nessa semana comecei com algumas tensões típicas do final de bimestre. Tivemos a apresentação dos trabalhos de grupo e evento de culminância de tudo o que vimos. Infelizmente a maioria estava despreparada nas primeiras aulas. Fizemos discussões sobre o aproveitamento das aulas e do tempo, assim como a dificuldade de trabalhar em grupo. As vezes nos sentimos só e com medo dos outros e isso impede que avancemos tanto individualmente quanto coletivamente:
Em decorrência da reflexão coletiva, percebi evolução ao longo da semana nas apresentações. Percebi o esforço de compreensão e articulação de vocês. Sei que esse tipo de trabalho exige habilidades complexas que continuarão a serem treinadas e exigidas por toda a vida: leitura, escrita, argumentação oral, articulação de ideias, fatos, conceitos e pessoas. Em termos de conteúdo dos capítulos, a maioria atingiu a compreensão proposta, porém a capacidade de utilizá-los para julgar itens em uma prova ou para empoderá-los em uma decisão política, precisa ser mais treinada. Nesse sentido, passei uma última tarefa individual para ser entregue no dia da prova de Sociologia: um portfólio. Vocês devem colocar todos os comentários do caderno que ainda não olhei, mais as respostas dos exercícios da unidade 3 do livro didático Sociologia Hoje. Cópias são desnecessárias e desconsideradas, portanto escrevam de maneira completa e autoral para terem uma boa nota. Isso ajudará vocês também na VE. No final desta postagem, coloco a revisão do bimestre que também pode ser comentada no portfólio.
A maioria dos grupos pregaram os painéis no auditório antes do mini fórum. Isso embelezou a entrada do evento que teve um resultado muito legal. Quem participou, teve atitude respeitosa nas falas e somente poucos ficaram dispersos. O mais importante foi dar voz a quem queria e espaço à proatividade de vocês. Parabéns!
Logo após o intervalo vimos o seguinte vídeo que traz a questão da democracia dentro da escola:
Essa é a nossa proposta para a construção coletiva de um colégio mais integrado e harmônico. Por isso apoiamos e trazemos projetos como esse. A própria gincana surgiu com esse intuito. Espero que continuem atuando nas outras atividades da Gincana Cuidar. Segunda-feira dia 30/9 às 16h teremos mais um evento com o grupo que está fazendo curso na Fiocruz sobre saúde coletiva. Divulguem e compareçam! A escola será mais saudável quanto mais unidos nós formos.
RESUMO DO 3º BIMESTRE PARA AJUDAR NA VE
INSTRUÇÕES:
·
Esta
prova consta de 15 questões, de 0,2 cada, totalizando 3,0 pontos.
Confira!
·
Leia
atentamente as questões, julgue-as como verdadeiras (v) ou falsas (f), depois assinale
a sequência de v e f correta no final
desta prova para cada questão e marque a alternativa correspondente no
gabarito; Avalie de acordo com o que foi visto em aulas, filmes, músicas e
textos nesse bimestre.
·
Somente
o gabarito terá efeito para correção.
·
Questões
rasuradas ou à lápis não poderão ser questionadas após a correção.
·
Boa
Prova!
A
História é construída por diversos sujeitos sociais de classes e percepções
diferentes sobre os fatos. Assim, ela deve ser compreendida dentro deste
conflito ideológico e de forças. Ao
fazermos um resgate histórico remontamos a identidade das pessoas que
coletivamente construíram os fatos. História pode ser um instrumento político
de alienação ou de consciência de grupo. Dessa forma, a História não
relata os fatos tal como objetivamente ocorreram, ou sem nenhuma interferência
ideológica. As pessoas se posicionam politicamente ao relatar os fatos, isso
faz parte da história. O proselitismo só ocorre quando queremos impor uma
história única, sem trazer a diversidade de vozes e vetores sociais da questão
ou fato estudado. Nesse sentido, os filmes Batalha pela História e o Democracia
em Vertigem são muito bons para a compreensão da importância política da
história. A história oral empodera os academicamente excluídos,
trazendo maior diversidade de narrativas.
A democracia é uma construção
sócio-histórica, política e cultural, que dependem de uma boa compreensão do
valor das coisas públicas e da participação ativa dos sujeitos sociais. O
populismo dificulta esses preceitos ao centrar no governante todo o poder de
melhorar a sociedade. A politicagem está presente no populismo, fascismo,
nepotismo, patrimonialismo e peculato. Ela é por essência antidemocrática, por
priorizar o privado em detrimento do público. Em uma sociedade desigual, como a nossa, os
projetos políticos geralmente não beneficiarão a todos que dela
participam. Por isso, dentro da política sempre há conflitos de forças como
vistos nos filmes. O espaço público é o lugar da pluralidade e da cidadania em
construção política. Os movimentos sociais podem favorecer a democracia, já que
esta não pode ser definida simplesmente pelos instrumentos oficiais de
distribuição do poder, mas como construção política de efetiva participação
popular, diversa e difusa em todo o tecido social. Nesse sentido, o Grêmio
Estudantil contribui para a democracia na escola, estimulando a vocação política: a intervenção social, o
sendo coletivo, discussões e decisões envolvendo a comunidade, mediação de
conflitos , entre outros..
Política é sinônimo de gestão da esfera
pública e o oposto de corrupção e descaso. Nossas raízes de politicagem
alimentam uma alienação política, fazendo com que muitos identifiquem essa
importante dimensão humana como chata e
irrelevante para nós cidadãos de bem. O
estado patrimonialista nas raízes do Brasil deixa um legado de confusão entre o
público e o privado. A política vai se tornando melhor quanto mais pessoas
participam dela ativamente e organizadamente. O ser humano é um ser político, pois é
influenciado por seu meio social, sua polis, e capaz de influenciar. Achar que política e todos os políticos são
ruins é alienação que fundamenta a manutenção da politicagem. Valorizar o
espaço público, percebendo-nos como seres políticos, é o primeiro passo para a educação política. A capacidade de refletir, questionar e se
organizar coletivamente precisa ser treinada culturalmente. A democracia se dá
em meio a disputas políticas, por isso saber lidar com conflitos é fundamental.
A globalização pode ajudar a democracia na
medida em que amplia a comunicação, o
acesso à informação e o desenvolvimento nacional. Porém, ela também pode atrapalhar
a soberania nacional e a democracia, intensificando desigualdades, opressões e
conflitos mal equacionados (intensificando discursos de ódio e xenofobia). Países que incluíram econômica e politicamente
mais cidadãos tiveram maior desenvolvimento. Por outro lado, nações periféricas
estão mais em risco no processo de
globalização. Crises estruturais, recorrentes no capitalismo globalizado, são repassadas
a países periféricos como o nosso, construídos desde os
"descobrimentos" como explorados. No Brasil o crescimento econômico nem
sempre gerou distribuição de riquezas e de bens simbólicos. Pelo contrário, a
dinâmica de concentração de riqueza é um fenômeno em todo o mundo. Partidos de esquerda acreditam na
redistribuição das riquezas, enquanto os de direita no liberalismo. Os partidos
buscam o centro para serem eleitos ou terem poder, independente da orientação
ideológica. Isso, faz parte do jogo político e do desenvolvimento da cidadania.
Portanto, apesar de termos vários políticos brasileiros que
gerem mal os bens públicos, a questão das crises transcendem nosso país e a
decisão desses indivíduos isoladamente. O
problema é sistêmico e complexo. A visão simplista nos aliena fazendo ficarmos
mais fechados em nossas "bolhas" doentias e pré fascistas.
A
cidadania é uma construção histórica desenvolvida por diversos movimentos em
busca de direitos. Os direitos sociais referem-se às garantias trabalhistas,
à educação, saúde, inclusão, previdência, moradia, etc. Nas ditaduras em geral, os direitos civis e
políticos são restringidos violentamente, proibindo-se o dissenso. A partir de 1988 a democracia ampliou direitos
civis, políticos e sociais no Brasil, frente ao período anterior. Essa
discussão sobre direitos surge na filosofia política a partir dos direitos
naturais propostos pelos contratualistas. Para eles os seres humanos nascem
iguais e livres. Para Hobbes, as pessoas em seu estado de natureza seriam
violentas e guerreariam sempre. Já Rousseau
e Locke discordavam que o estado de natureza era vil e desconsiderável. Eles entendiam a igualdade e a
liberdade (respectivamente) como elementos edificantes da natureza humana que
precisavam ser defendidos enquanto direitos inalienáveis.
O consenso entre os contratualistas está na criação do Estado para mediar os
conflitos com regras sociais.
O Estado, para Weber, se funda
no monopólio legítimo do uso da força física e organiza a dominação. Weber chamou de dominação a probabilidade de se conseguir
obediência de um grupo de pessoas. Assim como Maquiavel, ele quer entender a
política como ela é, reconhecendo as influências sociais sobre todos. Weber
tipificou três formas de dominação: a tradicional, a carismática e a legal (ou
burocrática). Na Fábula dos Porcos é possível perceber a predominância da
dominação burocrática. A dominação carismática,
assim como os outros tipos de dominação, pode ocorrer sem violência física.
Dessa maneira, percebemos que é possível termos poder sem necessariamente
controlarmos o Estado. Foucault analisou formas difusas do exercício de poder
no cotidiano das relações microssociais. Para Foucault, as instituições sociais disciplinam,
controlam e moldam os indivíduos cotidianamente. O controle, a disciplina e a
padronização são estudadas pela Sociologia com o objetivo de entender melhor as
reproduções sociais, com vistas à empoderar intervenções dos cidadãos em suas
diversas escolhas.
Assim, ao longo das aulas nos
posicionamos a favor dos movimentos sociais que evidenciam as contradições, denunciam
os conflitos calados e buscam resgatar as vozes sequestradas. Esses edificam a
democracia, pois questionam a passividade tóxica e nutrem sonhos de uma
sociedade efetivamente pacífica, como proposto por John Lennon. Perniciosos à
democracia são aqueles movimentos (fascistas) que cegam a população para as
relações reais, que são diversas, permeadas de conflitos, porque trazem o
dissenso inevitável na realidade política. De Maquiavel a Lennon, podemos observar
que os ideais são parciais e ideológicos, mas podem construir uma sociedade
melhor se ampliarmos nossa consciência e compreensão. Pinochet, por desconhecer
a importância do dissenso, foi um líder político reconhecido pela atitude antidemocrática
na América Latina. Disputas entre capitalistas e socialistas ocorreram nas
ditaduras pelo mundo
todo na guerra fria e mataram muita gente. Precisamos continuar repetindo essa
triste história? A democracia é algo que
nasce e cresce coletivamente. Pessoas iluminadas como Cristo, Gandhi ou Mandela
podem ajudar, mas a valorização do que é público depende de todos nós. O
respeito à diversidade humana deve ser treinado socialmente para que tenhamos inclusão,
paz, união e qualidade de vida.
GABARITO
Os números de
1 a 15 são
referentes às questões e as letras de a
até e são referentes às
sequências de v e f correta para cada questão. Marque somente uma letra
correta para cada questão de acordo com o padrão a seguir:
a) fvv b)
vfv c) vvf d) vvv e) fff
1
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2
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3
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4
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5
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6
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7
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8
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9
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11
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15
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