Vamos lá!

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dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



sexta-feira, 31 de maio de 2013

Somos tão jovens


    Nessa semana só tivemos 2 dias de aula (terça e quarta), por conta do feriado prolongado  e do falecimento da Laudercir ( que Deus a tenha, iluminando a todos nós). Nas turmas que tive aula finalizamos discussões sobre os eventos da semana da vida reforçando temas como:  proatividade; respeito e sensibilidade à alteridade (o outro, o diferente); os discursos como práticas políticas; a adequação de argumentos em função do contexto e do interlocutor; aprofundamento, reflexão, pesquisa e análise aberta sobre perspectivas diversas. Relacionamos essas questões com o filme "Somos tão Jovens". Abaixo, segue meu relatório e análise acerca do cinema:

    Fomos cerca de 70 ao Cinecultura. Teve um pequeno problema na projeção no começo, que permitiu aos atrasados verem todo o filme. Foi um momento alegre e a maioria se portou bem. Fiquei animada para fazer outros passeios. Dia 21/06  irei levar 90 estudantes ao CCBB para ver a exposição movie-se. O custo será de R$ 5,00 ( ônibus/ almoço). Sairemos às 12h40min e voltaremos às 15h40min. Os interessados devem me procurar o mais rápido possível para pegar o bilhete de autorização, já que as vagas são limitadas.
     Quanto ao filme "Somos tão jovens", quero que todos, mesmo os que não foram comigo, façam um relatório crítico sobre ele. Meus objetivos quando escolhi este filme foram: 1) estimular a apreciação do cinema brasileiro/ formação de plateia; 2) reflexão sobre a memória de Brasília e sua produção artística; 3) ampliar a discussão sobre questões presentes no cotidiano do jovem como amizade, amor, sexualidade, drogas, inconsequências, conflitos, sonhos, rebeldia; 4) Identificar os discursos, suas opções ideológicas, culturais, percebendo-os como práticas políticas.
     Em geral gostei do filme. É leve, ágil, irreverente, trazendo uma memória vívida dos contextos da minha infância e adolescência. Entendo que para muitos não tem o mesmo significado, considerando não fazer parte de sua identidade. De qualquer forma, ele traz alguns elementos de nossa história local e nacional, que em alguma medida formam quem somos.
     A questão do contexto ditatorial, no qual o movimento modista punk surgiu, é pontual e datado. Porém, temos resquícios da violência arraigada ainda nas relações sociais e no Estado. Por outro lado, a "moda passageira" nos beneficiou com os frutos dos sincretismos na música popular brasileira. Os sonhos e inquietudes de uma juventude se transformaram em discurso/prática que influenciaram a sociedade. Essa se reconstruiu olhando mais para os jovens, as minorias e as vozes sequestradas.
     A vivência jovem, inconsequente, desorientada, com uma energia revolucionária não tão bem canalizada, foi laboratório emocional para expressão artística que cativou algumas gerações de adolescentes. O fato do protagonista ser leitor, culto, reflexivo, crítico, irreverente, sensível e quebrando preconceitos estéticos, traz bons exemplos aos seus seguidores. Contraditoriamente, a questão das drogas, da falta de humildade  e desrespeito no trato pessoal, presentes no ambiente social e na personagem principal, precisam ser questionados para serem superados, sem cairmos em idealizações irresponsáveis.  
    Assim, da mesma maneira que fizemos com outros evento e experiências, podemos aproveitar este material para refletir , colhendo o que há de qualidade cultural/política e crescer com os questionamentos dos problemas, descaminhos, desencontros. Afinal, somos tão jovens e estamos sempre em processo de vir a ser. Nada está pronto, determinado, finalizado. O fim é a morte. Vamos fazer, criar, dar o melhor de nós enquanto estamos aqui.

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