Nessa semana só tivemos 2 dias de aula (terça e quarta), por
conta do feriado prolongado e do
falecimento da Laudercir ( que Deus a tenha, iluminando a todos nós). Nas
turmas que tive aula finalizamos discussões sobre os eventos da semana da vida
reforçando temas como: proatividade;
respeito e sensibilidade à alteridade (o outro, o diferente); os discursos como
práticas políticas; a adequação de argumentos em função do contexto e do
interlocutor; aprofundamento, reflexão, pesquisa e análise aberta sobre
perspectivas diversas. Relacionamos essas questões com o filme "Somos tão
Jovens". Abaixo, segue meu relatório e análise acerca do cinema:
Fomos cerca de 70 ao Cinecultura. Teve um pequeno problema
na projeção no começo, que permitiu aos atrasados verem todo o filme. Foi um
momento alegre e a maioria se portou bem. Fiquei animada para fazer outros
passeios. Dia 21/06 irei levar 90
estudantes ao CCBB para ver a exposição movie-se. O custo será de R$ 5,00 (
ônibus/ almoço). Sairemos às 12h40min e voltaremos às 15h40min. Os interessados
devem me procurar o mais rápido possível para pegar o bilhete de autorização,
já que as vagas são limitadas.
Quanto ao filme "Somos tão jovens", quero que
todos, mesmo os que não foram comigo, façam um relatório crítico sobre ele. Meus
objetivos quando escolhi este filme foram: 1) estimular a apreciação do cinema
brasileiro/ formação de plateia; 2) reflexão sobre a memória de Brasília e sua
produção artística; 3) ampliar a discussão sobre questões presentes no
cotidiano do jovem como amizade, amor, sexualidade, drogas, inconsequências, conflitos,
sonhos, rebeldia; 4) Identificar os discursos, suas opções ideológicas,
culturais, percebendo-os como práticas políticas.
Em geral gostei do filme. É leve, ágil, irreverente, trazendo
uma memória vívida dos contextos da minha infância e adolescência. Entendo que
para muitos não tem o mesmo significado, considerando não fazer parte de sua
identidade. De qualquer forma, ele traz alguns elementos de nossa história
local e nacional, que em alguma medida formam quem somos.
A questão do contexto
ditatorial, no qual o movimento modista punk surgiu, é pontual e datado. Porém,
temos resquícios da violência arraigada ainda nas relações sociais e no Estado.
Por outro lado, a "moda passageira" nos beneficiou com os frutos dos sincretismos
na música popular brasileira. Os sonhos e inquietudes de uma juventude se
transformaram em discurso/prática que influenciaram a sociedade. Essa se reconstruiu
olhando mais para os jovens, as minorias e as vozes sequestradas.
A vivência jovem, inconsequente, desorientada, com uma energia
revolucionária não tão bem canalizada, foi laboratório emocional para expressão
artística que cativou algumas gerações de adolescentes. O fato do protagonista
ser leitor, culto, reflexivo, crítico, irreverente, sensível e quebrando
preconceitos estéticos, traz bons exemplos aos seus seguidores. Contraditoriamente,
a questão das drogas, da falta de humildade e desrespeito no trato pessoal, presentes no
ambiente social e na personagem principal, precisam ser questionados para serem
superados, sem cairmos em idealizações irresponsáveis.
Assim, da mesma maneira que fizemos com outros evento e
experiências, podemos aproveitar este material para refletir , colhendo o que
há de qualidade cultural/política e crescer com os questionamentos dos
problemas, descaminhos, desencontros. Afinal, somos tão jovens e estamos sempre
em processo de vir a ser. Nada está pronto, determinado, finalizado. O fim é a
morte. Vamos fazer, criar, dar o melhor de nós enquanto estamos aqui.
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