falta de
lanche. Mas valeu a pena! A Helen Oléria foi maravilhosa, tanto as
músicas como o seu carisma e posicionamento político! A discussão
central era em torno de crise econômica e o acesso dos jovens ao
mercado de trabalho. O programa passou informações acerca das
crises recorrentes no Brasil, dados do IPEA, nova lei para empresas
júniores nas universidades, empreendedorismo e protagonismo
juvenil. Só não aprofundou muito sobre as causas desta crise atual,
talvez porque o tempo era curto e outras perguntas mais voltadas à
Helen tiveram mais foco. O programa será transmitido nos seguintes
dias e horários:
Domingo
10/4 (amanhã), 17 e 24 de abril, sempre às 21h30 na TV Câmara.
Também
poderá ser acessados pelos links:
Façam
seus comentários no seu caderno ou portfólio.
Neste
sábado vimos o filme “Que horas ela volta?”. Somente 26
estudantes compareceram (acho que falhamos na comunicação), então
acabamos exibindo no miniauditório. O filme é fantástico! Foi a
terceira vez que assistir e cada vez percebo mais detalhes e traço
novas relações. Na primeira vez fiquei tensa, pensando nas inúmeras
coisas que podiam dar errado. Nas outras foi muito mais divertido.
Ele me lembra contos da Clarice Lispector e do Machado de Assis: um
humor fino acerca do cotidiano e das contradições sociais. Mas
também traz um elemento de renovação de nossa época, onde jovens,
não tendo cristalizado os padrões sociais discriminatórios, abrem
possibilidades para uma sociedade melhor, mais justa. Adorei do
debate final, onde diversos temas foram analisados, tais como:
diálogo, amor, família, vínculo, responsabilidade, justiça,
reprodução e transformação social, gênero. Coloquei um roteiro
de questões no moodle para serem respondidas. Valerá também para
Geografia, então para mim faça somente uma redação contendo todas
as respostas. A professora Andreia e o professor Rubens também
fizeram fichas de análise do filme.
Enfim,
foi uma semana cheia! Sinto que evolui mais um pouco como mulher,
professora e cidadã. Espero que a próxima também seja produtiva,
porém mais leve emocionalmente. Pretendo ter uma cada vez postura
mais tranquila, amorosa e sábia. Desejo o mesmo para vocês.
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