Vamos lá!

Acredito em um livro como creio nos sonhos ,

dedico-me à troca de pensamentos como às pessoas que amo



domingo, 29 de setembro de 2019

Tensões, democracia e revisão do bimestre para a VE

Amores,

nessa semana comecei com algumas tensões típicas do final de bimestre. Tivemos a apresentação dos trabalhos de grupo e evento de culminância de tudo o que vimos. Infelizmente a maioria estava despreparada nas primeiras aulas. Fizemos discussões sobre o aproveitamento das aulas e do tempo, assim como a dificuldade de trabalhar em grupo. As vezes nos sentimos só e com medo dos outros e isso impede que avancemos tanto individualmente quanto coletivamente:



 Em decorrência da reflexão coletiva, percebi evolução ao longo da semana nas apresentações. Percebi o esforço de compreensão e articulação de vocês. Sei que esse tipo de trabalho exige habilidades complexas que continuarão a serem treinadas e exigidas por toda a vida: leitura, escrita, argumentação oral, articulação de ideias, fatos, conceitos e pessoas.  Em termos de conteúdo dos capítulos, a maioria atingiu a compreensão proposta, porém a capacidade de utilizá-los para julgar itens em uma prova ou para empoderá-los em uma decisão política, precisa ser mais treinada. Nesse sentido, passei uma última tarefa individual para ser entregue no dia da prova de Sociologia: um portfólio. Vocês devem colocar todos os comentários do caderno que ainda não olhei, mais as respostas dos exercícios da unidade 3 do livro didático Sociologia Hoje. Cópias são desnecessárias e desconsideradas, portanto escrevam de maneira completa e autoral para terem uma boa nota. Isso ajudará vocês também na VE. No final desta postagem, coloco a revisão do bimestre que também pode ser comentada no portfólio.

A maioria dos grupos pregaram os painéis no auditório antes do mini fórum. Isso embelezou a entrada do evento que teve um resultado muito legal. Quem participou, teve atitude respeitosa nas falas e somente poucos ficaram dispersos. O mais importante foi dar voz a quem queria e espaço à proatividade de vocês. Parabéns!








Logo após o intervalo vimos o seguinte vídeo que traz a questão da democracia dentro da escola:


Essa é a nossa proposta para a construção coletiva de um colégio mais integrado e harmônico. Por isso apoiamos e trazemos projetos como esse. A própria gincana surgiu com esse intuito. Espero que continuem atuando nas outras atividades da Gincana Cuidar. Segunda-feira dia 30/9 às 16h teremos mais um evento com o grupo que está fazendo curso na Fiocruz sobre saúde coletiva. Divulguem e compareçam! A escola será mais saudável quanto mais unidos nós formos.





RESUMO DO 3º BIMESTRE PARA AJUDAR NA VE


INSTRUÇÕES:
·  Esta prova consta de 15 questões, de 0,2 cada, totalizando 3,0 pontos. Confira!
·   Leia atentamente as questões, julgue-as como verdadeiras (v) ou falsas (f), depois assinale a sequência  de v e f correta no final desta prova para cada questão e marque a alternativa correspondente no gabarito; Avalie de acordo com o que foi visto em aulas, filmes, músicas e textos nesse bimestre.
·  Somente o gabarito terá efeito para correção.
·   Questões rasuradas ou à lápis não poderão ser questionadas após a correção.
·  Boa Prova!

                A História é construída por diversos sujeitos sociais de classes e percepções diferentes sobre os fatos. Assim, ela deve ser compreendida dentro deste conflito ideológico e de forças.  Ao fazermos um resgate histórico remontamos a identidade das pessoas que coletivamente construíram os fatos. História pode ser um instrumento político de alienação ou de consciência de grupo. Dessa forma, a História não relata os fatos tal como objetivamente ocorreram, ou sem nenhuma interferência ideológica. As pessoas se posicionam politicamente ao relatar os fatos, isso faz parte da história. O proselitismo só ocorre quando queremos impor uma história única, sem trazer a diversidade de vozes e vetores sociais da questão ou fato estudado. Nesse sentido, os filmes Batalha pela História e o Democracia em Vertigem são muito bons para a compreensão da importância política da história. A história oral empodera os academicamente excluídos, trazendo maior diversidade de narrativas.
                A democracia é uma construção sócio-histórica, política e cultural, que dependem de uma boa compreensão do valor das coisas públicas e da participação ativa dos sujeitos sociais. O populismo dificulta esses preceitos ao centrar no governante todo o poder de melhorar a sociedade. A politicagem está presente no populismo, fascismo, nepotismo, patrimonialismo e peculato. Ela é por essência antidemocrática, por priorizar o privado em detrimento do público. Em uma sociedade desigual, como a nossa, os projetos políticos geralmente não beneficiarão a todos que dela participam. Por isso, dentro da política sempre há conflitos de forças como vistos nos filmes. O espaço público é o lugar da pluralidade e da cidadania em construção política. Os movimentos sociais podem favorecer a democracia, já que esta não pode ser definida simplesmente pelos instrumentos oficiais de distribuição do poder, mas como construção política de efetiva participação popular, diversa e difusa em todo o tecido social. Nesse sentido, o Grêmio Estudantil contribui para a democracia na escola, estimulando a  vocação política: a intervenção social, o sendo coletivo, discussões e decisões envolvendo a comunidade, mediação de conflitos , entre outros..
                 Política é sinônimo de gestão da esfera pública e o oposto de corrupção e descaso. Nossas raízes de politicagem alimentam uma alienação política, fazendo com que muitos identifiquem essa importante dimensão humana como  chata e irrelevante para nós cidadãos de bem.  O estado patrimonialista nas raízes do Brasil deixa um legado de confusão entre o público e o privado. A política vai se tornando melhor quanto mais pessoas participam dela ativamente e organizadamente.  O ser humano é um ser político, pois é influenciado por seu meio social, sua polis, e capaz de influenciar.  Achar que política e todos os políticos são ruins é alienação que fundamenta a manutenção da politicagem. Valorizar o espaço público, percebendo-nos como seres políticos, é o  primeiro passo para a educação política.  A capacidade de refletir, questionar e se organizar coletivamente precisa ser treinada culturalmente. A democracia se dá em meio a disputas políticas, por isso saber lidar com conflitos é fundamental.
                 A globalização pode ajudar a democracia na medida em que amplia a comunicação,  o acesso à informação e o desenvolvimento nacional. Porém, ela também pode atrapalhar a soberania nacional e a democracia, intensificando desigualdades, opressões e conflitos mal equacionados (intensificando discursos de ódio e xenofobia).  Países que incluíram econômica e politicamente mais cidadãos tiveram maior desenvolvimento. Por outro lado, nações periféricas estão mais em risco no  processo de globalização. Crises estruturais, recorrentes no capitalismo globalizado, são repassadas a países periféricos como o nosso, construídos desde os "descobrimentos" como explorados. No Brasil o crescimento econômico nem sempre gerou distribuição de riquezas e de bens simbólicos. Pelo contrário, a dinâmica de concentração de riqueza é um fenômeno em todo o mundo.  Partidos de esquerda acreditam na redistribuição das riquezas, enquanto os de direita no liberalismo. Os partidos buscam o centro para serem eleitos ou terem poder, independente da orientação ideológica. Isso, faz parte do jogo político e do desenvolvimento da cidadania. Portanto, apesar de termos vários políticos brasileiros que gerem mal os bens públicos, a questão das crises transcendem nosso país e a decisão desses indivíduos isoladamente.  O problema é sistêmico e complexo. A visão simplista nos aliena fazendo ficarmos mais fechados em nossas "bolhas" doentias e pré fascistas.
                A cidadania é uma construção histórica desenvolvida por diversos movimentos em busca de direitos.  Os direitos sociais referem-se às garantias trabalhistas, à educação, saúde, inclusão, previdência, moradia, etc.  Nas ditaduras em geral, os direitos civis e políticos são restringidos violentamente, proibindo-se o dissenso.  A partir de 1988 a democracia ampliou direitos civis, políticos e sociais no Brasil, frente ao período anterior. Essa discussão sobre direitos surge na filosofia política a partir dos direitos naturais propostos pelos contratualistas. Para eles os seres humanos nascem iguais e livres. Para Hobbes, as pessoas em seu estado de natureza seriam violentas e guerreariam sempre.  Rousseau e Locke discordavam que o estado de natureza era vil e desconsiderável. Eles entendiam a igualdade e a liberdade (respectivamente) como elementos edificantes da natureza humana que precisavam ser defendidos enquanto direitos inalienáveis. O consenso entre os contratualistas está na criação do Estado para mediar os conflitos com regras sociais.
                O Estado, para Weber, se funda no monopólio legítimo do uso da força física e organiza a dominação. Weber chamou de dominação a probabilidade de se conseguir obediência de um grupo de pessoas. Assim como Maquiavel, ele quer entender a política como ela é, reconhecendo as influências sociais sobre todos. Weber tipificou três formas de dominação: a tradicional, a carismática e a legal (ou burocrática). Na Fábula dos Porcos é possível perceber a predominância da dominação burocrática. A dominação carismática, assim como os outros tipos de dominação, pode ocorrer sem violência física. Dessa maneira, percebemos que é possível termos poder sem necessariamente controlarmos o Estado. Foucault analisou formas difusas do exercício de poder no cotidiano das relações microssociais.  Para Foucault, as instituições sociais disciplinam, controlam e moldam os indivíduos cotidianamente. O controle, a disciplina e a padronização são estudadas pela Sociologia com o objetivo de entender melhor as reproduções sociais, com vistas à empoderar intervenções dos cidadãos em suas diversas escolhas.
                Assim, ao longo das aulas nos posicionamos a favor dos movimentos sociais que evidenciam as contradições, denunciam os conflitos calados e buscam resgatar as vozes sequestradas. Esses edificam a democracia, pois questionam a passividade tóxica e nutrem sonhos de uma sociedade efetivamente pacífica, como proposto por John Lennon. Perniciosos à democracia são aqueles movimentos (fascistas) que cegam a população para as relações reais, que são diversas, permeadas de conflitos, porque trazem o dissenso inevitável na realidade política. De Maquiavel a Lennon, podemos observar que os ideais são parciais e ideológicos, mas podem construir uma sociedade melhor se ampliarmos nossa consciência e compreensão. Pinochet, por desconhecer a importância do dissenso, foi um líder político reconhecido pela atitude antidemocrática na América Latina. Disputas entre capitalistas e socialistas ocorreram nas ditaduras pelo mundo todo na guerra fria e mataram muita gente. Precisamos continuar repetindo essa triste história?  A democracia é algo que nasce e cresce coletivamente. Pessoas iluminadas como Cristo, Gandhi ou Mandela podem ajudar, mas a valorização do que é público depende de todos nós. O respeito à diversidade humana deve ser treinado socialmente para que tenhamos inclusão, paz, união e qualidade de vida.

GABARITO

Os números de 1 a 15 são referentes às questões e as letras de a até e são referentes às sequências de v e f correta para cada questão. Marque somente uma letra correta para cada questão de acordo com o padrão a seguir:

a) fvv                     b) vfv              c) vvf              d) vvv             e) fff
      
1
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