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sábado, 18 de setembro de 2010

Textos prova interdisciplinar 1 ano - Tema: (Re) Nascimentos - 3 bimestre

TEXTO I

Tal como o sol renasce
Depois de uma tempestade
Eu renasci
Com sede de verdade

O sangue corre-me quente nas veias
Sentido o mundo, lutando por mim
Já não me conformo em observar por janelas
Já não desejo nenhum fim

Estou farta de esperar algo
Quero verdade, quero honestidade
Quero saber quem está comigo
Quero sentir a minha liberdade

Não quero ser mais a vitima da tempestade
Quero ser a sua causadora
E luto por isso com ansiedade
Sou uma eterna lutadora

Posso não saber se alguma vez fui amada
Mas sei que serei sempre admirada
E se já não o sou agora
Se-lo-ei na proxima hora

Se a disciplina antes não me dumou
Jamais me dumará agora
A fraqueza, hibernou
E agora ninguém me mandará embora!




TEXTO II
Renascimento Cultural
Renascimento é o nome que se dá a um grande movimento de mudanças culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado como um importante período de transição envolvendo as estruturas feudo capitalistas.
As bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filosófica reinante, o humanismo, que descartava a escolástica medieval, até então predominante, e propunha o retorno às virtudes da antiguidade. Platão, Aristóteles, Virgílio, Sêneca e outros autores greco-romanos começam a ser traduzidos e rapidamente difundidos.
O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e portanto novas relações sociais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois o trabalho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo comportamento dos homens. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, e que será exaltada e difundida nas obras de arte.
Apesar de recuperar os valores da cultura clássica, o Renascimento não foi uma cópia, pois utilizava-se dos mesmos conceitos, porém aplicados de uma nova maneira à uma nova realidade. Assim como os gregos, os homens "modernos" valorizaram o antropocentrismo: "O homem é a medida de todas as coisas"; o entendimento do mundo passava a ser feito a partir da importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos como produto da ação do homem.
 
Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência, conheceram grande desenvolvimento. O individualismo também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergência da burguesia e de novas relações de trabalho. A idéia de que cada um é responsável pela condução de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos acentuaram gradualmente o individualismo. É importante percebermos que essa característica não implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relação direta com outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisões.
 
Foi acentuada a importância do estudo da natureza; o naturalismo aguçou o espírito de observação do homem. O hedonismo representou o "culto ao prazer", ou seja, a idéia de que o homem pode produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe proporcionar, rompendo com o pragmatismo.

O Universalismo foi uma das principais características do Renascimento e considera que o homem deve desenvolver todas as áreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é o principal modelo de "homem universal", matemático, físico, pintor e escultor, estudou inclusive aspectos da biologia humana.



TEXTO III
O Renascimento

A necessidade de voltar à Antiguidade greco-romana esteve presente em toda a Idade Média. Era como se o homem medieval nunca tivesse esquecido sua origem greco-romana. Foi assim com Santo Agostinho, Boécio, Carlos Magno e a Igreja em toda sua trajetória.
Mas essa relação com a Antiguidade não representava o desejo nostálgico de retornar a ela, mas implicitava o retorno ao Paraíso perdido por Adão e Eva. Os homens medievais sabiam que já eram “outros homens”, diferentes dos da Antiguidade. Queriam o poder, a ciência, a arte e a filosofia dos antigos adaptada ao seu mundo. Fazer renascer a produção intelectual da Antiguidade não significava retornar ao mundo antigo, significava criar a partir dos antigos.
A escolástica impulsionou muitos intelectuais, definidos como humanistas, que consultavam nas bibliotecas e nos mosteiros, manuscritos de autores da Antiguidade greco-romana para apreciar suas qualidades puramente literárias. Para tal retomaram os estudos de grego, latim e hebraico. Otimistas com relação ao mundo, os humanistas queriam retirar o conhecimento do confinamento em bibliotecas e mosteiros, tornar públicos os livros. O desenvolvimento das cidades, das universidades, favorecia o desenvolvimento de um projeto humanista, que queria fugir das interpretações que os escolásticos estabeleciam para os textos antigos, sem deixar de amar a Deus.
            Posteriormente homens como Leonardo da Vinci, contemporâneo de Michelangelo, criticaram a escolástica. Ela partiria do pressuposto que a verdade absoluta era a revelação de Deus. Essa verdade prévia impediria o homem de ‘navegar’ por onde quer que o pensamento pudesse levar. Nas pesquisas escolásticas, o resultado já seria conhecido de antemão, ou seja, antes de começar a pensar já se sabia onde se queria chegar. Para se contrapor a isso, Da Vinci afirmou: “A experiência não engana jamais”. Mas é impossível ignorar a presença da escolástica, da busca de conciliar razão e fé, no saber de homens como Da Vinci e Michelangelo.
            O Renascimento, cuja gênese (origem) se deu nas cidades italianas, ultrapassou fronteiras e favoreceu o surgimento de manifestações intelectuais e artísticas originais. Shakespeare, Erasmo de Roterdã, Thomas Morus, influenciados pelos italianos, renovaram, segundo as tradições do Norte, o pensamento do século XVI.  Porém a religiosidade não foi abalada com as inovações dos mestres italianos. A onipresença de Deus ainda determinaria as obras dos homens.

Adaptado de: Flavio de Campos e Renan Garcia. Oficina de História

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