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segunda-feira, 19 de junho de 2023

Ideologias e interseccionalidades em perspectivas históricas

Amores, na semana passada trabalhamos temáticas diferentes nas séries distintas. No 2º ano, a compreensão ideológica foi embasada pela apresentação dos últimos capítulos do livro Capitalismo para Principiantes.
Analisamos a questão da dependência econômica brasileira, a partir de sua construção histórica como país periférico no capitalismo mundial.
Também discutimos sobre elementos estruturantes do capitalismo como a competição excludente e as desigualdades partindo dos abismos econômicos entre as classes sociais.
Nesse ponto, aproxima do conteúdo do 3º ano, no qual trabalhamos as interseccionalidades de violências: classe, raça e gênero. Também estão alinhadas as soluções dadas: consciência e união. O clipe acima é obra cobrada no PAS 3. Ela denuncia as violências contras as mulheres ao mesmo tempo que reforça a SORORIDADE (união e apoio mútuo entre as mulheres). Somos estimuladas desde os primórdios do machismo a competir entre nós pelo reconhecimento masculino. Isso nos enfraquece e nos vulnerabiliza ainda mais frente às violências sociais. Também ocorre a partir da estrutura capitalista o estímulo à competição de todos por empregos, vagas e status econômico, levando ao consumismo, à alienação e à desunião. Isso facilita, para quem explora e manda, continuar nessa condição de dominação. Tomar consciência disso é o primeiro passo para a liberdade, igualdade e fraternidade.
Somos treinados desde a infância a ver o outro como adversário. Quanto mais diferente e estranho, pior. Além disso, mulheres, negros, pobres e outros grupos que tem marca social construída e reproduzida por séculos de violência estrutural, acabam por serem ainda mais estigmatizados nas relações. A obra do PAS 3 "À margem do Corpo" é uma pesquisa bem feita, de uma antropóloga da UnB, sobre um caso de discriminação e violência sistemática que acaba na morte de mais uma preta pobre. É um documentário pesado, de 43 minutos, que desaconselho para quem tem alguma história de abuso próxima ou não fará o PAS 3. Coloco abaixo somente o resumo dele, de 6 minutos, pegando algumas falas relevantes para o conhecimento geral dos crimes que ocorreram, mesmo assim, só veja quem fica bem resolvido com relatos de violência extrema: Por que Deuseli teve seu direito ao aborto legal negligenciado, assim como outros direitos antes e depois desse? Por que sua vida valeu menos em diversas circunstâncias? Como bem explicada na obra sobre NECROPOLÍTICA, já mencionada em postagem anterior, exite uma política nas instituições sociais de recomendar e garantir algumas vidas, enquanto negligencia ou ataca outras. Analisamos isso desde a questão indígena e agora na interseccionalidade social de violências. O conceito de Interseccionalidade foi criado pela professora estadunidense Kimberlé Williams Crenshaw, cientista nas áreas de raça e gênero. Como Deuseli, vítima no documentário, uma pessoa pode ser discriminada por mais de uma condição ao mesmo tempo: gênero, classe, raça, doença, etc. Como ela, muitas outras pessoas morrem jovens no Brasil, por negligência ou ataque direto. Segue mais um desses casos em outra obra do PAS 3, que desta vez eu recomendo a todos: Pessoas da comunidade LGBTQIAP+ são desrecomendadas a existir. Por isso, vivem à margem da sociedade, muitas vezes em situação de vulnerabilidade, acumulando outras marcas sociais e tendo uma baixa expectativa de vida. Essa questão está sendo debatida recentemente e por isso aparece em duas obras da 3ª etapa: Para entender melhor a relevância dessa discussão, apresentamos no sábado letivo uma pesquisa feita pela UnB em escolas públicas de Brasília. É uma pesquisa-ação com relatos variados e consistentes, de modo a refletirmos sobre a violência sofrida por essas pessoas desde muito cedo e sem amparo. A ideia é ampliarmos nossa compreensão e empatia, saindo das bolhas e quebrando tabus: Essa pesquisa, como outras já apresentadas, pode inspirar vocês nas pesquisas-ações a serem apresentadas em julho como culminância do nosso trabalho. Quanto mais pesquisarmos e agirmos, mais contribuiremos para a construção de um mundo mais democrático, consciente e sustentável. Bom trabalho!!

Um comentário:

  1. As ideologias e interseccionalidades têm desempenhado papéis significativos ao longo da história, moldando narrativas sociais e políticas. Exemplos incluem a interseção de questões de classe, gênero e raça durante movimentos como o feminismo e o movimento pelos direitos civis. Estas perspectivas históricas destacam a complexidade das lutas por justiça social, reconhecendo que as experiências individuais são influenciadas por diversas identidades e sistemas de poder.

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