Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



sábado, 21 de maio de 2011

preparação para as aulas - semana 23 a 27 de maio

Queridos estudantes

Nas próximas aulas estaremos com exibição de filmes diferentes para cada série, como detalhado no cronograma exposto na postagem anterior.

Enquanto assistem aos filmes, estarei corrigindo os exercícios e relatórios do caderno. Segue lista do que será cobrado:
1)      exercício da prova interdisciplinar (explicado em postagem anterior);
2)      relatório do conselho de classe participativo;
3)      relatórios de aulas deste bimestre;
4)      relatório exposição CCBB – Islã;
5)      relatório filme exibido na semana da vida
a)      Entrevista com Milton Santos – 1 ano
b)      Corporation – 2 ano
c)      Malcolm X – 3 ano

Agora, abaixo deixo disponíveis os roteiros de análise dos filmes (de cada série) desta próxima semana, que serão cobrados como prova oral e posteriormente no caderno.



1 ANO

FILME: “NELL” (relação com o texto da última página da apostila.)

1) Qual a importância da cultura na formação da identidade?
2) O que o filme coloca sobre os preconceitos culturais?
3) Quais as semelhanças e diferenças entre o filme e o texto?
4) Qual o papel da religiosidade no filme?


2 ANO

ROTEIRO FILME ILHA DAS FLORES (relacionando com filme Corporation)

Mesmo que você já tenha visto este filme, preste atenção aos detalhes e responda às questões a seguir:

1)     Qual a idéia central deste filme ? Justifique sua resposta. Lembre-se que a idéia central, de qualquer texto bem estruturado, é trabalhada do começo ao fim de toda a narração.
2)     Para trabalhar este tema o autor utiliza diversas figuras de linguagem, entre elas a IRONIA. Encontre 3 exemplos de ironia no filme e as explique.
3)     Existe um elemento capaz de levar o tomate da produção ao lixo, gerando desigualdade e alienação, desumanizando o sistema envolvido. Este elemento é citado em vários momentos do filme, mas não é o próprio ser humano. Que elemento é este? Por que ele define o nome de nossa sociedade?
4)     Existe um momento do filme que aparece a escola. Que críticas são feitas a esta instituição? Que relações são traçadas entre a escola, o lixo e a alienação?
5)  O que podemos fazer a partir da nossa escola para mudar os problemas apresentados nos filmes, que são de nossa sociedade Capitalista?

3 ANO

            
CAPÍTULO 1 – A Promessa

          
CAPÍTULO 1 – A Promessa


 
“ A Imaginação Sociológica” de Wright Mills, 1959, Universidade de Osford – EUA.

 
            Hoje em dia, os homens sentem, frequentemente, suas vidas privadas como uma série de armadilhas. Percebem que dentro dos mundos cotidianos, não podem superar suas preocupações, e quase sempre têm razão nesse sentimento: tudo aquilo de que os homens comuns têm consciência direta e tudo o que tentam fazer está limitado pelas órbitas privadas em que vivem. Sua visão, sua capacidade, estão limitadas pelo cenário próximo: o emprego, a família os vizinhos, e permanecem espectadores. E quanto mais consciência têm, mesmo vagamente, das ambições e ameaças que transcendem seus cenários imediatos, mais encurralados parecem sentir-se.
            Subjacentes a essa sensação de estar encurralados estão mudanças aparentemente impessoais na estrutura mesma de sociedades e que se estendem por continentes inteiros. As realidades da história contemporânea constituem também realidades para o êxito e o fracasso de homens e mulheres, individualmente. Quando uma sociedade se industrializa, o camponês se transforma em trabalhador; o senhor feudal desaparece, ou passa a ser homem de negócios. Quando as classes ascendem ou caem, o homem tem emprego ou fica desempregado; quando a taxa de investimento se eleva ou desce, o homem se entusiasma, ou se desanima. Quando há guerras, o corretor de seguros se transforma no lançador de foguetes; o caixeiro de loja, em homem do radar; a mulher vive só, a criança cresce sem pai. A vida do indivíduo e a história da sociedade não podem ser compreendidas sem compreendermos essas alternativas.
            E apesar disso, os homens não definem, habitualmente, suas ansiedades em termos de transformação histórica e contradição institucional. O bem estar que desfrutam, não o atribuem habitualmente aos grandes altos e baixos das sociedades em que vivem. Raramente têm consciência da complexa ligação entre suas vidas e o curso da história mundial; por isso, os homens comuns não sabem, quase sempre, o que essa ligação significa para os tipos de ser em que se estão transformando e para o tipo de evolução histórica de que podem participar. Não dispõem da qualidade intelectual básica para sentir o jogo que se processa entre os homens e a sociedade, a biografia e a história, o eu e o mundo. Não podem enfrentar suas preocupações pessoais de modo a controlar sempre as transformações estruturais que habitualmente estão atrás deles.
            Isto não causa surpresa. Em que período da história tantos homens estiveram tão expostos, e de forma tão total, a transformações tão rápidas e completas? O fato de não terem os americanos conhecido modificações tão catastróficas quanto homens e mulheres de outras sociedades se deve a fatos históricas que se estão tornando, rapidamente “apenas história”. A história que atinge todo homem, hoje, é a história mundial. Dentro deste cenário e deste período, no curso de uma única geração, um sexto da humanidade passou de tudo o que era feudal e atrasado para tudo o que é moderno, avançado, terrível. As colônias políticas estão libertadas; instalaram-se novas formas de imperialismos, menos evidentes. Ocorrem revoluções; os homens sentem de perto a pressão de novos tipos de autoridade. Surgem sociedades totalitárias, e são esmagadas desfazendo-se em pedaços – ou obtêm êxito fabuloso. Depois de dois séculos de ascendência, o capitalismo é visto apenas como um processo de transformar a sociedade num aparato industrial. Depois de dois séculos de esperanças, até mesmo a democracia forma está limitada a uma pequena parcela da humanidade. Em todo o mundo subdesenvolvido, os velhos modos de vida se rompem e esperanças antes vagas se transformam em exigências prementes. Em todo o mundo superdesenvolvido, os meios da autoridade e violência tornam-se totais no alcance e burocráticos na forma. A própria humanidade se desdobra hoje à nossa frente, concentrando cada supernação, em seu respectivo pólo, seus esforços coordenados e maciços na preparação da Terceira Guerra mundial.
            A própria evolução da história ultrapassa, hoje, a capacidade que tem os homens de se orientarem de acordo com valores que amam. E quais são esses valores? Mesmo quando não são tomados de pânico, eles vêm, com freqüência, que as velhas maneiras de pensar e sentir entraram em colapso, e que as formas incipientes são ambíguas até o ponto de estase moral. Será de espantar que os homens comuns sintam sua incapacidade de enfrentar os horizontes mais extensos à frente dos quais foram tão subitamente colocados? Que não possam compreender o sentido de sua época e de suas próprias vidas? Que – em defesa do eu – se tornem moralmente insensíveis, tentando permanecer como seres totalmente particulares? Será de espantar que se tornem possuídos de uma sensação de encurralamento?
            Não é apenas de informação que precisam – nesta Idade do Fato, a informação lhes domina com freqüência a atenção e esmaga a capacidade de assimilá-la. Não é apenas da habilidade da razão que precisam – embora sua luta para conquistá-la com freqüência lhes esgote a limitada energia moral.
            O que precisam, e o que sentem precisar, é uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode estar acontecendo dentro deles mesmos. É essa qualidade, afirmo, que jornalistas professores, artistas e públicos, cientistas e editores estão começando a esperar daquilo que poderemos chamar de imaginação sociológica.
            1.
 A imaginação sociológica capacita seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo, em termos de seu significado para a vida íntima e para a carreira exterior de numerosos indivíduos. Permite-lhe levar em conta como os indivíduos, na agitação de sua experiência diária, adquirem frequentemente uma consciência falsa de suas posições sociais. Dentro dessa agitação, busca-se a estrutura da sociedade moderna, e dentro dessa estrutura são formuladas as psicologias de diferentes homens e mulheres. Através disso, a ansiedade pessoal dos indivíduos é focalizada sobre fatos explícitos e a indiferença do público se transforma em participação nas questões públicas.
            O primeiro fruto dessa imaginação – e a primeira lição da ciência social que a incorpora – é a idéia de que o indivíduo só pode compreender sua própria experiência e avaliar seu próprio destino localizando-se dentro de seu período; só pode conhecer suas possibilidades na vida tornando-se cônscio das possibilidades de todas as pessoas, nas mesmas circunstâncias em que ele. Sob muitos aspectos, é uma lição temível; sob muitos outros, magnífica. (...)

Questões
1-       Qual a causa social para o sentimento de encurralamento?
2-       O que é Imaginação Sociológica e qual a sua promessa?
3-       Qual a relação entre Holismo e Imaginação sociológica?



 
 
  




Nenhum comentário:

Postar um comentário