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dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



domingo, 18 de setembro de 2022

Semana da Independência, inscrição do PAS e dia do Cerrado

Amores, gosto de usar obras e dinâmicas dialogando com as temáticas de datas comemorativas e com o que está ocorrendo em volta de nós. Foi o que fizemos nessas duas semanas que passaram, de modo a ancorar os conteúdos e treinar recursos de maneira contextualizada. Aproveitando a temática da independência brasileira e dando continuidade à aproximação com universidade, trabalhamos nas aulas de Sociologia a OBRA DO PAS 1 de Darcy Ribeiro "O POVO BRASILEIRO - capítulo A MATRIZ TUPI": Algumas turmas gostaram mais dessa obra do que do "Perigo da História Única", porque tem imagens e se identificam mais, por ser de uma cultura originária em nosso país. Outra acharam mais cansativa, porque foi passada sem cortes nem debates ao longo do vídeo, diferente da aula anterior com os estagiários. Realmente, apesar de serem complementares, as maneiras que trabalhamos tinham objetivos diferentes. A imersão de 20 minutos em uma cultura ancestral gera um ESTRANHAMENTO necessário para compreensão do OLHAR ANTROPOLÓGICO. Além disso, tirar estudantes da sua prática habitual e zona de conforto é necessário para acionarmos e aprendermos recursos novos. Esse foi também o objetivo pedagógico da nova formação dos grupos, de maneira aleatórea, sem ser por afinidade e sim pelo número da chamada. Porém, sabemos que nem tudo que é estranho, diferente, recebemos de manereira desagradável. Muitas vezes vemos como uma oportunidade de sair da rotina, de cultivar nossa curiosidade. DARCY era um Antropólogo entusiasmado com a DIVERSIDADE e valorizava muito isso na formação de nossa IDENTIDADE COLETIVA. Essa visão é comungada por Maria Gadú na minisérie O SOM DO RIO Esse é o 1º episódio de quatro, que mostram a incursão de uma equipe de artistas ao rio Tapajós. É uma pesquisa participante junto a diversas comunidades locais, principalmente indígenas. Na última aula passei um trecho do último capítulo, mas todos são muito belos, interessantes e dialogam com o que trabalhamos e iremos trabalhar. Esse episódio inicial, apresenta o motivo pelo qual a artista entrou nessa jornada e foca na temática IDENTITÁRIA, tão discutida por nós até agora. Além disso, complementa a obra anterior atualizando o olhar sobre os indígenas brasileiros. O 2º capítulo dá ênfase à pesquisa na construção de conhecimentos e na troca de saberes: ancestrais, naturais, artísticos, científicos... Esse episódio relaciona-se mais diretamente com o Holismo (visão do todo articulado de maneira transdisciplinar) e o diálogo acadêmico com as outras formas de conhecimento. Isso foi trabalhado, em alguma medida, nas aulas de PV quando falamos das INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: Aproveitar das diversas inteligências e saberes de modo a incluir mais, tem relação com a mesa de debate que fomos na FE/UnB sobre cotas, pois mostra a importância da entrada de diferentes grupos e etnias na universidade, historicamente excluídos e invisibilizados. Nessa visita foram poucos estudantes (18) e pouquíssimos aguentaram até o final (3). Realmente, foi muito tempo de falas (4h) e a maioria tem pouco treino ou estímulo social para aproveitar momentos como esse. Essa questão é algo evidente na animação também trabalhada no PV, VIDA MARIA: Mesmo com as dificuldades em nossa formação, o evento da UnB trouxe falas ricas e diversas as quais acrescentaram, em níveis diferentes, para cada um. Além disso, reforcei uma parceria que viabilizará visitações futuras com ônibus gratuito às comunidades quilombolas próximas:
As parcerias e projetos são o ponto central do 3º episódio da minissérie O SOM DO RIO. Ele continua mostrando a pesquisa trazendo as lendas e histórias das comunidades locais, os sons da natureza, o diálogos com os projetos sociais, dando enfoque na ECONOMIA CRIATIVA e SOLIDÁRIA em contraposição ao padrão econômico predatório: Para revertermos problemas sistêmicos, fatos sociais (gerais, exteriores e coercitivos), como o racismo e a degradação ambiental, precisamos nos unir e realizar projetos coletivos. É exatamente isso que estamos estimulando com as atividades extraclasse e as parcerias nas aulas de projeto de vida. Nessa última quinta trouxemos o Coletivo Aroeira (https://www.coletivoaroeira.com/) para conversar com estudantes e fazer o manejo em nossa agrofloresta:
Como só foi possível oferecermos essa dinâmica para as 4 turmas de PVs, coloco abaixo um vídeo explicando sobre o coletivo Aroeira e sugiro que visitem nossa agrofloresta e acessem o site deles. A participação é voluntária. No próximo manejo vamos trazer em alguma terça-feira. Essa ideia de CUIDADO e saúde mental, também é o princípio de outra parceria nossa com o grupo ENGAJADAMENTE da Universidade de Oxford e Universidade de Brasília. A pesquisa do projeto CADÊ o KAUÊ, foi aplicada em 2 turmas de PV dos últimos horários da quinta, mas teremos a ferramenta disponível para todos a partir do dia 31/10/22:
Apesar de poucos estarem inscritos nessa primeira fase do projeto, até porque nossos recursos tecnológicos são restritos, acredito que o projeto beneficiará toda a nossa comunidade. Meu esforço é no sentido de aproveitar o maior número de projetos, iniciativas e parcerias de modo a oportunizar caminhos para a diversidade de interesses que temos em nossa escola. Esse também foi meu pensamento em relação ao projeto do TJC, pelo qual recebemos 3 juízes do trabalho para responder nossas questões:
Estudantes do matutino me deram orgulho com o engajamento nas perguntas e cartazes que fizeram. Os juízes saíram depois das 12h daqui. Foram super abertos para nós. Na quarta, os 35 estudantes que vieram a essa roda de conversa irão à visita guiada ao TST. Abri 5 vagas para o vespertino, selecionando os que tem mais perfil para a proposta, já que ninguém desse turno veio. Sei que o tempo é corrido para todos e estamos com muitas atividades. Por isso, nas aulas de Sociologia, fizemos uma dinâmica de contemplação e atenção plena. A ideia era acalmar, sair da correria no dia a dia, para nos conectarmos com a natureza, centrarmos e refletirmos com outro olhar. Tivemos 10 minutos lá fora só observarmos o ambiente, sem a comunicação intensa que temos em nosso cotidiano. Depois entramos e fizemos a leitura do texto A Imaginação Sociológica:
Ainda em processo de silêncio para ampliarmos nossa percepção, assistimos, enfim, a um trecho do 4º episódio do SOM DO RIO, que encerra a minissérie: Nessa última parte, como toda boa conclusão, ela traz elementos da série inteira e fecha nos conceitos de SUSTENTABILIDADE, RESISTÊNCIA SOCIAL e DIREITOS HUMANOS. Relacionar todas essas atividades, dinâmicas, conceitos e projetos é uma capacidade (Imaginação Sociológica) importante para a cidadania, principalmente na pós modernidade, a "Era do Fato". Os estagiários fizeram essas relações na exposição deles para vocês. A maioria das turmas foram bem atentas e me orgulharam. Era uma aula com muita informação, que precisa ser digerida. Por isso, cobrarei os cadernos em nosso próximo encontro para ver as articulações e compreensões que conseguiram desenvolver. Será a última aula de Sociologia do bimestre, antes das VEs. Vocês farão os painéis em grupo sobre tudo visto enquanto avalio os seus escritos. Vocês podem e devem aproveitar as informações deste blog, mas usem suas próprias palavras, reflexões e articulações, de modo a ser autoral. Bom aprendizado!!

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