Representações sociais relacionando conteúdo da VE

Aula passada falei sobre representações sociais relacionando com todo o conteúdo da VE, que será nesta quinta-feira (dia 27/4 às 16h30) com consulta. Sei que é antipático já chegar aplicando prova com apenas uma semana de retorno das aulas, mas como os outros professores fariam a semana de avaliações, para perder menos encontros com vocês, resolvi aproveitar o tempo e fazer um controle de leitura de tudo passado para estudo na greve. Foquei mais na introdução do livro didático “Sociologia Hoje”, mas as aulas, os filmes, as leituras do moodle e do blog também estão presentes na avaliação. Segue agora um resumo do que será cobrado:

“Nós somos o que fazemos do que fizeram de nós”(Sartre)

Tudo o que somos foi aprendido e criado socialmente. A sociedade nos apresenta a realidade por meio de representações sociais, como o mapa discutido na aula passada. Elas sempre têm algo de verdade, porém sempre escapa informações, pois a realidade é sempre mais ampla e complexa do que podemos captá-la. Assim, o que conhecemos é sempre a partir de um legado de representações sobre o real, portanto até o ato de pensar foi aprendido socialmente. Todo o processo de humanização vem por meio da socialização em um contexto humano. Esta aprendizagem social (socialização), os fatos sociais, as representações sociais, são objetos de estudo da Sociologia. Outras formas de conhecimento (arte, religião, senso comum, filosofia) também pensam tudo isso, porém as Ciências Sociais têm métodos distintos para estudar produzindo informações diferentes. O conhecimento além de produto é também uma relação, que será diferente variável de acordo com o sujeito, o contexto e a proposta envolvidos. A ciência e a filosofia, tem como função a observação questionadora dos padrões, de modo a propor alternativas para além das crenças tradicionais, empoderando o indivíduo frente ao meio, seja natural ou social. As ciências exatas e naturais, surgiram primeiro e conseguem fazer isso com mais objetividade e precisão do que as sociais, já que essas últimas têm objeto de estudo mais variado e mutante. Nesse sentido, estas produzem múltiplas perspectivas válidas, com diversas teorias e escolas de pensamento. A verdade total e universal é impossível na visão humana, sempre limitada em alguma medida. Todo indivíduo está ligado às normas, padrões vividos. Essas regras geralmente são criadas dentro de relações de poder e desigualdade, gerando conflitos de visões, opiniões e interesses. A desnaturalização dos padrões sociais são fundamentais para possibilitar alternativas aos que estão em condição de subordinação. As ideologias (conjunto de ideias e valores produzidos pela estrutura social vigente), guardam relações de dominação que podem ser compreendidas por meio das ciências sociais. Um exemplo disso, foram as reflexões sobre as condições da mulher apresentadas no livro, em filmes e debatidas em aula. Por fim, podemos afirmar que nenhum conhecimento é neutro, ou seja, todos são produzidos a partir de um contexto social e para este. Mesmo assim, para se produzir conhecimento científico é necessário buscar a imparcialidade o máximo possível, por meio das pesquisas quantitativas e qualitativas. Isso permite o pensamento crítico frente aos nossos condicionamentos e produz informações úteis para a produção de tecnologias sociais, que podem ser apropriadas pelo Estado ou pela sociedade civil organizada. As representações produzidas a partir do método científico não são melhores ou piores, já que isso depende do referencial adotado. O importante é conseguirmos acessar novas visões de modo a ampliar horizontes e permitir mais escolhas para reconstruirmos a nós e nosso meio.

vocabulário:

mutantes : que mudam

múltiplas : diversas, variadas

distintas: diferentes

distinguindo-se: diferenciando-se

imprescindível: fundamental, indispensável

em detrimento de: em rebaixamento, sofrimento, perda, desvantagem de

vigentes: presentes, que estão em vigor